Capítulo 5 - Os Primeiros Passos

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tt: awnchickens

É aquele ditado, né? O aniversário é meu, mas são vocês que ganham presente!

Nesse dia 27/04 a autora que vos fala está completando 27 anos. Como 27, para mim, é um número mágico que aprendi a valorizar com Fifth Harmony (meu aniversário, aniversário da Lauren, dia da criação do grupo), tenho uma mania de dizer que coisas boas acontecem no dia 27. Por isso, decidi aproveitar uma produtividade insana de escrita que bateu no fim de semana para atualizar as fanfics e dar um presente para vocês que me acompanham aqui ou em HER.

Para os fãs de HER, o capítulo já está pronto. Falta só revisar. Pretendo postar de madrugada depois da eliminação no BBB (Fora Arthur!) e do jogo do Flamengo. Aguardem.

Boa leitura!

***

Novembro, 2018

Camila

O necrotério do Departamento de Polícia de Nova York era uma sequência de corredores e portas frias esterilizadas em um dos níveis subterrâneos do edifício oficial. Assim que o elevador se abriu, Jauregui saiu caminhando alguns passos na minha frente enquanto seguíamos juntas na direção do escritório de Brooke. Ally estava esperando na entrada, já preparada com as roupas de proteção, as luvas nas mãos e a touca no cabelo para impedir que qualquer fio seu contaminasse os corpos armazenados.

— Nunca achei viveria para ver vocês duas trabalhando juntas em um caso. — Ally cruzou os braços, tentando segurar o riso. Cada vez mais eu descobria que minha relação com Jauregui parecia uma grande piada para metade da polícia Nova Yorkina. — Só para deixar claro, meus serviços não estão abertos para vocês caso acabem se matando no meio do caminho.

Ela puxou Lauren para um abraço, gesto que sempre parecia uma aberração da natureza para mim, já que constantemente eu esquecia que Jauregui era capaz de demonstrar sentimentos além de arrogância e petulância. A policial abriu um sorriso e cumprimentou Ally antes da médica parar na minha frente e me dar o tipo de sorriso que eu estava ficando cansada de receber. Cheio de comiseração.

— Já sei. Você vai me perguntar como eu estou — disse antes que Ally pudesse fazer a pergunta que meus ouvidos não aguentavam mais escutar.

— A gente só se preocupa com você. — Ela se defendeu. Eu concordei com a cabeça e aceitei o abraço que suas mãos abertas ofereceram.

Ally era um pequeno raio de sol no meio daquele mundo sombrio com tanta morte que chamávamos de trabalho. Ela tinha o poder de fazer as pessoas se sentirem bem, o que era irônico considerando que ela passava a maior parte do seu tempo cuidando de quem não conseguia sentir mais nada.

— Se você precisar de qualquer coisa... — ela tentou falar, mas eu interrompi. Eu amava Ally, mas aquele dia estava se tornando longo demais e a última coisa que queria era conversar mais uma vez sobre aquele assunto.

— Eu sei — garanti e ela me analisou uma última vez antes de se virar e começar a andar.

— Vamos. Vou levar vocês até Jessica. — Nós caminhamos juntas pelo corredor, seguindo a legista que conhecia aquele labirinto de portas como ninguém.

Ela parou na frente da entrada de uma das salas frias destinadas aos corpos e entregou os equipamentos de proteção para mim e para Jauregui. Eu coloquei as luvas, escondi meu cabelo embaixo da touca e vesti a roupa com cheiro de morte e hospital por cima do meu blazer. Ally empurrou a maçaneta e se dirigiu até uma das gavetas metálicas que guardavam o pouco que restava de vidas que rapidamente se tornavam números em relatórios.

Fire & BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora