Fire & Blood

Capítulo 15.5 - Direito Penal

tt: awnchickens

N/A: por favor, leiam as notas finais. Informações importantes por lá.

Por sinal, 20K palavras de HER seguidas por 11K de F&B me deram TENDINITE NO OMBRO. Algo que eu nunca senti NA VIDA. Agora vou descansar esperando MUITOS COMENTÁRIOS para compensar o meu esforço.

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Agosto, 2012 – Miami

Camila

— Instintos! — Gibbins andava de um lado para o outro enquanto observava os cadetes enfileirados na sala de prática de defesa pessoal. Os meus pés descalços afundaram no chão acolchoado quando ele parou e cruzou as mãos atrás das costas, refletindo perfeitamente a posição de descanso que éramos obrigados a manter durante os breves intervalos do treinamento. — Nós já testamos os de vocês em uma simulação de resgate. Agora, vamos testar em um combate um a um.

Sua atenção percorreu as linhas de recrutas e eu respirei fundo, tentando ignorar a presença dos olhos verdes que me encaravam através do reflexo na parede espelhada. Era a segunda semana na academia e Lauren Jauregui seguia ostentando a sua pose inabalável de um mistério irritante.

Novos dias de convivência com Jauregui em um quarto apertado tinham me obrigado a aprender ainda mais sobre os seus hábitos e as suas manias. Policiais eram observadores por natureza. Pelo menos, era isso que eu continuava dizendo para mim mesma na esperança de me convencer de que não existia outro motivo para a minha concentração se prender tão facilmente em uma pessoa que eu mal conhecia.

Os anos sendo criada pelos meus pais tornavam impossível a ideia de passar tanto tempo com alguém e não reparar. Afinal, Jauregui podia ser uma psicopata pronta para me matar durante o sono e eu não saberia se não reparasse.

Mesmo assim, eu tinha certeza que não deveria estar focada na forma que Lauren sorria de um jeito diferente quando lia livros de poesia ou em como o seu gosto musical se resumia a músicas clássicas de rock e Elton John. Ela ainda acordava cedo demais todos os dias. Ela ainda fazia questão de sentar sozinha no refeitório. E, principalmente, ela ainda encontrava um prazer desmedido em todas as oportunidades que tinha de infernizar a minha vida.

— Saber se portar em um combate físico é tão essencial quanto saber atirar. O erro de muitos policiais é contar com a certeza da segurança de uma pistola. Mas, nas ruas, nunca se sabe quando você vai estar frente à frente com o perigo sem uma arma na mão.

Gibbins continuou com o seu discurso. Noventa por cento das suas táticas pedagógicas se baseavam em pintar cenários hipotéticos que envolvessem a nossa morte.

— Assim como nós fizemos lá fora — ele apontou em uma direção aleatória que eu tinha certeza que não era a do pátio onde os seus exercícios de subir escadas e pular muros quase tinham nos feito morrer —, antes de técnica, eu quero ver o que vocês conseguem fazer sozinhos, contando apenas com intuição. — Ele voltou a caminhar e indicou o fundo da sala, onde dezenas de pares de algemas esperavam espalhados pelo chão.

— Vocês vão se dividir em duplas, cada um com o seu colega de quarto! O exercício é simples! Eu dou o sinal e vocês correm para pegar um par de algemas antes de começar um combate justo e amistoso com o seu companheiro! Sem golpes baixos e, principalmente, sem ninguém sair machucado!

Gibbins fez questão de frisar aquela última parte, mas as suas palavras pareciam significar absolutamente nada perto do sorriso arrogante que Jauregui me deu pelo espelho.

Eu revirei os olhos, cruzando as minhas mãos na frente do corpo e fingindo estar me ajeitando antes de voltar para a posição rígida. Tempo suficiente para esticar o meu dedo do meio e receber um sorriso ainda mais largo.