Quando conheceu Felix há um ano atrás, pensou que tinha dado sorte em encontrar um garoto tão esperançoso e gentil. Aquele jeitinho travesso e simpático tinha encantado changbin de uma forma impressionante. Com apenas alguns meses de amizade confiava no australiano de olhos fechados. Sempre soube do interesse o ruivo nutria, e por isso lhe contou a verdade: ainda amava seus ex parceiros. Contudo, queria tentar ficar com o garoto estrangeiro se aquilo não fosse danificar a amizade que tinham. Felix concordou, mas ainda assim, naquela noite, tinha mostrado sua verdadeira face.
Ter dito tudo aquilo para changbin apenas ressaltou o fato que não devia confiar tanto nas pessoas. Confiou seu segredos como também confiou sua vida pessoal, o colocou num patamar muito alto onde ele acabou por tirar conclusões precipitadas. O moreno sentia raiva mais de si mesmo do que do Lee. Se fosse antes, com certeza teria batido no ruivo ou até mesmo iniciado uma sessão de xingamentos sem fim onde acabaria magoando os sentimentos do rapaz, mas tinha mudado. A carga emocional que aquelas palavras desferidas pelo Lee trouxeram foi bem mais dolorido do que pensará.
Você sempre foi inseguro. Aquilo era verdade, antes mesmo de ter deixado tudo para trás já era inseguro. Quando cantava ou se apresentava para uma multidão era inseguro. Mas tentava colocar seu ego por cima de seus medos para disfarçar a tremedeira em suas pernas quando estava sozinho no camarim se preparando para mais um show. Não passava daquilo, um garoto inseguro e cheio de cicatrizes. Tinha contado aquilo a Felix também, tinha aberto todo o jogo para ele, enquanto o mesmo lhe consolava por mais uma crise.
Não conhecia aquele cara que tinha jogado seus problemas sobre seus ombros. Não conhecia aquele Felix de olhos inexpressivos e frios. Aquele não era o felix que tinha confiado cegamente, que tinha feito boas memórias. Não conhecia ele.
Sua cabeça latejava, seu peito estava apertado além de sua garganta estar seca. Tudo parecia sem sentido. Seu esforço para se manter de pé por tantos anos sozinho e principalmente o motivo para estar na casa de chan. Não reconhecia a si mesmo. Fraco e ferido. Quando tinha se tornado daquele jeito? Queria tanto ir embora, se sentia sufocado por sua própria mente conturbada.
Ficou de pé no meio da escuridão que aquele quarto estava, ligou o interruptor a fim de dar uma olhada melhor de onde estava. Ficará sentado naquele chão frio por tanto tempo que suas costas deram leves pontadas. Abriu a porta devagar, temeroso, olhou em direção ao início do corredor onde ficava as escadas e quando virou seu rosto na outra direção, tomou um susto ao ver jisung sentado no chão encostado na parede em frente ao quarto, a perna do seu gesso estava esticada e a outra dobrada. De braços cruzados e cabeça baixa ele cochilava, seus ombros se moviam para cima e para baixo de forma lenta e relaxada. Changbin ficou imóvel por meros segundos, logo tomando postura para ir ver se ele estava bem.
Se abaixou perante o corpo adormecido do han, tocou seu antebraço e balançou devagar na ideia de acordá-lo. Há quanto tempo ele estava ali sentado? Vários questionamentos tomaram sua mente. Deixou de balançá-lo pelo braço para agora tocar os fios castanhos macios.
— jisung. — o chamou mais uma vez, este levantou a cabeça devagar e apertou os olhos pequenos com um sorriso acanhado. — o que você tá fazendo sentado nesse chão frio, garoto?
— esperando por você. — aquilo pegou changbin totalmente desprevenido. — fiquei preocupado em deixar você sozinho, não conseguiria dormir sem saber se você estava bem. — pegou a mão pequena que afagava seus fios e segurou, entrelaçando seus dedos. Changbin sentiu lágrimas invadirem seus olhos escuros, fungou alto e segurou a respiração, impedindo que as pequenas gotas salgadas descessem por seus olhos miúdos. — mesmo que você demorasse a noite toda, eu ainda ficaria aqui te esperando. — acariciou a bochecha grande do seo, sorrindo empático.
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RESTART | 3RACHA
FanfictionChangbin tinha deixado tudo para trás, recomeçado a sua vida. Reiniciado. Mas ainda tinha os problemas do passado que atormentava sua cabeça e tiravam seu sono. Ainda tinha aquele sentimento estranho no peito, que mais tarde descobriu ser amor por a...