Luz de Toda Vida

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Notas iniciais:

Capítulo curtinho, eu sei, mas quem sabe posto outro mais tarde?

Boa leitura!

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Três semanas haviam se passado. Nick se isolou com seus Yetis, totalmente pilhado. Tooth e Sandy nunca paravam com seu trabalho, então era comum vê-los pouco. O que o preocupava agora era Jack.

Não conseguiu falar com ele desde a reunião no Polo, tentando rastreá-lo toda vez que seus pés tocavam o chão, mas ele nunca permanecia tempo o suficiente para que seus túneis o encontrassem.

Norte encarregara Jack de ter as primeiras interações com Pitch, e isso estava deixando Bunny louco. O combinado era ele acompanhar o garoto, mas não tivera nenhuma notícia desde então. Até agora.

O sentiu no solo pela primeira vez nos últimos dias, mas esperava que ele voltasse ao ar logo, o que não aconteceu. Usou seus outros dons para checá-lo, apenas para notar que ele não estava bem.

Bunnymund era muitas coisas. Guardião da Esperança, Coelho da Páscoa, o maior guerreiro e sábio que pisou na Terra, o portador da luz de toda a vida. Luz essa que estava deixando Jack. Sequer pensou duas vezes antes de abrir um túnel, correndo para encontrá-lo caído perto do lago.







As batidas do coração dele eram lentas, mas estranhamente estáveis. A respiração era superficial e a pele fria demais, mas Jack parecia vivo. Curiosamente vivo. Tentou acordá-lo várias vezes desde que o trouxe para o Warren, o deitando na grama macia, perto do lago de tinta.

O garoto parecia exausto, olheiras abaixo dos olhos e uma moleza estranha para alguém tão hiperativo quanto ele. Ao notar como ele tremia, Bunny o levou para dentro, o deixando sobre um dos sofás redondos de junco e o cobrindo com uma manta.

Bunny tentou se lembrar das doenças que tinham aqueles sintomas, repassando na mente cada livro que leu, cada unguento ou remédio que criou. Sequer sabia se a maioria delas se aplicava ao espírito de inverno diante de si.

-- Bunny? -- A voz de Jack saiu rouca, o tirando de seus devaneios. Ele parecia ainda mais abatido agora, com os olhos abertos. O coelho viu como ele mexeu o nariz, e tudo indicava um resfriado ou gripe. -- Como vim parar aqui? Onde quer que "aqui" seja?

-- Warren. Eu te trouxe para cá depois que você apagou na beira do lago. -- Ele se aproximou hesitante, se sentando no outro sofá redondo diante de Jack. -- O que está acontecendo, cara?

-- Nada de mais. -- Jack se sentou, enrolando melhor o cobertor em volta de si, absorvendo os detalhes da edícula. -- Só estava cansado e resolvi... -- Um espirro singelo o interrompeu, e não foi preciso mais nenhum sinal para o coelho saber que ele estava mentindo, então cruzou os braços, dando a entender que não estava aceitando aquela desculpa. -- Okay, okay. eu confesso. Eu treinei por muito tempo, aí fiquei cansado. E parei para descansar. Ou desmaiei. -- Jack coçou a cabeça, parecendo confuso. -- Eu não lembro bem.

-- Onde você costuma dormir? -- Bunny estava pensando em remédios para o garoto, e um túnel seguro e rápido para o abrigo dele, onde quer que fosse.

-- Bom, você me tirou de lá. -- Ele parecia confuso.

-- Você não pode estar falando sério, seu Pedaço de Gelo! -- Bunny esperou. E esperou mais um pouco por uma resposta que não teria, até o garoto se sentir incomodado.

-- Bom, eu passeio muito pelo mundo também, e quando preciso durmo em alguma árvore. -- Ele deu de ombros, as maçãs do rosto ficando coradas e ganhando uma fina camada de gelo. -- Mas eu prefiro minha árvore no lago. Tem um galho que é particularmente bom, um pouco curvado e...

-- Você vai ficar aqui até melhorar e resolvermos esse negócio com o Breu. -- Bunny afirmou. Não podia deixar o garoto doente e desamparado. Depois que ele melhorasse, pensariam no que fazer, mas até lá ele podia ficar no Warren.

Mesmo que ninguém, além dos Guardiões e Sophia tenha estado aqui. Mesmo que ninguém além de mim mesmo more aqui desde... desde sempre. Pensou o Coelho. Talvez o espírito de inverno congelasse o rio de tinta ou pregasse algumas peças, mas além disso, que mal poderia acontecer?

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Notas Finais:

E esse convite, heim?! Se eu fosse o Jack não recusava não.

Muito obrigada por ler! Até breve!

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora