Ao chegarem ao condomínio em que o Bang morava já devia passar das dez horas, christopher tinha feito uma parada em uma pizzaria no centro, alegando que aquela era a preferida do Han. Changbin nem chegou a descer do automóvel, esperou o mais velho ir até lá e fazer os pedidos enquanto se distraía com seu celular.
Entraram no grande complexo de casas luxuosas, as ruas do condomínio eram tranquilas e bem arejadas, a casa do loiro não ficava tão longe da entrada então em alguns minutos ele já estava colocando o carro em frente a garagem. Ele dizia que não era necessário guardar o carro. Chris desceu primeiro enquanto esperava que changbin fizesse o mesmo. Okay, ele estava mesmo ali. Levou sua mão até a trava da porta e puxou, seu coração batia tão forte dentro do peito que tinha medo que ele fugisse por aquelas ruas correndo. Assim que o Seo saiu, Chan segurou em sua mão, equilibrando a mochila do moreno em suas costas, as três caixas de pizza em outra mão, as chaves do carro em seu polegar e ainda segurar a mão do baixinho. Changbin riu indo ajudá-lo a segurar as coisas.
Agora com o Seo segurando as caixas de pizza o Bang abriu a porta, deixando que ele entrasse primeiro e logo depois ele fez o mesmo. Era a primeira vez que changbin pisava na casa do australiano e não era muito diferente da vez que esteve em sua casa na Austrália. No entanto, teve tanto tempo de reparar na mobília da sala pois escutou passos vindo da escada e uma voz rouca de quem tinha acabado de acordar xingando em voz alta um certo loiro. Chan puxou changbin pelo braço e o escondeu atrás de uma parede antes que jisung aparecesse.
— onde você se meteu o dia inteiro, christopher!? — jisung gritou descendo às escadas com dificuldade por conta do gesso. — eu te liguei várias vezes! Por que não me atendeu!? Tava com o celular enfiado no-
— calma, jisung! — changbin mordeu o lábio inferior, segurando a vontade de rir.
— eu fiquei preocupado, seu idiota! Liguei até pro Minho pra saber se você estava com ele, liguei pra empresa mas disseram que você nem tinha chegado lá, liguei pro Younghyun perguntando se ele sabia de você e nada! Só não liguei pra polícia porque estava esperando dar vinte quatro horas do seu desaparecimento.
— você é meio surtado, sabia? — Chan fez um sinal com a mão para que changbin esperasse mais um pouco até que pudesse sair.
— vou sumir um dia inteiro do mapa pra ver como você iria ficar. — fez um bico e cruzou os braços.
— mas eu fui buscar algo que você gosta muito, hannie.
— bolo?
— não, outra coisa.
— aqueles biscoitos que parecem umas tortinhas pequenas de limão?
— não é comida, Han!
Jisung levou a mão até o queixo para pensar e Chris quis estapea-lo. Changbin que ainda esperava escondido segurando as três caixas de pizza já se sentia cansado de ficar naquele canto. Queria ir até o han logo. Tentou chamar atenção do Bang e moveu os lábios perguntando se já podia sair. Chan balançou a cabeça em concordância enquanto o mais novo não prestava atenção. Changbin saiu do seu esconderijo devagar e ficou ao lado do loiro. Jisung que dava voltar pela imensa sala parou ao vê-lo ali parado, piscou várias vezes e até mesmo coçou os olhos para ter certeza que sua cabeça não estava lhe pregando peças.
— changbin!? — meio atrapalhado o garoto foi até o Seo, o abraçando com força apenas para ter certeza que ele não era uma miragem. — como você veio parar aqui!?
— ele estava passando por uns problemas então eu pensei em trazê-lo para cá por algum tempo. — chan acariciou os fios bagunçados do cabelo de jisung.
— que problemas? — olhou para o moreno, mas ele apenas balançou a cabeça.
— não é nada tão preocupante. — chan ao seu lado suspirou, o fazendo encolher os ombros.
— enquanto eu levo a mochila dele até o nosso quarto, vão para cozinhar comer. Desço em alguns minutos. — o bang avisou, indo em direção às escadas.
Jisung segurou no braço do moreno e o arrastou até a cozinha de estilo americana, pediu para que o mais velho colocasse as caixas de pizza sobre a ilha da cozinha que ele iria buscar os pratos para colocar as fatias. Com a ajuda do seo, jisung organizou tudo e começou a pegar os pedaços de pizza e indo colocando em prato e prato. Logo christopher apareceu, indo abraçar o mais novo e apertá-lo.
— você podia ter me dito que iria buscar o binnie, me pouparia de todo estresse. — resmungou deixando que o bang beijasse seu pescoço e apertasse sua cintura.
— era uma surpresa. — Chris ergueu o olhar para o Seo que comia silenciosamente em seu canto, seu olhar parecia perdido. Suspirou por vê-lo tão distante. — você fez parecer que não gostou de vê-lo aqui. — murmurou apenas para jisung escutar.
— mas eu gostei. — disse de volta também notando o jeito quieto que o mais velho estava.
Por perceber o silêncio que aos poucos tomou conta do cômodo espaçoso, ergueu seu olhar até o bang e o Han, os vendo sorrindo como dois abobalhados. Changbin sentiu uma estranha queimação em suas bochechas por estar sendo observado.
— o que vocês estão olhando? — indagou envergonhado.
— gosto de te observar, só isso. — quem respondeu foi christopher, um meio sorriso charmoso tomava seus lábios. Changbin apenas deu de ombros voltando a comer.
O seo não se sentia incomodado com o jeito que os dois estavam íntimos perto dele, entendia que eles estavam em um nível diferente. Não tinha o direito de se chatear por algo assim, afinal, quem havia ido embora tinha sido ele, quem deixou tudo para trás foi ele. Estava feliz apenas por estar por perto, mesmo que lá no fundo ser se sentia inseguro por toda aquela demonstração de carinho.
O sabor da pizza não estava tão bom, talvez fosse o esforço que fizera para comer que havia tirado todo sabor do alimento. Pensou que assim que estivesse junto a eles, ficaria bem, mas estava longe daquilo. A dor em seu peito aumentava, o sentimento de vazio se prolongava e tinha medo que aquilo fizesse morada novamente. Estava com medo. Encarou ambos de soslaio, eles pareciam bem, talvez também devesse fingir estar.
Não queria ser um incômodo.
Terminou sua fatia de pizza e levou a louça até a pia se preparando para limpá-la. Sentiu a mão do bang em seu antebraço o impedindo daquilo, subiu seus olhos até o loiro.
— você não vai contar a ele o que me disse ontem? — changbin não tinha reparado que jisung já não estava no cômodo. — bin, você disse que ia tentar se abrir mais.
— é difícil. — sua voz era baixa, virou-se para o australiano, abaixou seu olhar por puro medo que as íris castanhas o arrancasse a verdade. — você não precisa ficar tão preocupado comigo, eu tô bem.
— quantas vezes você já me disse isso antes de desabafar? — encolheu os ombros. — não tô te forçando a dizer, mas não é justo você guardar tudo para si mesmo enquanto que tem eu e o jisung para te escutar. Eu sei que não é fácil, mas ainda estamos aqui com você. — christopher levou sua mão até o pescoço do menor, acariciando os fios de sua nuca com calma. — você não precisa ficar tão quieto com a gente, estamos em um relacionamento, não estamos? — sussurrou rente ao ouvido do moreno, este que agarrou a sua camisa sem muita força, se sentindo levemente tonto pelo tom de voz que ele usará.
— chris. — o chamou erguendo o rosto para enfim fitar suas íris. Ele sorria, de uma forma inocente, calma e genuína. Ele parecia feliz. Aquilo fez algo dentro do seu peito arder, uma queimação boa, reconfortante. — eu vou tentar falar com o ji. — encostou a testa entre seu pescoço e sua clavícula. — mas se você estiver longe, não vou conseguir.
— não se preocupe, vou estar do seu lado. — acariciou os fios morenos.
— vocês são tão fofos. — jisung proferiu suspirando. Ele estava encostado no batente da porta da cozinha, havia chegado no final da conversa para chamá-los para um banho, decidiu apenas observá-los com deleito. — nosso banho tá pronto, vamos?
— os três? — changbin indagou com os olhos levemente arregalados na direção do han.
— sim, agora vamos. — caminhou até eles com dificuldade por conta do gesso, os puxando pela mão até o outro andar.
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RESTART | 3RACHA
FanfictionChangbin tinha deixado tudo para trás, recomeçado a sua vida. Reiniciado. Mas ainda tinha os problemas do passado que atormentava sua cabeça e tiravam seu sono. Ainda tinha aquele sentimento estranho no peito, que mais tarde descobriu ser amor por a...