Um Coelhindo Mal

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Notas Iniciais: 

Agradeço os comentários dos capítulos anteriores!

O apoio de vocês é uma das coisas que mais me motivam!

Boa leitura!

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Jack recusou. Recusou veemente, e Bunny sabia que se o Vento estivesse por ali, o garoto teria saído voando como sempre. A recusa dele doeu. Como se dormir ao relento fosse melhor do que tudo que seu Warren tinha a oferecer. Jack deve ter visto sua cara ofendida, porque tentou consertar as coisas.

-- Olha, Bunny, eu realmente gosto do Warren. Acho que até que é o segundo lugar que mais gosto no mundo. -- Jack correu os olhos pela sala outra vez, vendo seu cajado em um canto. -- Mas eu não sou bom com toda essa coisa de estar com outra pessoa. E, sem querer ofender, mas você é o último dos Guardiões que eu me imagino convivendo. Quer dizer, você nem gosta de mim e tudo.

-- De onde você tirou isso? -- Bunny moveu as orelhas em confusão. -- Se for sobre 68, você devia saber que depois de Pitch, tudo ficou no passado, Jack. -- O coelho se levantou e se aproximou, as orelhas baixas como sua guarda enquanto levava uma pata ao ombro do garoto, que o encarava espantado. -- Eu tô tentando entrar nesse seu plano sobre Pitch, e caso as coisas dêem errado, e provavelmente vão, eu prefiro que esteja aqui do que perdido em algum canto sozinho lá fora. Os outros tem seus exércitos e fortalezas para protegê-los, e eu realmente me sinto mal com você sozinho, principalmente depois de tudo que falei desde que nos conhecemos.

A expressão de Jack mudou rápido demais para que Bunnymund pudesse assimilá-la antes que o garoto agisse. Em questão de segundos ele estava no ar, o cobertor de antes no chão enquanto encarava o coelho com raiva. Então ele podia voar mesmo dentro do Warren. Constatou, mas Jack estava vociverando antes que ele pudesse perguntar qualquer coisa sobre aquilo.

-- Não sou uma garotinha indefesa! -- O rosto dele ganhava um rubor de ódio quase imperceptível, mas os olhos cerrados eram uma prova mais que suficiente de sua raiva, assim como o tom afiado. -- Não preciso da sua pena ou culpa. Me virei muito bem sozinho nesses três séculos, e posso continuar fazendo isso.

Ele tentou aterrissar perto de seu cajado, mas assim que seus pés tocaram o chão ele caiu, mal conseguindo se sustentar sobre os braços que logo o largaram. Se Bunny não fosse tão rápido, ele teria batido a cara no chão.

-- Não duvido de que você se saiu bem. -- Ele tentou soar calmo, mesmo que estivesse com raiva do garoto e preocupado com quão mal ele estava. -- Mas você não está em condições de sair daqui. Além do mais, Pitch ainda é uma ameça.

-- Ele não foi o primeiro, e duvido que seja o último cara mal em meu caminho, Canguru. -- Jack parecia sonolento outra vez, mas tentou dar um sorriso calmante. -- É por isso que temos que tentar formar laços com ele, para deixar de ter medo de qualquer sombra que vimos. E eu estou bem, só preciso de um cochilo e logo vou estar em forma outra vez. O sol já não está alto e minha árvore ainda é um bom retiro.

-- Vou te colocar no quarto de hóspedes. -- Bunny sequer fez esforço para pegá-lo no colo, mesmo sob os protestos dele. -- Cale a boca e se comporte, senão vou garantir que meus túneis façam com que se perca pelas próximas décadas.

-- Você é um coelhinho mal, Peter Cottontail. -- A cabeça dele caiu sobre o peito de Bunny, o apelido mal o incomodando. O garoto sequer mantinha os olhos abertos, a voz letárgica prenunciando o sono avassalador que o tomava. -- Não me lembro de ter isso, mas é bom.

-- O quê? Um "coelhinho mal"? -- Bunny tentou soar humorado enquanto o embalava nos braços, entrando pela porta do quarto que estava destinando à Jack.

-- Um amigo. -- A voz saiu baixinha, mas a audição do coelho não deixaria passar. Jack estava apagado quando o colocou na cama, mas encontrou forças para pedir o cajado antes de se enrolar nas cobertas e dormir. 

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Notas Finais:

Agradeço a leitura, e talvez amanhã tenha mais s2

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora