Senhor da Neve

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Notas Iniciais:

Voltei!
Boa leitura!

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Os portões altos feitos de blocos de gelo estavam diante deles, o sol fraco refletindo neles e os cegando momentaneamente

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Os portões altos feitos de blocos de gelo estavam diante deles, o sol fraco refletindo neles e os cegando momentaneamente.

Breu parecia pouco a vontade naquele meio branco, destoando do lugar com seus tons negros e face franzida.

-- Onde estão os guardas? -- Ele pediu baixo, como se temesse chamar a atenção deles.

-- Não há. -- Jack tocou os portões com as mãos e eles se abriram. -- É por reconhecimento. Se há magia de inverno em quem pede passagem, eles se abrem. Caso contrário, as sentinelas atacam.

-- Atacam, é? -- A sobrancelha arqueada dele assustou Jack a ponto de recuar e pegá-lo pelo braço para conduzi-lo para dentro.

Diferente do Mercado Central, ali era mais silencioso, os murmúrios abafados dos negociantes com seus clientes sendo o oposto das gritarias do outro mercado. Pitch olhava tudo com uma curiosidade inquietante, olhando ao redor e sendo observado de volta. Involuntariamente, Jack puxou seu capuz ainda mais para cobrir seu rosto.

Chegou até a tenda que vendia tecidos, de acordo com sua memória, e foi com alívio que notou que o lugar estava vazio. O olhar do duende foi pouco melhor do que o elfo que o atendeu com Bunny no outro mercado, mas ainda era enervante.

-- Senhor Frost. -- O tom dele era polido e frio. Respeitoso à sua maneira. -- Veio ver sua senhora?

-- Preciso dos itens dessa lista, por favor. -- Sua voz saiu trêmula depois da pausa perante as palavras do vendedor, mas tratou de não se ater a isso.

-- Será um prazer, senhor.

A droga do tratamento o deixou sem reação enquanto o duende esperava a lista com a mão estendida. Foi Pitch que a pegou de sua mão e a entregou, o olhando com cuidado. Duas auxiliares correram com ela para dentro e foram dispondo os itens aos poucos enquanto Jack esperava inquieto.

-- Aqui estão seus itens, senhor. -- O duende os estendeu, os tecidos embrulhados em papel pardo, os demais itens em uma sacola de mesmo material. -- Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

-- Só isso está ótimo. -- Se esforçou para sorrir, enfiando a mão no bolso. -- Qual o valor total?

-- Perdão? -- A confusão do duende foi clara.

-- O valor das compras. -- Jack devolveu a confusão dele com estranheza.

-- Eu não posso, senhor. -- Agora ele parecia ofendido. E com medo. -- A Rainha deixou claro que devíamos ser hospitaleiros com o senhor e repassar seus gastos para o Castelo caso o senhor retornasse. Não posso arriscar atrair a ira dela, meu senhor, espero que compreenda.

-- Tubo bem. -- Se voltando para Breu, estendeu a bolsa de moedas para ele, acenando para o duende. -- Pague por mim. Não há como negar isso.

-- Mas meu senhor...

-- É meu amigo que estará te pagando, não eu. -- Se lembrando do tratamento que recebia e da sua situação ali após as ações da Rainha, acrescentou em tom mais baixo. -- O senhor não deseja me ofender, não é mesmo?

-- É-é claro que não, meu senhor! -- Jack sentiu pena dele ao ver o olhar amedrontado que lhe lançava, mas não podia aceitar tamanha injustiça.

-- Ótimo. -- Sorriu outra vez, mais fácil agora. -- Nos repasse os valores. -- E pensando melhor, não querendo que a ira daquela maluca recaísse sobre o duende, acrescentou. -- E mande lembranças minhas à sua Rainha. Me dê um papel para que eu o recomende à ela e deixe claro como estou satisfeito com seu serviço e utilidade.

Depois de pagá-lo, Jack saiu com Breu, que logo abriu um portal de sombras para levá-los à sua casa.






O passeio foi... novo.

Mas o que o surpreendeu foi a reação das criaturas de inverno. Ou a falta de reação para com ele. O foco de todos estava em Jack.

Jack Frost, que era invisível no resto do mundo, seja mortal ou não; Jack Frost, que era tratado como um rei ali. Pelo que sabia da Rainha da Neve, aquela maldita não desistia das coisas, e ao seu ver, Jack ainda estava sob os olhos dela, ou ao menos ela queria que assim fosse.

Ele observou com cuidado o espírito que se espreguiçava em seu sofá, no mesmo lugar de sempre, curiosamente perto da lareira. Ele parecia à vontade. Sem medo.

Curiosamente, isso não o afetou de uma maneira ruim.

-- Eu preciso voltar. -- O garoto disse, se levantando.

-- A lebre deve estar arrancando as orelhas. -- Brincou, vendo um olhar estranho de Jack para seu sorriso. Ele ainda não sabia fazer essa coisa, seus dentes não eram feitos para isso.

-- Obrigado por hoje, Pitch. -- Jack se levantou e sorriu para ele.

Ele era bom nisso. Mesmo que Pitch soubesse quem nem sempre era algo real. Se pudesse, ele iria categorizar os muitos sorrisos de Jack Frost. E esse era um dos bons, verdadeiros. Com os olhos quase cerrados e covinhas à mostra.

-- Eu não tenho como descrever como foi bom tê-lo hoje. -- O sorriso permanecia enquanto ele recolhia suas coisas.

-- Eu que deveria fazê-lo. -- Disse, antes de alcançar o último embrulho de papel pardo para ele. O garoto pareceu surpreso, mas Pitch queria que o loiro se contentasse com aquilo. -- Faz tempo que não passeio, realmente, e a Corte Invernal é algo que alimenta a curiosidade de qualquer um. Agora vamos, vou abrir um portal para você. As barreiras do coelho vão te barrar, mas se ele reconhecê-lo, provavelmente irá abrí-las.

Jack acenou e o Guardião dos Pesadelos quis por um momento fugaz poder ajudá-lo com as muitas embalagens, mas assim nenhum deles iria entrar no Warren. Retribuiu a despedida ao fazer as sombras o engolirem, sentindo o momento exato que as proteções de Bunnymund o enxotaram e se abriram apenas para o garoto.


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Notas Finais

Espero que tenham gostado!

Até mais!


(Breu não tem sobrancelha no filme. Estranho. Mas aqui, finja que ele tem, porque eu preciso delas kkkkk)

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora