Aura

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Notas Iniciais:

Voltei!
Como será que o Bunny vai reagir?
Boa leitura!

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Era realmente uma aura

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Era realmente uma aura.

Aster se sentou um pouco afastado. Longe da janela e da corrente de vento. Como se isso adiantasse alguma coisa. O cheiro ainda vinha em ondas, e Bunny tentava a todo custo ignorá-lo, mantendo uma conversa afiada com Norte enquanto ouvia alguns trechos de Jack e Tooth ao fundo, depois da rápida saída de Sandy.

A primeira vez que viu a aura de Jack foi quando Tooth riu de algo que ele disse. Bunny os olhou pelo canto dos olhos e a viu.

Era como madrepérola translúcida, em doces tons de azul, turquesa, rosa, violeta e verde. Todas as cores suaves e brilhantes, lembrando a Aurora Boreal, mas ao mesmo tempo tão única. Sem pensar, dirigiu um olhar direto à Jack, apenas para descobrir que aquele efeito se apagava quando o olhava diretamente.

Ele iria negar que ficou alternando entre encarar de canto a aura do Frostbite e sentir seu cheiro, de alguma forma se impedindo de fazer ambos ao mesmo tempo pois sabia que ia dar confusão se o fizesse. Quando Sandy veio para iniciar a festividade, Bunny agradeceu qualquer divindade por isso.

Apenas para amaldiçoá-la depois, ao ser colocado de frente a Jack, que se sentava no parapeito da janela. Mesmo que fechada, algum vento entrava pelas bordas, ou a imaginação de Bunny trabalhou para imaginar isso ao sentir o perfume do Espírito de Inverno assaltá-lo com força total.

Sandy começou, os símbolos animados e quase rápidos demais, tentando dar pistas de quem era seu amigo secreto para eles adivinharem.

É claro que como uma bengala de açúcar foi um dos primeiros símbolos, todos sabiam que era Nick, mas deixaram ele continuar seu discurso acalorado. Terminando com um meneio de mãos, Sandy voltou 0a se sentar, as perninhas balançando enquanto esperava a resposta deles.

-- Nick. -- Responderam Bunny e Tooth em uníssono. Norte estava presunçoso, enquanto Jack olhava tudo curioso. Aprendendo e absorvendo como funcionava aquela dinâmica.

Como Aster estava aprendendo e absorvendo Jack.

Nick pegou o pacote dourado com zelo, o abrindo com seus dedos grandes e se atrapalhando um pouco. Era um conjunto de ferramentas para esculpir, pequenos e delicados, mas mesmo assim Bunny sabia que ele faria bom uso, assim como os pequeninos martelos que usava para esculpir gelo.

-- Bom, eu adorei, Sandy! -- Ele agarrou o homenzinho em um abraço de urso, ao mesmo tempo em que Sandman dava batidinhas em seus ombros, sorrindo também. -- Agora, é a minha vez! -- Disse, ao se afastar.

-- Não. Agora é o Jack. -- Tooth disse. -- É a primeira vez dele, e ele só não foi o primeiro porque não sabia como a dinâmica funcionava. Agora ele sabe e irá, certo?

Jack parecia nervoso e tímido. Um rubor suave pintava suas bochechas, e o perfume dele se intensificou com a ação. Bunny contraiu o focinho ao senti-lo, tentando bloqueá-lo. As penas de Tooth se aprumaram, ela se remexendo na poltrona, nervosa.

Parando para pensar, Tooth ficou inquieta o tempo todo, tentando manter a atenção de Jack sobre ela. Alisando as penas, rindo afetadamente, se inclinando na direção dele.

Flertando abertamente.

Isso só podia significar três coisas:

1º- Bunny não estava louco, imaginando aquelas sensações;

2º- Se Tooth podia sentí-lo (ou pelo menos parte daquele perfume indescritível, já que não tinha um olfato como o de Bunny), só podia indicar uma coisa: Um espírito de inverno em seu período fértil. Aster não conseguia se lembrar dos detalhes dos livros, a mente enevoada e perdida como estava. Sabia que Norte e Sandy eram imunes já que não pensavam em Jack dessa forma, porque pareciam normais, ou o mais normal que podiam ser no cotidiano;

3º- Bunny estava mais incomodado com o fato de Toothiana estar interessada em Jack do que pelo seu evidente interesse.

-- Então... -- A voz de Jack o tirou do transe, a timidez o tornando pequeno enquanto encarava o embrulho, trazendo a Bunny uma vontade inexplicável de segurar o garoto em seus braços. O que foi aterrorizante. Intimidador. -- Eu devo falar quem é e depois dizer as características do amigo secreto?

O contrário, Jack. Sandy respondeu com imagens e o trinado suave de sua areia, já que tanto Aster quanto Tooth estavam perdidos demais no Guardião da Alegria.

-- Mas você começou com o nome do Papai Noel. -- Jack respondeu com uma carranca duvidosa, mostrando o mesmo símbolo que Sandy tenha feito antes, a bengala doce de natal de geada brilhando entre suas palmas abertas. Bunny adorou que um deles pudesse se comunicar da mesma forma que o Guardião dos Sonhos enquanto os dois discutiam com símbolos, areia e geada rápidos.

-- Esqueça o Sandy, faça como lhe dissemos. -- Norte anuncia, depois de chegar e ver a cacofonia de imagens. Bunny sequer havia notao que ele tinha saído.

-- Okay. Bom, meu amigo secreto é um ser inquieto. -- Ele começou, não olhando para ninguém além do embrulho em seu colo. -- Não se importa muito com espaço pessoal e o respeita bem pouco. Não sei exatamente o que esse ser é, mas é legal. E tem os melhores chás, sem dúvidas, além de voar muito bem.

-- Tooth. -- North disse, batendo palmas. Bunny tentou não se sentir estranho ao notar que a outra pessoa que estava afetada por Jack fosse o destinatário do presente dele.

Ela se lançou nos braços de Jack, e Bunny cravou as garras nos braços da poltrona. Um rosnado nasceu em sua garganta, mas Aster o engoliu antes que viesse à tona. Jack se encolheu, e parecia muito desconfortável com o contato, o que apenas aumentou a vontade dele em interromper a cena que se desenrolava a sua frente. Por fim, Tooth se afastou, ao notar a falta de ação de Jack, que só então conseguiu entregar o embrulho a ela.

Ela o abriu sorridente, o laço prateado caindo do papel roxo, que logo foi aberto com cuidado. A caixa estava cheia de isopor, e quando Tooth ergueu o objeto, até mesmo Bunny ficou impressionado, enquanto ela encarava a caixinha de laca com amor. Ela era redonda, branca, com desenhos de cerejeiras delicados, feitos a mão ele apostava, o rosa contrastando com as cores dos galhos, os detalhes dourados brilhando contra a luz. A Fada do Dente a abriu, depois de sair do transe, sorrindo para Jack antes de mostrar aos outros. Haviam saquinhos de chá com os aromas mais diferentes que eles devem ter visto, além de doces delicados, que Jack afirmou que eram sem açúcar quando Tooth o encarou outra vez.

Aster não sabia o que dizer. Era como se Jack conhecesse bem a fada, porque o próprio Pooka não saberia encontrar um presente mais perfeito.

Isso não devia deixá-lo com ciúmes, não mesmo.

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Notas Finais:

Espero que tenham gostado!
Até mais!

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora