Notas Iniciais:
Eu os aconselho a, hã... ler com calma.
Boa leitura!
(Imagem meramente ilustrativa. Só porque ela é fofa mesmo kkk)
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Ficar em um lugar fechado com Jack era uma provação. Principalmente porque ele parecia mais confortável em se manter próximo, diferente de quando chegou e se mantinha sempre em seu quarto. Não que Bunny reclamasse, longe disso, mas nesse momento era uma doce tortura.
Ele conseguiu manter um diálogo meramente consciente com o espírito, enquanto o cheiro dos biscoitos recém saídos do forno não faziam nada para diminuir o efeito do perfume de Jack, ali tão perto, sentado na cadeira.
E sem sombra de dúvidas a nuance de contentamento e alegria simples que sentiu quando serviu os biscoitos de chocolate para ele só pioraram tudo. O sorriso mais brilhante ao partir um deles e ver o chocolate derretendo, e os malditos sons que ele fazia enquanto mastigava, praticamente ronronando ou gemendo de satisfação.
-- Isso é tão bom, Bunny. -- Ele falou naquele tom manhoso que só alimentava o lado faminto de Aster, e que a Lua o perdoasse por achar o som da voz dele sensual naquele momento. -- Sem sombra de dúvidas o melhor.
-- Deixe os Yetis ouvirem isso. -- Brincou, desviando os olhos do garoto e enterrando as garras na palma da mão, respirando fundo e se arrependendo.
-- Você sabe que os elfos lambem os biscoitos, não é? -- Jack perguntou, mordendo outro e se derretendo. -- Aquele que aceitei ontem foi um que o elfo guardou para mim. Ele disse que foi muito tentador não roer as beiradas, mas não o fez.
Bunny riu, a amenidade da situação acalmando seus instintos, até o momento em que Jack terminou seu chá, guardando o restante dos biscoitos para depois. O pooka estava distraído demais para notar o que ele fazia até que ouviu o barulho de água corrente, e bastou um olhar para trás para que algo clicasse.
Jack lavando a louça, cantarolando baixinho enquanto esfregava a bacia da massa.
Jack cuidando da casa, como um bom parceiro faria.
Não que Bunny exigisse isso dele, já que particularmente ele preferia cuidar de suas coisas no seu jeito metódico e saber onde tudo estava. Jack foi o único que pode mexer em sua casa nesse sentido, e não conseguiu sentir nenhuma repreensão nisso.
E agora, o vendo ali, cantarolando uma canção infantil e lavando as xícaras, com o perfume dele e o cheiro de Aster misturados, tudo gritava em seus instintos para por em prática o vínculo. Sem sombra de dúvidas Jack seria o parceiro perfeito para ele, depois de todos esses milênios de solidão sem achar ninguém meramente compatível como o espírito era. Ninguém o atingiu antes como só ele fazia.
O corpo de Bunny doía de vontade de abraçá-lo agora, sentir o corpo dele contra o seu e surpreendê-lo enquanto ele lavava a louça. Ele daria o mundo para enterrar o rosto naquele pescoço bonito, sentindo a essência dele logo da fonte, sentindo o gosto da pele dele enquanto o fazia suspirar.
Deuses, ele nem sabia se teria forças o suficiente para levá-lo até seu ninho, porque ele podia fazer o garoto gritar e implorar por mais ali mesmo, a bancada e a mesa fornecendo todo o apoio necessário. Mas ele ainda era um ser antiquado, presos nos antigos costumes o suficiente para querer ir lentamente, então provavelmente ele calaria com muito esforço o lado irracional e carregaria o garoto aos beijos até seu quarto, e a Lua sabia como era atraente a ideia de tê-lo em seu ninho, de como seria gratificante ter seu quarto com o perfume dele e levar o garoto onde o seu próprio cheiro era mais forte.
Ele levaria seu tempo para despi-lo, beijando com calma e reverência cada centímetro de pele conquistados. Ele faria o espírito arfar e pedir por mais, o levando ao limite antes de começar a pensar em si mesmo. Ele o asseguraria do quanto ele era insubstituível, e faria de tudo para varrer a insegurança dele para longe enquanto tecia elogios em seu ouvido, o amando com uma calma avassaladora. Eles teriam tempo para tornar as coisas rápidas em outro momento. Ele o seguraria por perto, ouvindo como a respiração dele se acalmaria aos poucos, seguro nos braços dele. Ele sentiria em primeira mão a magia da Alegria nele, não tinha dúvidas.
-- Bunny? -- Jack disse, com um pouco de preocupação, o trazendo para a realidade. Aster se amaldiçoou por divagar tanto, sabendo como seria ruim se ficasse realmente ficasse excitado na frente do menino. Do quanto o assustaria. -- Pedi para que me alcançasse sua xícara. Só falta ela. -- Ele a pegou quando a estendeu, tomando muito cuidado para não tocar na mão dele. -- Há alguma coisa errada? Você ficou me encarando por um tempo.
-- Você falou algo sobre roupas esses dias. -- Ele disse, mudando de assunto e focando em outra coisa que não fosse a camisa branca molhada dele, que marcava o abdomen liso. Nem sequer reparou quando ele se livrou do moletom. -- Posso passar no mercado um dia desses, se quiser.
-- Eu preferiria que me trouxesse alguns tecidos. -- Ele disse, algo como um olhar sonhador no rosto. -- Vi que tem uma sala de costura, e gostaria de colocar alguns modelos em prática.
-- Ah, sim. -- Bunny se lembrou da máquina que ganhou do Norte, depois que ele diminuiu a produção de roupa para as crianças e começou a focar em brinquedos. -- Não sabia que costurava.
-- Eu não o faço... mais. -- Ele pareceu confuso. -- Quer dizer, eu tenho memórias da minha mãe me ensinando todo tipo de costura a mão e artesanato, mas as memórias estão voltando aos poucos, e não tenho certeza se ainda consigo costurar à mão. Mas queria tentar na máquina.
-- Certo. -- Aster quase grunhiu ao sentir seus instintos alfinetá-lo outra vez. Esse garoto o mataria, sem dúvidas. -- Livros. Eu tenho livros de costura, eu acho. Tenho um pouco de tudo na biblioteca.
-- Pitch me deu alguns também. -- E aquele sorriso pequeno, a menção do nome, fez com que algo negativo em si viesse à tona, mas Jack não pareceu perceber. Ele não devia se sentir possessivo, afinal não tinham qualquer relação e mesmo se tivesse, Aster sempre foi a favor da liberdade individual de todos os seres, não devia ser diferente agora.
Mas Breu era perigoso, assassino e manipulador. Talvez fosse isso que causava essa onda de proteção. Ele resolveu não responder, avisando que estaria arrumando a sala quando Jack começou a limpar a mesa, não suportando ficar mais um segundo ali ao imaginar as coisas que poderiam fazer sobre ela.
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Notas Finais:
Bom, os instintos de Aster continuam alfinetando.
E os de Jack também, mesmo que ele não perceba. O fato dele se sentir seguro e contente com Bunny ao ponto de se deixar ser próximo é um indicativo de que as coisas estão andando bem entre os dois.
Bom, isso é tudo, pessoal!
Até mais!
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Ao Cair da Neve
ФанфикConforme as coisas se acalmam depois do confronto com Breu, Jack tem tempo para reavaliar seus poderes. Reavaliar sua vida, e qual o sentido dela. Enquanto isso, uma nova ameaça desponta do horizonte, prometendo a ruína dos Guardiões de dentro para...