me perdoe, amor, por ter te amado errado

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"O que está fazendo aqui?" Ela perguntou, olhando para os lados. As salas tinham paredes de vidro com persianas de cima abaixo.  "Se Blair te vê aqui, te mata. Não estou brincando." Ela passou a fechar as persianas de madeira, enquanto Robert ia de um lado ao outro, notavelmente nervoso.

"Disse que você estava me esperando. Eu não aguento mais esperar, Maite. Preciso te contar o que aconteceu" 

"Eu sei que temos que ter essa conversa, Robert, mas eu não estou em condições ..."

"Por favor, só me deixa explicar." Ela ponderou por um momento e considerou o pedido. Dali a algumas horas ela iria para sua sessão com o doutor Mills, mas talvez pudesse adiantar sua saída.

"Está bem. Mas não aqui, me encontre no café da esquina em vinte minutos."

"Maite..."

"Eu irei, Robert. Agora vá, para que eu possa organizar minha saída." Mandou.

"Está bem" Ele ficou mais um instante observando ela ir de um lado ao outro, organizando pastas em pequenas pilhas e anotando coisas em sua agenda. 

"Tente não encontrar a Blair no caminho, de alguma forma ela te odeia mais que eu" Maite aconselhou, sem olhar para ele. Robert coçou a barba por fazer e deu um pequeno sorriso ao imaginar Blair furiosa, lembrando que seu passatempo favorito era irritá-la. 

"Certo. Te encontro lá." E saiu porta a fora, deixando Maite aflita com os seus afazeres. Ela chegou a considerar não ir e deixá-li plantado, mas sabia que isso só iria agravar a situação. Sabia que quando Robert queria algo não poderia fazê-lo mudar de ideia. Rabiscou um bilhete para Blair e, com o resto de coragem que lhe sobrou, ela agarrou a bolsa e saiu. 

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Me perdoe, amor, por ter pecado, por ter errado com você 


"Primeiro queria pedir desculpas pela cena que você viu. Você merece tanto mais, Maite. Eu tenho consciência do que fiz, sei que errei."

"Só me diga o que tem pra dizer, Robert" Maite pediu, cansada. 

"E-eu não sei quando foi que nos separamos, Mai. Quando mesmo que estivéssemos juntos, estávamos longe um do outro, você lembra de como costumávamos ser inseparáveis? Um era do outro e nada mais?" Maite ficou calada. As lembranças a açoitavam dolorosamente. "Eu não lembro também, mas aconteceu. Nos distanciamos, não sei se por causa do trabalho ou da nossa convivência morando juntos, mas comecei a ficar mais tempo no escritório. Quem também estava lá era Jenna. Todos os dias, Mai, até depois de seu horário. às vezes ela aparecia antes também. Ela simplesmente estava lá. Todo santo dia."

Por ter te machucado além do que possa reparar, quando lágrimas apareceram e eu não me importei .

Me perdoe, amor, por ter pecado, por ter te amado errado 

"Então como via ela mais do que a mim, decidiu que ela era melhor. Acho que já consigo entender daqui pra frente, Robert." Concluiu ela, sabendo onde a história ia. 

"Por favor, me deixe explicar." Maite apertou os lábios, como fazia sempre que ficava nervosa e Robert reconheceu o movimento. Eles conheciam tanto um do outro que chegava a ser bizarro. Ele sabia que ela já não iria embora, então ele continuou. "Eu não sei o dia exato, mas numa dessas noites ela me beijou. Simplesmente me beijou após um longo dia de trabalho. Não me orgulho em confessar que me senti diferente."

"Foi bom então?" Maite perguntou com certo asco na voz.

"Não. Não foi bom nem ruim, apenas diferente, Mai"

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