Capítulo 4

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Estava correndo por um campo, ele era verde e cheio de belas flores, a poucos metros havia uma linda casa, mas não uma casa qualquer, uma casa de fazenda, eu estou feliz, mas não sei como cheguei ali, não parece algo real, não parece ser meu presente. Estou vestindo um short jeans, tênis brancos e uma blusa de alcinha xadrez, azul claro e branco, meu cabelo está preso em um rabo alto com algumas mechas soltas, me sinto flutuar, como cheguei ali? Isso não parece real, parece mais, um sonho...

Foi quando o vi que tive certeza de que não era um sonho, e sim uma lembrança, uma da qual eu não queria sair, ele correu na minha direção e me pegou em um forte abraço, fazendo o mundo rodopiar. Quando me pôs no chão segurou meus braços até garantir que conseguia me equilibrar sozinha, então em vez de me soltar ele me abraçou, abraçou forte como não fazia a anos, me abraçou como se eu ainda tivesse 8 anos, e naquela lembrança eu realmente tinha.

Seu rosto ainda era jovem, seus cabelos mais claros devido ao sol, e seu olhar, era o olhar de uma das pessoas que mais amei em minha vida, de alguém que chorou comigo e trouxe as minhas maiores alegrias, mas que sumiu antes dos meus piores momentos e as coisas mais importantes da minha vida acontecerem. Se o visse agora, acho não o reconheceria, mas isso era impossível, eu não podia mais vê-lo.

Sem nem perceber que ainda continuava abraçada a ele nos soltamos e começamos a caminhar, indo em direção ao topo do monte, um piquenique nos esperava, mas não só por nós, mas pelos outros, esperava por todos os meus antigos amigos de infância, com os quais eu pouco mantinha contato, mas lá estavam eles, sorrindo, no topo ele se destacava, a pessoa que eu sentia falta todos os dias, sorrindo como se fosse o rei do universo. Enquanto comíamos eu só pensava em como era sortuda, em como queria ficar naquele lugar para sempre.

- Ei... ei acorda – uma voz distante começou a me chamar.

- Por favor acorda.        

- Amy – a voz ficava, mas forte, mas não era só uma, eram várias e tão familiares, aos poucos tudo começou a desaparecer, ele começou a desaparecer. Em seguida me encontrava em um vagão do Expresso de Hogwarts, com 4 rostos preocupados me encarando. Tudo havia sumido.

- Onde... onde ele está? – era tudo que conseguia perguntar, enquanto tentava me levantar, mas logo me empurraram novamente para o banco em que me encontrava deitada.

- Vai com calma, você desmaiou. – falou Harry, não conseguia distinguir se seu tom era de surpresa ou de preocupação, de onde estava apenas enxergava seu rosto, no qual a famosa cicatriz se destacava.

- Sabe quem é? Onde está? – Rony, ele parecia mais amedrontado do que qualquer outra coisa.

- Saiam de cima, deixem ela respirar! – falou uma voz autoritária que com certeza vinha da Hermione. – Consegue se sentar? – fiz que sim com a cabeça e fui me sentando aos poucos, para mostrar que estava bem.

- Você sabe o que aconteceu com você? Sabe... o motivo do desmaio.

- Então aconteceu de novo. – meu comentário pareceu ter deixado todos surpresos, resolvi me explicar. – Eu tenho pressão baixa, e isso até seria tranquilo se não fossem alguns TEPT que tenho de quando era criança, não sei de onde vem nem como funciona, tudo o que sei é que se me estresso, me agito ou sinto qualquer emoção forte demais minha pressão baixa e eu posso desmaiar, mas em geral nunca chega a esse ponto.

Seus rostos estavam como todos que sabiam do meu "segredo", mas não ia comentar mais, afinal isso não era algo que eu gostava de falar sobre, não era algo que eu compreendia.

- E quem é ele ou ela? – perguntou Harry.

- Que?

- Enquanto você dormia, você falava com alguém, que estava com saudades, que precisava falar com essa pessoa.– disse Rony.

- Ninguém importante, não é algo que eu queira falar sobre, caso vocês não se importem.

- Não tem problema. – falou Hermione, dando um soco leve no braço de Rony que tinha acabado de abrir a boca, aparentemente prevendo o que o amigo diria, não me importei, sabia que ele queria saber mais sobre quem ele era, mas não estava disposta a falar sobre aquilo, pelo menos não agora.

- Só uma coisa, - falei olhando para baixo ainda constrangida com o ocorrido – se vocês puderem eu gostaria que mais ninguém soubesse sobre isso. – quando olhei para cima tive certeza mais alguém sabia. – Quantos?

Eles trocaram olhares, aparentemente sem saber o que responder ou analisando se eu gostaria da resposta que eles tinham, até que Gina falou.

- 3, mais especificamente o Draco e seus amigos. – ela falou com calma, como se a simples menção fosse me fazer desmaiar de novo.

- Tenho que ir. – foi tudo que disse, já me levantando pronta pra sair.

- O que? Você não pode, acabou de acordar, precisa descansar. Você ficou desmaiada por alguns minutos, não está bem para perambular por aí. – falou Hermione, com uma voz mais de pedido do que de ordem, isso me incomodou, mas não de um jeito ruim, aquelas pessoas que eu mal conhecia já se importavam comigo, ou ao menos era isso que eu esperava.

- Ele saiu correndo? – perguntei me virando novamente para o grupo, silêncio – Me respondam por favor, ele saiu correndo? – falei com as lágrimas já brotando nos olhos de aflição, de pavor, de medo do que eu sabia que estava prestes a acontecer. Um balançar de cabeças indicando uma resposta afirmativa. – Então ele não deve demorar, eu realmente preciso ir. – mal havia terminado a frase já me virava de costas para partir, e lá estavam eles, parados lado a lado, me encarando, ele não havia mudado nada, continuava igual, pelo menos para mim.

- Amy, já faz tanto tempo.

A POTTER PERDIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora