♚ II - 24 ♚

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Não estava conseguindo respirar.

Era como se eu estivesse anestesiada, pois o choro já não sai mais.

- Senhorita, você está bem? – um médico entrou no elevador, assim que entrou notou o meu estado. Eu apenas confirmei que não.

- Eu preciso de ar! – sussurrei levando as mãos no peito, a dor da perda começou a surgir.

- Venha comigo, eu posso te ajudar? – ele perguntou e li o seu nome no jaleco e sua área de atuação, acho que da cor normal eu fui para o branco.

- Meu Deus, você é aquele médico dos bêbes. – disse eufórica, eu não acredito que estou no meio daquela sensação novamente, comecei a me lembrar da mãe da menininha de novo, meu estomago estava começando a revirar.

Ele riu.

- Sim! Vou perguntar novamente, precisa de ajuda? – ele estava humorado, apertando outro andar.

- Um exame de sangue rápido, talvez? – perguntei totalmente envergonhada e ele sorriu.

- Um exame de sangue agora, mas o resultado só amanhã, pois o horário para a coleta terminou.

- Tudo bem!

Acho que eu nunca fiquei com tanto medo de uma agulha. Tive que fechar os olhos na hora de colher o sangue, esperei um pouco mais, só para escutar do médico que o resultado só sairia amanhã, mas que será o primeiro.

Eu desci para o primeiro piso de novo, Fernando e Gabriel ainda estavam lá, fomos para o carro sem falar nada, eu ainda estava furiosa com o Vitor.

- Vitor falou que ele quase ficou sem braço, mas que ainda gosta de você! – Gabriel tentou dizer bem sério, mas não conseguiu, começou a gargalhar.

- Você acertou o canivete nele? Cê é louca, merece todo o respeito do mundo! – Fernando riu e eu acabei rindo de novo.

- Ele ligou te procurando, querendo que voltasse... – Fernando Ligou o carro e fomos indo para um dos apartamentos que eu tinha na Barra, onde Catarina e Léo estavam.

Depois disso fomos em silêncio, não havia muito que dizer. Minha cabeça estava cheia, atormentada por muitas coisas. Comecei a pensar: e se eu realmente estivesse grávida? O que eu iria fazer? A minha cabeça já valia muito, e se isso realmente fosse verdade e se espalhasse por ai, eu seria caçada por muitas pessoas...

Talvez eu deva pensar nisto amanhã, quando eu tiver a confirmação. A ansiedade começou a preencher o meu coração. Porra! Que vacilo! Eu não estava preparada para isto, não agora...

Contra minha vontade a ideia de ter mandando Jonathan embora em vão, me assombra, não quero pensar assim... Não posso! Eu queria que o Nando estivesse aqui para me aconselhar, ele saberia o que me dizer.

- Vamos? – Fernando perguntou batendo na janela do carro com um sorriso no rosto.

Fiquei um bom tempo olhando para ele, eu me sentia perdida. A dúvida de entrar e ir para outro lugar começou a me dominar, não queria ficar perto de ninguém no momento, eu considero o choro uma fraqueza, e chorar na frente dos outros é deplorável.

- Não. Me dê as chaves... – pedi e mesmo não querendo ele jogou a chave do carro para mim. – Eu vou ficar bem! – sussurrei saindo do carro e indo para a porta do motorista.

Pelo menos eu acredito que posso ficar bem depois de tudo.

Só parei quando cheguei ao píer da praia. Eu precisava de um lugar calmo para esfriar a cabeça, escutar o barulho das ondas e admirar o céu estralado poderia me ajudar no momento. Eu desci do carro e fui para o Iate que eu tinha em meu nome. Da última vez que precisei me refugiar eu vim para cá, de todos que me conhecem perfeitamente, Nando foi o único a me encontrar, pois de todos, ele era o que mais me conhecia, que me compreendia.

A Dona Do Morro ♚ Primeiro ComandoOnde histórias criam vida. Descubra agora