As meninas durmiram comigo ontem à noite, praticamente fizemos uma festa do pijama, assistimos filmes, comemos chocolates e falamos sobre coisas que até então eu não conseguia falar sobre Jonathan. No outro dia, quando eu acordei as duas já não estavam no quarto, até porque as duas acordam cedo. Eu me arrumei e desci ao escutar uma gritaria lá em baixo, odeio ter que acordar assim... Porra!
- Vão me dizer que porra está acontecendo aqui? – perguntei furiosa, descendo as escadas com passos rápidos e fundos.
- Esse caralho! Gabriel, você acha que é só por que trabalha pra ela tem direito de fazer isso comigo? – Rebecca estava na minha sala de estar, com os braços cruzados e bem furiosa por sinal.
- Morre, Rebecca! – Gabriel disse furioso, não entendi porque Julia ainda não resolveu essa bagaça, ela assistia a briga igual aos outros.
- Não vem com essa caralho! Cadê minhas coisas porra?
Eu comecei a rir, a maneira que os dois discutiam era engraçado. Os outros, inclusive Celo e Vitor apenas olhavam a confusão, eles poderiam ter evitado isso a muito tempo, mas tinham que me tirar da cama.
- OLHA O QUE VOCÊ ARRANJOU PARA MIM, DEMONIO! – Gabriel gritou mais fulo ainda e eu fui até eles.
- Cala a porra da boca! – eu ordenei e ele olhou para baixo. – Estão pensando que a minha casa é o quê? Para entrarem aqui e fazer a porra do auê que quiserem, em?
Eu já estava brasa, e ser ignorada por eles me deixou mais enraivecida.
- Gabriel sumiu com as minhas coisas, com tudo! Tudo, ele limpou o meu quarto todo! - Vai se foder! – ele fez uma careta tão engraçada que me controlei para não rir novamente. – se quiser vai reclamar com o seu irmão porra.
- EU IRIA SE VOCÊ ME CONTASSE ONDE ELE FOI, ELE ENTROU NA PORRA DE UM CARRO E SUMIU! SUMIU! – ela estava prestes a avançar no Gabriel, mas eu acabei entrando na frente e ela parou onde estava.
- Por que limpou a porra do quarto da menina? – perguntei com tedio, doida para acabar com essa palhaçada.
- Ela estava dando os pulos dela, o Jonathan avisou que se pegasse ela no flagra ela ia pagar, ele pegou e pediu limpar o quarto dela, foi o que eu fiz.
- Pelo que eu sei isso é roubo, e sabemos muito bem a lei do morro! – ela ergueu uma das sobrancelhas para mim. Isso era uma indireta? – O que você vai fazer, Sem Lei?
- Eu nada! Sai da minha casa e resolve esse caralho com o seu irmão.
- Você está defendendo o Gabriel? Foi ele quem pegou minhas coisas? Vendeu tudo e ficou com o dinheiro, o povo vai falar quando... – eu a interrompi, por impulso agarrai suas bochechas com força e o sangue fugiu do rosto dela.
- Acho melhor parar por ai, eu estou te aturando há tempos! Eu só não te peguei e te dei a lição que merece por que o seu irmão estava aqui, agora o que me impede? – soltei seu rosto e ela prendeu a respiração.
- Meu irmão fez muito bem em ir embora daqui! – Ela murmurra e vai saindo da minha casa.
- EU VOU MATAR ESSA DESGRAÇA! – eu tentei ir atrás dela, mas Gabriel me segurou e fez um não com a cabeça. Jonathan nunca voltaria a falar comigo se eu matasse a irmã dele, mas que merda...
Eu me soltei dele e fui para a cozinha, em silêncio e mais irritada do que antes. Quando entrei levei um susto! Junior estava sentado na bancada ao que me parece tomando café.
- CREDO! Onde você está, sô? – perguntei rindo e indo até ele. Fizemos um toque e rimos.
- Precisei cuidar de umas pendencias na minha outra cidade! - ele disse voltando a se sentar, eu me servi um café e me sentei ao seu lado, minutos depois Yuri apareceu, todo abobalhado, os dois são praticamente inseparáveis.
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A Dona Do Morro ♚ Primeiro Comando
Художественная прозаCresci em um lugar que vi coisas demais acontecerem. Como injustiças, traições e amores. E uns, como eu, cresceram por eles. Outros foram arruinados. Cada um em seu tempo. Notei que todos enxergavam o Alemão como uma fábrica de dinheiro e poder, e...