Nunca Será Seu

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Notas Iniciais:

Voltei!
Capítulo pela visão de Bunny sobre a festa.
Boa leitura!

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Bunny acabou mais cativado do que imaginara

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Bunny acabou mais cativado do que imaginara. A conversa com o espírito milenar se estendeu pelo que pareceram horas, ambos compartilhando conhecimentos adquiridos ao longos dos anos. O Guardião sabia que poderia continuar com aquilo pelas próximas horas, mas aquela brisa fria chamou sua atenção, indo em direção às portas.

Um breve olhar para a janela onde estivera com Jack lhe indicou que havia alguma coisa errada. O espírito jamais sairia sem seu cajado. O Coelho se despediu do velho amigo, pegando o cajado de Jack e saindo, usando a trilha do cheiro que ele deixara para trás como guia, o levando para fora da fortaleza.

Entretanto, foi aquela centelha de esperança, que surgiu de repente e logo sumiu que serviu de sinal. Normalmente Bunny conseguia senti-las melhor, identificar suas bases, suas nuances, sua essência. Mas aquela veio e se foi como uma estrela cadente, deixando para trás a sensação de frescor no céu da boca, como... um sorvete de menta.

O Coelho se apressou, tentando entender o porquê da esperança de Jack morrer tão rapidamente, e praticamente correu para fora quando sentiu um cheiro nada agradável misturado ao cheiro fresco do espírito que o guiou para fora.

Saindo devagar e com cautela, Bunny se recostou na parede externa da fortaleza, tentando entender o que se passava.

Jack estava... se deixando cortejar pelo Marmota ? Logo ele, dentre todos os seres disponíveis? Um rosnado baixo ecoou em sua garganta, só de olhar para aquela situação, e tinha certeza de que seu inimigo o ouviu, com um leve torcer de orelhas e a olhadela que ele lançou para Bunny de onde estava, pairando sobre Jack que estava de costas para o Coelho e sentado naquele banco congelado.

Mas aquele tremor, aquela inclinação para trás de Jack quando o Marmota enfiou sua pata no ombro dele, foi um indicativo claro de que Jack não estava confortável com aquela situação. E o fato do Marmota continuar investindo, ignorando a aparente recusa de seu amigo Guardião, fez com que Bunny visse vermelho, mal se contendo enquanto as palavras deixavam sua boca.

Eles nunca tiveram uma boa relação. O Marmota sempre fez questão de confundir os humanos sobre o início da Primavera, sempre atrapalhando o serviço de Bunny. Quando anunciaram um novo Guardião, as preces mais fervorosas do Coelho foram para que não fosse aquele ser asqueroso, mesmo que Jack Frost o tenta feito titubear por um momento. Um momento fugaz e errôneo, ele sabia agora.

Ele é seu?

A pergunta o pegou de surpresa. Não, ele não era nesse sentido. Mas ainda era amigo de Bunny, e isso bastava para que quisesse protegê-lo. E quando o maldito enfiou o focinho no pescoço de Jack...

Ele não sabia como aquilo se aplicava aos outros seres, mas para o Pooka, aquilo era demais. A área do pescoço aos ombros de alguém era a parte mais sensível do corpo, com tanto teor sensual e erótico que apenas um companheiro deveria ter acesso àquela região, não um qualquer que estava tentando rudemente se impor.

Ele não tem seu cheiro ou sua marcação, Coelho. Então nos deixe em paz.

Isso não deveria doer como doeu. Muito menos impressioná-lo. Os espíritos tinham os mesmos rituais que os Pookas? Porque esse era o principal motivo pelo qual aquela era uma região de laço entre companheiros; era ali em que o cheiro natural de alguém se espalhava, onde era indicado se ele pertencia a alguém. É claro que apenas alguém com um nariz afiado notaria, mas para os Pookas isso nunca foi um problema.

E o beijo que o Marmota plantou ali, em Jack, o fez perder o controle, principalmente ao sentir o cheiro de pavor crescente do garoto ao tentar afastá-lo.

-- Se você ousar tocá-lo outra vez, ou sequer olhar para ele, eu me certificarei de despedaçar seu corpo enquanto ainda estiver consciente, os espalhando pelos quatro cantos dessa Terra pra que sua alma nunca alcance descanso. -- Murmurou, agarrando a garganta dele com força. -- Vou garantir que sinta toda dor possível, e permitirei que sua vida jamais o deixe até que eu termine. Ficou claro?

-- Ele nunca será seu também. -- O Marmota falou com dificuldade pela falta de ar. -- O Guardião da Esperança não pode tê-la, no fim. -- Ele riu, meio arrastado, enquanto Bunny o libertava.


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Notas Finais:

Agradeço a leitura e até breve!

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora