Ao Cair da Neve

Convite Inesperado, Ajuda Imprevista

Notas Iniciais:

Voltei!
Uma coisa interessante que resolvi aproveitar de outros universos que vi e que estará presente aqui:
Espíritos de inverno são quase sempre ligados a morte, canibalismo e coisas ruins. Ou seja, são muito mal vistos pela sociedade. Isso vai ser mais abordado pela frente, mas tenham isso em mente.
Boa leitura!

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O convite chegou no dia seguinte á reunião com Pitch. As coisas não saíram tão desastrosas como pensara, até foi fácil demais. Mas o convite em suas mão o deixava confuso.

Ele era todo em tons de verde e vermelho, imensamente decorado, anunciando a Festa de Natal que sempre acontecia no dia 24, antes do Norte começar seus trabalhos. O que, em suma, significava que seria dali dois dias. Dois malditos dias para que Jack se preparasse. Ele sequer sabia que tipo de roupas se usava para esse tipo de festa.

Decidido a descobrir, ele foi até o centro comercial mágico mais próximo, o vento o levando até que o burburinho lhe dissesse que já estava perto o suficiente para ir andando. Subindo o capuz, ele caminhou pelas ruas atulhadas de espíritos da natureza, fadas e demais seres. Que amplamente o ignoravam.

Mas você deve estar acostumado a ser ignorado, não é? A voz de Breu soou calma como no dia anterior, um lembrete sangrendo da verdade. Jack tentou afastar esses pensamentos quando avistou a principal alfaiataria dali, entrando logo após notar que a loja estava vazia. O duende dono do lugar estava no balcão, folheando um caderno gasto, sem necessariamente notá-lo enquanto entrava.

-- Olá? -- Jack segurou o cajado com mais força, não gostando da forma como o homenzinho o olhava. -- Eu queria uma roupa para a festa do Polo Norte.

O homezinho ajustou os óculos na ponte do nariz, o olhando daquela forma enervante, como se Jack estivesse mentindo. Ou não fosse digno. Pensou o espírito de inverno ao se lembrar que Bunny o olhou da mesma forma quando Norte o anunciou como Guardião,

-- Lamento, garoto. Mas todas as roupas se esgotaram assim que os convites foram enviados. Se não me engano, vendi as últimas roupas de festa ainda no começo de Novembro.

Novembro. Mais de um mês atrás. É claro que Jack não estava se sentindo mal quando saiu da loja.

Ele estava péssimo. O Vento deve ter sentido isso enquanto o levava de volta para Burgess, como se tentasse confortar o estado deprimido de seu amigo.

-- Eu acho que eles não cogitaram me convidar antes de Breu insinuar aquelas coisas ontem, Vento. -- A resposta foi uma brisa calma, afagando seus cabelos com carinho. -- Acho que não querem que eu vá, talvez pensem que eu possa estragar as coisas outra vez ou algo assim.

-- Ou talvez eles apenas esqueceram. -- A voz de Pitch soou ali perto e Jack se amaldiçoou por falar alto naquela região.

-- O que você quer?

-- Te ajudar, talvez. -- Ele deu de ombros assim que chegou perto do lago de Jack. -- Retribuir o favor. Essa é a primeira vez em que consigo sair de perto daquela cama em meses, com excessão de ontem, mas como foi uma obrigação, não conta de verdade.

Jack o encarou com desconfiança. Não sabia se podia confiar nele, mesmo depois dos acordos.

-- Posso sentir o medo das pessoas, por mais bobos que sejam. Até mesmo os do nosso mundo. -- Ele apontou de Jack para ele. -- Pude sentir nos últimos meses como as pessoas ficaram aflitas e temerosas com esse baile. "E se minha roupa não for bonita o bastante?" "E se eu cometer alguma gafe no meio da festa?" A maioria dele segue essa linha de pensamento fútil, o que me dá uma ideia de que os padrões dessa festa não se alteraram ao longo dos séculos. Você pode ficar aí, Frost, solitário e frio enquanto sua suposta família festeja sem você, mas pode escolher ser lembrado, indo naquela festa e mostrando para todos que não é mais invisível.

Breu tirou algo de dentro de um bolso interno do gibão, logo entregando para Jack três livros pequenos. Ele os folheou com cuidado, pensando ser alguma armadilha, mas eram... eram livros de costura, de aparência antiga, mostrado vários modelos de festa, tanto femininos como masculinos. Jack ergueu os olhos em confusão para ele.

-- Eu não sei costurar, então vá pedir ajuda à outro. -- O bicho-papão segurou as mãos nas costas, se virando logo após. -- Seus poucos crentes podem ajudar nisso, tenho certeza. Mas gostaria de ver o trabalho final, caso isso não o incomode.

Jack o acompanhou com incredualidade enquanto ele se afastava para o meio das árvores, antes de encarar os livros mais uma vez. Com um sorriso um pouco mais vivo, pediu ao Vento para levá-lo até certa casa na região.

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Notas Finais:

"Breu bonzinho?
Uma festa a vista?
O que pode acontecer?
Descubra no próximo capítulo de: Ao Cair da Neve"

Agradeço a leitura e até breve!