Arrumei minha ultima mala antes de parar de frente para a janela, e pensar em como tudo desandou, desde que eu e Frenkie nos beijamos pela primeira vez.
Talvez não fosse para acontecer, talvez fosse um erro por sermos dois jovens imaturos na família errada.
Desci com as minhas malas até o carro do meu pai que me esperava na rua. Ele como sempre usando um óculos escuro, e uma jaqueta de couro. O seu cabelo agora está grisalho e bagunçado.
- Posso te abraçar? - Ele perguntou.
- Claro, pai. - Puxei-o para um abraço demorado, com muita saudade. Eu queria nesse momento poder jogar tudo na cara dele, mas eu não conseguia, sou refém de um amor paterno que não existe, mesmo que esteja desgastado, eu não consigo fingir que não sinto sua falta.
- Eu preciso fazer uma coisa antes de ir. - Eu disse voltando para a casa.
Subi as escadas correndo em direção ao quarto de Frenkie. Não esperei que ele fosse abrir a porta para mim, eu apenas a empurrei com força.
- Pensei que tinha ido embora sem se despedir. - Seus olhos brilhavam ao me ver.
- Eu não faria isso com você... Depois do que aconteceu entre a gente.
- Eu sinto muito que tudo isso tenha acontecido, a culpa é minha. - Ele disse.
- Não, não é. Não sei o que dizer além de que tudo significou muito para mim. Quero que saiba disso, e mesmo assim não é como se eu estivesse indo para outro país, só não vamos mais conviver na mesma casa.
- Eu sei disso. Eu vou sentir a sua falta, todos os dias. - Ele olhou para o chão, depois andou até a minha direção.
- Quer saber? Foda-se. - Frenkie se inclinou para buscar os meus lábios violentamente. Suas mãos puxavam a minha cintura para mais perto, eu o apertava forte para mim.
- Quando você vai? - Ele quebrou o beijo, ansioso.
- O meu pai já está me esperando.
- Droga! - Ele disse.
Frenkie me deu um último beijo desesperado. Quando ele se afastou, agarrei-o de novo pela jaqueta, eu não queria ir embora. Ele esperou, até eu aceitar que estava mesmo deixando aquela casa, aquilo me fazia querer chorar.
- Você quer desistir?
- Desistir de você? - Ele afasta o cabelo de meu rosto,
- Sim. - Suspirei.
- Eu nunca faria isso - Sua testa encosta delicadamente na minha - Eu te amo, e acho que eu nunca disse isso antes, mas eu amo você. E quando a gente ama, a gente luta, eu estou disposto a lutar por você, Sachie.
Apenas não preciso dizer nada. Nossos olhos se encaram dizendo tudo.
- Eu amo você.
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Barcelona - Frenkie De Jong
RandomSachie é uma jovem universitária que precisará lidar com as mudanças bruscas em sua vida, quando conhece um jogador de futebol que mudará o seu rumo e o da sua família para sempre. Ela está dividida entre amar o seu meio-irmão e prezar pela sua nova...