Atrativo

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Notas Iniciais:

Bom, não tenho certeza se alguém lê as notas inicias(confesso que as vezes ignoro por preguiça), mas enfim. Alguns avisos:
Eu não entendo muito do universo ABO. E o pouco que entendo estou aplicando aqui, adaptando muuuita coisa para o universo mágico. Pode ficar um pouco confuso no início, mas as coisas vão se esclarecer em breve.
Boa leitura, meus doces!

(Esse gif, meu Deus kkkkkkk!)

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Talvez não tenha sido a melhor ideia fazer o garoto dormir, mas ele parecia tão agitado desde o primeiro momento em que colocou os olhos nele que não pode deixar de se apiedar

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Talvez não tenha sido a melhor ideia fazer o garoto dormir, mas ele parecia tão agitado desde o primeiro momento em que colocou os olhos nele que não pode deixar de se apiedar. Mesmo curioso, tentou não perguntar o que havia dado errado na festa, mas pode ver como isso afetava o garoto. Querendo dar a noite como encerrada, e dar algum descanso à Jackson, usou a magia do sono em seu convidado. Era fato que ela era muito mais fraca que a do Sandman e requeria o dobro do esforço comum, mas Pitch resolveu fazer uma exceção.

Mantendo seus Pesadelos longe, resolveu que daria uma noite agradável ao menino que definitivamente precisava. Imaginando que seu ponto de descanso era aquele lago, Breu resolveu que não o devolveria ao relento naquela noite, mas a poltrona parecia desconfortável também, principalmente notando o ângulo estranho em que seu pescoço estava dobrado.

Sabendo que os quartos de hóspedes estavam desativados a tantos séculos que a poeira o soterraria, o Guardião dos Pesadelos suspirou derrotado ao invocar as sombras para cobrir a si mesmo e o garoto, os deixando em seus aposentos privados. Depois delas deixarem seu hóspede em sua cama, Pitch retirou a capa dele e seu colete, desabotoando os primeiros botões da camisa para que não atrapalhassem Jackson em seu descanso.

Os sapatos foram os últimos a ir, e depois de se debater por alguns segundos, resolveu manter o resto das roupas nele. Deixando os itens removidos sobre a cadeira que estava ao lado do leito, Pitch decidiu cobrí-lo, vendo que se o garoto podia conviver com o moletom de sempre, ele devia sentir frio.

Com um último olhar para trás, abaixou as luzes sem o deixar na completa escuridão, saindo em seguida. Sabendo que aquele era o único aposento em que os Pesadelos não podiam entrar, voltou para o salão, se contentado em ler enquanto o dia não raiava, sentindo sua magia mais fraca já que quase não haviam pesadelos na madrugada de Natal. Caso o sono se abatesse sobre si, a poltrona era um velho recurso ao qual estava acostumado.





O sono veio como sempre, sem avisar. Esperava que como um dos patronos dele, houvesse algum indício, mas só descobria que caíra nele quando acordava. A poltrona já não o deixava com dores, e sempre era algo amigável em qual dormir quando se perdia na leitura, então demorou bons instantes para descobrir o porquê de acordar pouco depois do nascer do Sol.

O cheiro o atingiu antes mesmo que estivesse totalmente disperso, seu instinto que sempre lhe guiava a posição do Sol ou da Lua (e portanto as horas exatas do dia) completamente esquecido enquanto seus pés o levavam pelos corredores.

Parando em frente a porta de seu próprio quarto.

Oh, doce e maldito inferno.

Devia saber que toda aquela proteção não tomaria o controle total de si em uma ocasião normal, mesmo que se importasse com o garoto (ele negaria o fato mesmo sob tortura). Todo aquele ritual de entreter Jackson, o fazer se sentir confortável, até mesmo impedindo que os pesadelos o assombrassem, o levando para a própria cama.

Era a droga da reação natural e instintiva para aninhamento. A maldita coisa que leu nos livros sobre acasalamento de espíritos, e que nunca foi posto a prova, mesmo quando era casado. E agora, o cheiro atrativo de Jackson, que nem devia sentir já que nem um olfato decente tinha, o estava fazendo passar papel de bobo. Cortejando a porra do garoto.

Respirou fundo para se acalmar, mas apenas piorou as coisas. O cheiro doce e fresco o atingiu ainda mais, e se obrigou a dar um passo para trás. Seus pesadelos estavam calmos, espectantes a um distância segura do quarto.

Pitch não precisava se esforçar para saber que eles aprovavam.

Eles aprovavam o aninhamento, porque Frost era um dos espíritos mais fortes que o Breu conhecera, e ele já esteve em muitos mundos para ter uma base sólida para comparação. Mas ele não iria se deixar levar por isso.

Tendo isso em mente, ele entrou no quarto. O cheiro era mais forte ali. Não opulento, mas... suave. Como uma brisa. Como o início da Primavera: doce, mas com o frescor do inverno que a antecedeu. Ele devia estar no início do calor, portanto.

Jack dormia serenamente, deitado de lado e com o cobertor o cobrindo até o pescoço. O cabelo mais bagunçado que o normal indicava que ele devia ter se movido durante o sono, mas fora isso nada parecia errado. A boca semicerrada deixava pequenas lufadas de ar saírem, os lábios vermelhos como se estivesse frio. As maçãs do rosto marcadas com leveza, o narizinho arrebitado, a pele leitosa, parecendo tão suave quanto a neve, tão delicada quanto os flocos que caíam.

Breu sabia que uma boa parte daquela análise já havia sido feita no primeiro encontro deles. Sabia que o espírito devia ter um cotidiano cheio de outros seres se arrastando por ele por onde ia, perdidos na beleza etérea combinada com a animação juvenil e aquele modo sapeca e todo aquele poder. No entanto, tê-lo ali, vulnerável...

Não.

Confiante era a palavra certa. Ele estava vulnerável naquele dia na Antártida. Ali, ele confiava o suficiente em Breu para entrar sem medo em seu covil. Confiava como ninguém mais fizera desde a prisão dos Pesadelos. E aquela confiança, somada a beleza inegável e humor temperado, eram o pacote completo para despertar o interesse de Pitch. A droga do período "quente" do espírito era apenas uma cereja no bolo.

Ele não gostava de cereja. Portanto, não ia se deixar afetar por aquilo. Ia deixar o garoto dormir mais um pouco, já que estava mais calmo. Encontrar algo comestível na cozinha também era uma boa ideia.

Mas, sequer saiu direito do quarto quando sentiu a presença, literalmente ofuscante, de Sandman, na sala das gaiolas. Revirando os olhos, sabia que ia ter problemas enquanto se dirigia a passos lentos até o homenzinho.

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Notas Finais:

É isso, pessoal. Espero que tenham gostado.

Até logo!

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora