eu poderia te amar uma vida inteira

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Maite se divertiu muito naquela noite. Ela conseguiu entender porque Alfonso encontrava em Alex e William tão bons amigos, eles realmente eram pessoas incríveis e com certeza gostaria de tê-los conhecido mais cedo. No final, tomaram as duas garrafas inteiras que o casal havia levado e ainda começaram uma terceira, agora de vinho branco, para fechar a noite. Antes de apagar completamente, se lembrou de Alfonso abraçado a ela, seu rosto em seu lugar favorito, a curva de seu pescoço e ela lembra de sentir paz.

No domingo o quarteto voltou a se reunir no jogo de rugby que Alfonso tinha marcado. Foi a primeira vez que Maite o viu inserido em seu mundo e foi algo que ela gostava muito de observar. Não que ele fosse muito diferente de como quando estava com ela, mas era um lado dele que ela ainda não conhecia e isso a deixava intrigada, de certo modo. Ao final da partida Alfonso a agarrou pela cintura, levantando-a do chão sob gritos de protesto e risos de ambos.

"Se eu soubesse que me sujaria por tabela eu teria trago uma nova muda de roupas" Ela resmungou enquanto ele a colocava no chão outra vez. 

"Achei que gostasse de algo mais rústico" Alfonso brincou, depositando um beijo rapido em sua bochecha, a fazendo rir. 

"Você está coberto por grama, terra e suor. O sonho de qualquer garota, realmente" Maite rebateu o provocando com um sorriso ironico nos lábios, fazendo Alfonso rir. 


Na segunda feira, Maite recebeu uma ligação de Robert pedindo para que se encontrassem em um café para assinarem alguns documentos. Ele alegou que seria mais prático que contatar advogados nessa fase inicial, sendo que ele já tinha arranjado uma pessoa para cuidar de toda a negociação de compra e venda do imóvel que tinham. Relutante, ela acabou aceitando o convite, com a segurança de saber que o lugar que tinham escolhido era público e ela podia ir embora a qualquer momento que quisesse. Assim foi. No horário de almoço, Maite se esquivou de Blair e foi encontrar com Robert no café em que ele havia trazido no dia em que explicou suas razões de ter traído. Ela só percebeu que era o mesmo lugar quando parou na frente. Não demorou para encontra-lo. Ele tinha uma camisa social branca e a gravata afrouxada.

"Robert" cumprimentou, se sentando de frente pra ele. Maite tirou o casaco que levava e não viu quando ele chamou o garçom.

"Maite, que bom que veio" Disse, os olhos vidrados nela. O garçom se aproximou pronto para tomar o pedido. "Vou querer o penne ao molho branco. Minha-" Maite ergueu o olhar. "A senhorita aqui vai querer a salada césar com molho separado." Ela franziu o cenho. "Acertei?"

"Acho que posso pedir minha própria comida." Ela rebateu, o encarando, então se virou para o garçom. "Por favor, a salada e também uma água com gás e limão." Ela podia ver o sorriso contido de Robert do outro lado da mesa, mas decidiu não focar nisso.

Os pouco mais de cinco anos juntos mais do que suficientes para que Robert soubesse de tudo o que Maite gostava e o que não a agradava. No início era algo que ela achava fofo, mas só depois de terminar foi percebendo que talvez ele quisesse apenas ter o controle de qualquer situação em que ela tivesse alguma opção de escolha.

O garçom se retirou e seu olhar voltou a repousar no dele. "Eu queria primeiro só agradecer por você aparecer, não sabe como eu aprecio." Maite apertou os lábios, tentando parecer casual. "Eu sei que não tinha o direito de te impor nem pedir nada e ainda assim, você veio."

"Bem, precisamos falar sobre a casa. É por isso que estou aqui e nada mais." Ela respondeu, mantendo o olhar sério no dele.

"Certo. Claro." Robert se ajeitou na cadeira e Maite pode ver pelo movimento agitado das mãos que ele estava nervoso. "Eu pensei que poderíamos ir ao cartório na próxima semana e assinar a carta de separação de propriedade. Tomei a liberdade de colocar o anúncio de venda semana passada e já recebi algumas ofertas, podemos revê-las e tomar uma decisão em comum."

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