♚ I - 03 ♚

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Luísa

Já era 23:40!

O baile já havia começado, mas eu ainda não havia saído de casa, para falar a verdade não estava afim de sair hoje, mas eu tinha que aparecer, eles esperavam por isso.

Meu irmãos já tinham ido a muito tempo. Eu demorei muito para me arrumar, pois não estava com ânimo nenhum! Passei uma maquiagem simples, soltei meus cabelos e coloquei um vestido rosa solto e bem leve, eu adorava me olhar no espelho e não consegui me ver como uma traficante, eu estava mais para uma patricinha, e se eu penso assim quem dirá os polícias que ficam na minha cola.
Ainda não sabem quem eu sou, sou fã do anonimato, polícias não lutam contra desconhecidos, ninguém luta!

Desci de carro e num piscar de olhos eu já estava na quadra onde rolava o baile de hoje, a casa sempre vivia lotada e a cada vez mais pessoas de fora apareciam aqui, eu iria faturar bastante hoje... 

Eu respirei fundo, olhei em volta e tinha muito homem gostoso para que eu não fizesse nada, então hoje, eu passo o rodo neste baile!

...

Já passava das três da manhã e eu não me encontrava em boas condições, eu estava louca, muito louca... Não lembro quantos copos eu havia virado e nem os cigarros que me ofereceram, também nem sei quantos homens eu peguei, eu estava completamente sem freio.
E ele estava lá, o cara que eu atropelei mais cedo, que eu não sabia o que estava fazendo no meu território.

- Era meu! – ele disse quando pego seu copo de cerveja e o bebo tudo que estava dentro do recipiente.

- Falou certo! Era... – sorri debochada e ele me encarava estranho.

- Quem é você? – ele perguntou curioso.

- Luísa... – não me atrevi a dizer meu apelido e nem que eu era dona daqui, ele sacaria a qualquer momento.

- E como você se chama? – perguntei jogando seu copo de plástico fora.

- Jonathan. – meu olhar se fixou em seus lábios, que porra...

- Bom, quero saber de uma coisa... Você beija bem? – perguntei me aproximando ainda mais.

- O quê? – ele perguntou confuso e rindo.

Sem nem mais um segundo eu o agarrei sim! Me pendurei em seu pescoço e lhe dei um beijo de me tirar o folego, e aquele desgraçado beijava bem, ele conseguiu me arrepiar por inteira, não sei se era o álcool ou o beijo, mas tudo se afastou, o meu chão sumiu.

A sua língua dominava a minha com maestria e suas mãos passeavam pelo meu corpo, seu beijo sem duvida era diferente dos demais.

- Não pode me atropelar, ser mal educada e sair me beijando L-u-í-s-a... – ele apertou minha bochecha de uma forma que me deixou tentada. – quem você pensa que é?

Ele me soltou, na verdade me empurrou contra a parede que estava a poucos minutos, e ficou me encarando, eu não disse nada eu apenas me afastei meio irritada, meio chateada, meio excitada.

Que filho da puta...

Eu me sentia fora de sintonia comigo mesma, e meu rosto estava úmido, droga de álcool.

- Você está chorando? – Jade me perguntou assim que me encontrou. – amiga... – sim, ela era a minha melhor, amiga de correria desde sempre.

- Tem um filho da puta ai... – reclamei. – perguntou quem eu era, eu devia ter matado ele. Na verdade... Eu vou matar ele agora.

Disse procurando a minha arma, mas não conseguia encontra-la, porra não me lembro de ter saído com ela antes de travar o carro, merda... vou ter que matar ele amanhã.

Girei pelos calcanhares diversas vezes como se do nada minha arma fosse aparecer.

Ela não apareceu. Arfei.

- Vou chamar o Celo, você encheu a cara.

Ela saiu me arrastando pelas pessoas que ainda estavam ali, até encontrar meu irmão e ficar falando um monte de coisas que nem entendi.

- É só tirar os olhos de você que acontece isso, porra Luísa, não dá. – ele reclamou.

- Para de encher minha cabeça de merda, me dá sua arma, agora! – eu ordenei, mas ele não quis me dá.

- Vamos lá para casa, lá eu te darei ela. – ele tentou me passar a perna? Sério.

- Eu fiquei bêbada, mas ainda não fiquei burra. Não vou para casa nenhuma cassete.

Eu gritei e ele fechou a cara. E tentou sair me puxando, mas me soltei.

- Me solta porra, não encosta! Não vou para lugar nenhum, cadê a Catarina?

Eu fiquei mais irritada do que deveria, meu estomago começou a se embolar e em minha garganta parecia ter algo estranho...

- Na sua casa. E é serio! – Nando disse aparecendo atrás de mim.

- Ah, então eu vou pra casa! – sorri lhe dando as costas.

Eu vomitei perante o caminho e minha cabeça começava a latejar.

A casa estava escura, mas eu ouvia o som da TV e sempre que a Catarina some, rola umas putarias que eu acabo descobrindo.

- Chega de putaria por hoje! – reclamei entrando na sala e ela se sentava no colo do Hugo.

- Encheu a cara? – Catt me perguntou enquanto me analisava.

- Fodas! Fodas o que pensam... – fechei os olhos e me deitei como deu no sofá. – Catt me dê um banho...

- Eu não, você tem quase 22 anos. Está grandinha demais pra banho.

- Então eu chamo seu namorado... – dei de ombros.

- Vamos! Não vai ser ruim assim...

Ela realmente me deu um banho, bem rápido e me colocou para dormir.


A Dona Do Morro ♚ Primeiro ComandoOnde histórias criam vida. Descubra agora