Sobre Frio, Verde e Beijos

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Notas Iniciais:

Voltei!
Mais tarde do que esperava, mas aqui estou.
Boa leitura!

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Não sabia quantas horas haviam se passado

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Não sabia quantas horas haviam se passado. Mas sabia que eram horas. Mesmo que seu senso de tempo fosse horrível depois de tanto tempo sem uso, ele sabia pela quantidade de músicas que começaram e terminaram enquanto ele observava a festa de fora, do mesmo lugar onde Bunny o deixara.

Tooth o cumprimentou de longe uma vez, e Sandy se aproximou para um "Olá" também breve, e desde então Jack permaneceu naquele canto sob o peitoril da grande janela de Norte. O próprio anfitrião já havia saído a muito tempo para começar seu trabalho, sem nem mesmo notar que ele estava ali.

Alguns dos convidados o fizeram, entretanto. E não foi agradável a forma como o olharam, como se questionassem o porquê dele estar ali, o ignorando logo em seguida. Jack achou que por ser um Guardião, ele teria um pouco mais de visibilidade, mas se fosse dessa forma, ele prefiria continuar como estava antes de tudo aquilo.

Muitos convidados chegaram e muitos se foram. A lua mudou de posição, muito perto do horizonte para começar a anunciar a chegada da manhã, e quando a 9° Sinfonia de Beethoven começou, ele se obrigou a levantar e sair de fininho dali.

Que ironia. Pensou com um riso amargo, enquanto se sentava em um dos bancos cobertos de neve do lado de fora da casa do Norte. À Alegria soava em seus ouvidos ainda, mesmo que se sentisse mais vazio e triste do que quando entrara. O vento forte fazia com que sua capa voasse, o laço agora desfeito sendo levado para longe depois de solto. Mesmo que fosse um espírito de inverno, Jack sentia frio desde o momento em que saíra do salão, então abotoou o gibão e seus dedos se atrapalhando por causa da luva, não percebendo o ser peludo que se aproximava.

Quando terminou, o vento continuava sacudindo sua capa enquanto guardava a máscara em um dos bolsos dela, e Jack estava prestes a voltar a caminhar quando o viu. A neve forte e a falta de luz quase o fez acreditar que era Bunny, e um lampejo de esperança e alegria o acendeu, mas logo apagou. O pelo marrom dele parecia mais pesado e desgrenhado, diferente do sempre alinhado e de aparência macia de Bunny, e seus olhos eram castanhos, não o verde primaveril do Coelhindo da Páscoa, e as orelhas eram curtas e os dentes proeminentes.

No geral, ele tinha a cara de um roedor, então só podia ser o Marmota de quem Bunny sempre falava.

-- Aqui não é um lugar legal para se ficar. -- A criatura disse enquanto se aproximava, se sentando ao seu lado. Ele tentava fingir que não sentia frio, mas falhava nisso. -- Porquê não vamos para um lugar mais quente, querido...?

-- Jack. -- Respondeu quando notou que a pausa era para que ele se apresentasse. Nunca ninguém o chamou de querido, exceto sua mãe em suas memórias, mas não foi no tom que aquele cara o chamava.

Ao Cair da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora