♚ II - 10 ♚

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Eu estava quase dormindo quando meu telefone tocou, era um número privado, ou seja, Vitor queria me encher a porra do saco.

- Jogo maneiro! – ele brincou assim que atendi.

- Vai se foder! – eu disse brava.

- Loirinha, você não vai me culpar por conta de tudo que aconteceu, ou vai?

- Não sei, eu preciso de alguém para culpar, talvez eu escolha você! – disse com desdém e ele riu baixinho.

- Por que não foi ontem na praia? Eu te esperei.

- Por que me deram a porra de uma lição de moral. – eu continuei a falar, contei tudo e me perguntei quando eu passei a contar as coisas para ele e não para a Jade e Julia.

- Vem me ver?

- Não, eu não vou!

- Acho melhor você está pegando suas coisas e saindo por essa porta! – ele disse animado e eu me levantei da cama.

- Estou indo, mas é para conversar. – digo abrindo a porta e soltando o cabelo.

- Posso conversar fazendo sexo. – ele disse e comecei a gargalhar.

- Você só pensa nisso? – perguntei ao notar que tinha pessoas na sala.

- Calma ai, não fui eu que saiu do morro de madrugada para transar. – ele tocou em minha ferida.

- Não esqueça de trazer o Pietro! – Vitor disse quando eu procurava por minha chave.

- Pietro, vamos sair! – disse ainda com o telefone no ouvido. – ei, minha cota de caridade está se esgotando.

Todos começaram a estranhar, pois sabiam com quem eu estava falando, por mais que finjam não querer falar comigo estavam morrendo de curiosidade, eu me despedi com um simples "tchau" e desliguei, conversar com ele estava me atrapando a encontrar a chave da porta e a cadeirinha dele.

- Vamos ver papai? – Pietro perguntou animado indo para a porta, como ontem.

- Garotinho esperto! – sorri indo logo atrás dele.

- Eu vou com você! – Nando se levantou, mas eu gesticulei para que ele parasse.

- Não pedir para vir comigo, eu sei me virar sozinha! – disse piscando ao fim e saindo pela porta, mas eu esqueci de pegar a droga da minha carteira, eu tive que colocar Pietro dentro do carro, sentado na cadeirinha bonitinho e correr para pegá-la, eu subi as escadas as presas, e quando desci tive uma pequena surpresa.

- Quem é vivo sempre aparece. – sorri ao ver Hugo na minha frente, ele havia sumido do morro.

- Posso voltar? – admiro o respeito que ele sempre teve, voltar e pedir para ficar.

- Você sumiu por muito tempo. – dei de ombros. – mas tudo bem, estou de olho em você! – avisei só para que ele soubesse o óbvio.

- É claro que sabe da Helen... – ele puxou conversa. É logico que eu sabia onde aquela vadia estava.

- Sim, o que é que tem?

- Helen foi para o morro da Mangueira, com o Ruan. Só quero que saiba que estão querendo a sua cabeça, mas não tenho nada haver com isso.

- Eu já sei onde sua irmã está, e com quem ela está, ninguém me ameaça e sai andando por ai livremente tramando o meu mal. – disse indo para a porta. – agora eu tenho que ir, conversamos depois.

- Não entendeu o que eu disse? – ele deu dois passos e eu semicerrei os olhos. – querem sua cabeça, deixaram por conta do Vitor, por conta da briga de vocês, mas agora que sabem da criança, eles vão atacar. Digo por que não tenho nada contra você, e sei o quanto a Catarina não suportaria ficar sem você.

A Dona Do Morro ♚ Primeiro ComandoOnde histórias criam vida. Descubra agora