39° verso

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Como o mais velho tinha pedido, changbin o acordou duas horas depois da sua chegada. Agora, o trio se reuniu na cozinha, o corpo de jisung tremeluzia pela sonolência, seu sono tinha sido interrompido por changbin a pedido de christopher, já que ele precisava que os dois rapazes estivessem despertos para contar de uma vez só sobre a coletiva de imprensa.

Changbin entregou uma caneca de café a chan, recebendo um beijo casto em seus lábios como agradecimento. Sabia que o australiano evitava tomar café por conta da ansiedade, mas às vezes precisava para impedir uma longa enxaqueca. Como uma troca de valores. O moreno ocupou o colo de jisung, se sentando de lado nas coxas finas do rapaz, o abraçando pelo pescoço a fim de tentá-lo manter acordado perante o diálogo, porém ele apenas enlaçou a cintura do menor e cochilou apoiado em seu ombro, a boca meio aberta e os olhos fechados. Chan sorriu pela cena, bebericando o café apenas para molhar a garganta. Tinha tanta coisa a dizer que nem sabia por onde deveria começar.

Ele deu um longo suspiro, deixando a caneca branca em cima da superfície lisa da mesa. Changbin engoliu em seco, nervoso e ansioso, queria saber de uma vez o que tinha acontecido, mesmo que temesse o que fosse ouvir.

— vou tentar resumir tudo pro ji voltar pra cama logo. — changbin assentiu. Jisung roncou baixinho, como um miado fraquinho de um gato bebê. — eu e o brian hyung respondemos as perguntas de cerca de dez jornalistas, a grande maioria queria saber do porquê jisung não estar comigo e a outra parte não parava um segundo de perguntar que tipo de envolvimento você tem com ele.

Aquilo com certeza não surpreendeu changbin, imaginou as coisas horríveis que aqueles homens detestáveis falaram sobre ele. Traidor. Covarde. Farsante. Já tinha lido tantas coisas a seu respeito durante o tempo que estava exilado em casa que nem se surpreenderia se caso o bang dissesse que eles o tinham chamado de judas.

— respondi dezenas de vezes que o jisung não estava se sentindo bem e queria evitar entrar em contato com tantas pessoas, mas você sabe, era como falar com paredes. — chan parecia vagamente irritado com aquilo. Tinha se passado horas desde a coletiva, ele não estava mais tão bravo, mas apenas por relembrar ficava furioso. O moreno não conseguia imaginar que tipo de absurdos ele deve ter escutado junto com brian. — falei que como segundo ceo da empresa que o hannie trabalha, podia facilmente falar por ele. E sabe o que disseram? Que eu não deveria estar ali sendo o garoto de recado de vocês. Que eu não tinha e nem tenho nada a ver com a história de vocês, e que não aceitariam as minhas palavras como válidas.

Agora sim ele parecia verdadeiramente bravo. Chan sempre que ficava irritado seu rosto era coberto por uma névoa sombria, como neblina num campo aberto, cinzenta e fria. Changbin sentia que estava olhando para uma estátua feita de mármore, como obsidiana branca e polida. Ele parecia imaculado e ao mesmo tempo perigoso. Mas não o bastante para assustar changbin, mas o suficiente para lhe causar calafrios. Era raro vê-lo assim, como se estivesse prestes a perder o controle, por isso, ele novamente levou o café até os lábios, o líquido preto e um pouco translúcido molhando seus lábios cor de pêssego, o acalmando ligeiramente antes de prosseguir com a voz baixa e aveludada.

— brian contornou a situação e explicou que eu era o único informante deles, e por isso deveria apenas fazer as perguntas relacionadas ao ocorridos ao invés de reclamar. — chan disse. — e bom, coisas como "isso é um tipo de jogada de marketing de vocês?" ou "spearb realmente os deixou há três anos atrás ou vocês apenas fingiram para ganhar reconhecimento?". E várias outras coisas do gênero foram faladas, mas tantas, binnie. Me senti num tipo de loop eterno de gente irritante e com nenhum pingo de educação. Um falava por cima do outro, se o hannie estivesse lá com certeza teria um ataque. — falou com graça no final, por mais que ainda estivesse com o rosto um pouco rubro de irritação.

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