O dia seguinte começou cedo. Maite havia colocado o celular para despertar perto das dez da manhã para que pudesse fazer tudo o que precisava. Começou lavando as roupas das malas dela e de Alfonso, depois partindo para seu armário, onde escolheu algumas peças extras e mais leves para levar na viagem à praia. Alfonso acordou cerca de uma depois, comprou algumas coisas para comerem de brunch e voltou para o apartamento dela.
"Encontrei aquele bolo que você gosta" Anunciou ele, tirando a caixinha de plástico de dentro da sacola de papel. "Erm, cenoura com cobertura de chocolate" Maite, que estava na lavanderia, botou a cabeça para fora do cômodo com um sorriso largo.
"Não acredito que você encontrou! Eu realmente adoro esse bolo" E voltou ao que fazia.
"Um mimo antes de partirmos para o aeroporto." Ele foi depositando os itens em cima da mesa para comerem. "Trouxe também sanduíches de peru e uma salada para o caminho."
"Perfeito, eu já vou, só preciso terminar de dobrar essas roupas aqui" Disse mais alto, enquanto tirava as peças já secas da máquina. "Parece que tudo dobrou de volume desde que fomos" Alfonso riu.
"E você nem usou tudo o que levou, considero isso uma vantagem" Maite ressurgiu, com uma pilha gigante nos braços. Alfonso foi até ela, distribuindo o peso. "Onde colocamos isso?"
"Vamos deixar aqui na sala, as debaixo são as suas, as de cima minhas, fica mais fácil pra você escolher o que vai levar." Ele assentiu e dividiu conforme ela havia dito. "Estou com muita fome" Reclamou, fazendo uma careta. Em seguida foi até a cozinha onde a mesa posta de Alfonso os esperava. Ao dar a primeira mordida no bolo, soltou um som de satisfação. Ele a observou, sorrindo. "Sério, esse bolo chega a ser um crime de tão bom que é" Reforçou, dando outra mordida.
"Eu acredito" Ele disse, se sentando para comer. "Sabia que você geme quando come?" Maite franziu o cenho. "É, você parece ficar absorta do mundo e solta um gemidinho fofo." Explicou. "Mas é só quando a comida é boa. Aconteceu quando comeu aquela torta que meu pai preparou no natal e também quando comemos a ceia da sua mãe no ano novo." Ela riu sem graça. "É como sei que você realmente gosta de algo."
"É alto? Digo, as pessoas percebem?" Perguntou, preocupada.
"Só quem presta atenção" Ela assentiu devagar, dando um sorriso. "Como eu."
"Sabe que isso é estranho, não é? Espiar as pessoas comerem." Alfonso deu de ombros.
"Sou estranho, mas acho que certas coisas só acontecem quando estou perto de você. Não consigo prestar atenção em nada além de você." Ele a viu corar. "É verdade"
"Eu sei, só é... diferente" Maite não sentia que merecia tanta atenção, mas mesmo assim Alfonso estava lá para ela e com ela. Por mais romântico que Robert fosse, ele não se comparava à Alfonso em nada.
Ao terminarem de comer, Alfonso partiu para sua casa para buscar algumas roupas e levar as que já não ia precisar na viagem. Com o voo marcado para o fim da noite, eles se programaram para irem juntos um par de horas antes. O sol de punha quando ele estacionou em frente ao prédio dela. Ela já o esperava no hall de entrada com as malas – havia uma a menos do que havia levado para o feriado de fim de ano. Ele desceu para ajuda-la e logo puderam seguir rumo ao aeroporto.
Chegaram em Cabo San Lucas quando o sol se levantava no horizonte. Maite se espreguiçou gostosamente em seu assento enquanto ouvia o capitão avisar que pousariam em minutos. Alfonso havia despertado minutos antes e a havia chamado, avisando que haviam chegado.
"Bom dia, linda" Ela sorriu, ajeitando o cabelo em uma trança rápida.
"Bom dia, amor" Ele se inclinou até ela e deu um beijo em sua testa. "Dormiu bem?"
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Mais Que Palavras
Fiksi PenggemarUm momento pode mudar sua vida para sempre. E Maite sentiu na pele o que é estar prestes a cometer a maior loucura e ser resgatada por um estranho que mudará sua vida para sempre.