"Por que demoramos tanto?" Maite perguntou assim que se separou dos lábios de Alfonso. Ainda estavam entrelaçados e ele tinha um sorriso bobo no rosto.
"Não sei porquê. Somos idiotas, bem, eu sei que eu sou." Alfonso respondeu, causando riso em Maite. Ela levou as mãos ao seu rosto e acariciou levemente. "Eu realmente gosto de você, Maite"
"Eu sei. Eu também" Afirmou de volta. Ele sorriu e lhe selou os lábios.
"Eu sei que pareceu repentino, mas juro que venho pensado nisso faz um tempo." Justificou ele, agora passando os dedos pelos fios de cabelo que caíam sobre os ombros de Maite. "Minha mãe pode ou não pode ter alguma culpa por isso."
"Pela demora, você diz?"
"Não, essa é minha culpa, só minha" Maite riu e se afastou um pouco. Ela foi até a cozinha enquanto Alfonso explicou sobre os conselhos que sua mãe lhe dava e como ele era medroso demais para tentar qualquer um deles. Maite tirou os ingredientes para o lanche de peru e suco de laranja.
"Sua mãe parece dar muitos bons conselhos" Ela disse, servindo um pouco de suco para Alfonso.
"Falando em mães, onde está a sua?" Ele perguntou, se aproximando dela, para tomar o copo.
"Foi dar um passeio pela cidade com meu pai, devem vir aqui mais tarde para se despedirem"
"Ontem foi pesado para você" Alfonso observou, vendo como Maite ainda reagia ao falar de Robert e tudo o que havia acontecido. Ela apenas assentiu, dando de ombros.
"Sim, mas me sinto aliviada por ter contado, sabe? Agora não há mais segredos entre nós." Alfonso tomou alguns goles do suco e assentiu. Maite deu uma rápida olhada no relógio da cozinha. "Blair e Nate não devem demorar para chegar. Eles ficaram de trazer o espumante para as mimosas" Explicou a ele, justificando o suco natural. A receita original levaria espumante e suco de laranja, mas não questionou quando ela lhe serviu apenas o suco.
"Está bom para mim" Maite sorriu e voltou a se aproximar dele. "Mai, sobre nosso beijo..."
"Foi bom, gostei mais do que deveria" Ela completou, com um sorriso travesso no rosto. Alfonso riu e deixou que ela o envolvesse com seus braços e apoiasse seu queixo em seu peito.
"São as palavras que eu ia dizer" Ambos riram e ela deu um pequeno beijo em seu pomo de adão. Ele tomou seu rosto entre suas mãos e a observou bem de perto. "Maite, eu sei que quero isso, que quero você, mas você...não me entenda errado, apenas não quero te pressionar. Você quer isso? Me quer assim?" Ele a viu ficar mais séria, mas o fantasma do sorriso ainda estava lá.
"Alfonso, você é a pessoa que mais quero ao meu lado, todo o tempo. Chega a ser louco, mas é a verdade. Acredite quando digo que só estou aqui por você, que sou uma pessoa melhor porque você me salvou de todas as maneiras que uma pessoa poderia ser salva. Não é só gratidão, não é só carinho, é algo mais forte que estou disposta a descobrir junto contigo." Ele bebeu cada palavra que Maite disse e a sondava com os olhos apaixonados. Alfonso a beijou novamente, como forma de selar aquela conversa, aquela nova união. E Maite, saudosa, o recebeu em seus braços, em sua alma e, principalmente em seu coração.
Eles foram cambaleantes, sem se desgrudar um do outro, até o sofá dela, onde ficaram se beijando e conhecendo esse novo lado um do outro, como parceiros, companheiros no amor. Maite descobriu que gostava do modo como ele a apertava levemente por onde suas mãos passava, causando arrepios por todo seu corpo. Alfonso, por sua vez, descobriu que sentia prazer no simples ato de sentir os dedos carinhosos de Maite passando por sua nuca, subindo de trás para frente, passando por seu couro cabeludo, chegando até seu rosto, onde ela desenhava formas aleatórias com a ponta dos dedos. E assim, descobrindo um ao outro, passaram todo o tempo até que ouviram o barulho do interfone soar insistentemente.
"Deve ser Blair" Maite disse entre os beijos que trocava com Alfonso. "Alfonso" Chamou. Mas ele não parava, então ela teve de por uma certa distancia entre os dois. Ele então abriu os olhos e encarou a mulher à sua frente. Ela tinha os cabelos um pouco alvoroçados, lábios levemente inchados e entreabertos, respiração ofegante e olhos ainda tentando focar na realidade. Isso o fez sorrir de canto, satisfeito com o que havia causado nela. "Ela não vai aparar enquanto não atendermos." Ela passou a mão pelos cabelos e deu uma rápida olhada em si mesma. "Droga. Não me troquei" Maite deu um salto do sofá e correu para o seu quarto, que na verdade era um cômodo com duas das paredes sendo de vitral, com cortinas longas do lado de dentro para dar mais privacidade. "Libera a entrada, por mim, por favor??" Gritou a Alfonso, que estava do lado de fora, ajeitando a si próprio. Maite havia lhe deixado descabelado e um pouco amarrotado, sem contar na festa que escondia debaixo da calça.
Ele correu até o interfone e abriu a porta externa para que o barulho incessante que Blair causava parasse enquanto corria os dedos pelos fios desgrenhados e ajeitava a camisa para não parecer tão amassada. Quando ouviu a fechadura mexer, Alfonso correu para tomar o último gole de suco que havia esquecido em cima da bancada e tentou parecer normal para quando Blair cruzasse a porta. Dava para notar alguns resmungos do lado de fora.
"Maite, eu juro por Deus que se você não tiver levantado ainda eu vou...Oh olá Alfonso" Ela cumprimentou, franzindo o cenho. Ele deu um sorriso simpático e foi até ela. Nathaniel estava logo atrás.
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Mais Que Palavras
FanfictionUm momento pode mudar sua vida para sempre. E Maite sentiu na pele o que é estar prestes a cometer a maior loucura e ser resgatada por um estranho que mudará sua vida para sempre.