Capítulo 34 - O Natal

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tt da fanfic: fireandbloodfic

tt da autora: awnchickens

Chegamos com um dos capítulos mais esperados da fanfic! Certeza que vai entrar no Top 5 de vocês.

Boa leitura!

***

Camila

Os movimentos eram automáticos. As mãos cravadas no metal, os braços esticados e os olhos atentos. O indicador no gatilho esperava o momento certo de atacar. Quando o suspeito entrou na linha da mira no fim do corredor, eu atirei. Sem dúvidas, nunca disposta a hesitar.

O som das balas estourando ricocheteou nas paredes vazias e voltou até meus ouvidos. Uma, duas, três, quatro vezes. Os buracos certeiros surgiram na silhueta.

O primeiro no peito, bem no ponto onde um coração deveria bater. O segundo, no centro do abdômen, rompendo as paredes do fígado e causando uma hemorragia interna fatal caso não fosse tratada a tempo. Os dois últimos, perfeitamente posicionados entre os olhos, tão frios quanto a execução de um assassino de aluguel.

Eu respirei fundo, sentindo o suor escorrer pela linha da minha espinha, a descarga de adrenalina mantendo meus braços erguidos mesmo quando tudo acabou. Alguns segundos passaram entre o silêncio ensurdecedor que ainda ecoava o barulho inconfundível da pistola estourando e o zunido insistente nos meus tímpanos causado pelas explosões.

Devagar, eu abaixei a arma, sentindo a dor da tensão queimar pelos meus ombros e meus músculos, descer pelas minhas costas e finalmente ceder.

As luzes se acenderam, dando fim à simulação. Eu tirei os óculos e os protetores auditivos, travando a pistola antes de deixá-la em cima do balcão e assistindo enquanto a silhueta de papel era automaticamente carregada até onde eu estava pelo mecanismo de treinamento.

O desenho do corpo humano deslizou para fora dos prendedores quando o puxei, analisando o meu próprio trabalho. Eu sentia falta daquilo. Da expectativa. Da descarga elétrica de uma ação em campo. Do pensamento acelerado, do corpo suado e do estado de alerta.

Mais do que nunca, estar preparada para situações assim era importante. Nos últimos dias, eu estava descobrindo cada vez mais que estar fora daquele caso me deixava muito mais preocupada do que estar no centro dele e eu não podia me dar ao luxo de abaixar a guarda, de ficar fora de forma, de não estar com a mente e corpo ativos e prontos para reagir.

Não quando a certeza de que a decisão de Frank traria consequências não saía da minha cabeça. Não quando a polícia de Nova York tinha sido obrigada a retirar as patrulhas que protegiam os nossos apartamentos ao perder a jurisdição da investigação.

Nick, Alessia, Billie, Finneas e todos os outros patrulhas que tinham passado semanas revezando em seus postos fixos foram dispensados para outros serviços. Era o caminho natural desenhado pela estagnação. Sem novas mortes, a ameaça de um ataque parecia distante e nós não podíamos continuar comprometendo mão de obra e dinheiro público em vigílias inúteis enquanto existiam outros trabalhos e outros problemas que também precisavam de atenção. Se o FBI não decidisse retomar a proteção sobre mim e sobre Lauren, nós estávamos, entre muitos protestos de Olivia, oficialmente sozinhas.

Eu suspirei, limpando o suor do rosto e sentindo meu sangue gelar ao pensar na última parte. Estava tirando o meu sono, me deixando inquieta e me fazendo sentir falta dos cuidados de coisas que costumava odiar. Eu não gostava de ser vigiada, mas agora, eu sentia falta das luzes vermelhas e azuis batendo nas paredes de casa antes de dormir.

— Me lembra de nunca cruzar o seu caminho quando você estiver com uma arma na mão. — A voz rouca me fez sorrir e afastar ainda mais pistola, como se tê-la por perto fosse um crime.

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