A Dona Do Morro ♚ Primeiro Comando

♚ I - 08 ♚

Jonathan

De inicio eu não entendi o motivo de todos falarem que estava tudo bem, e em seguida começar uma movimentação em direção a estrada de terra, eu fiquei no inicio dela junto com o irmão da Luísa.

Eu sei muito bem que eu não deveria está nesse meio, mas eu simplesmente estava, não conseguia me manter longe dela, qualquer tipo de oportunidade lá estava eu, principalmente depois da tarde que passamos juntos, foi a mais engraçada da história.

- O que aconteceu com ela? – eu perguntei quando abriram o carro e o Celo estava segurando a irmã dele no colo, ela estava sagrando muito e estava desmaiada.

- Atiraram nela... Eu preciso tirar ela daqui. – ele estava atordoado e a colocou no banco de trás junto comigo.

Catarina começou a arranjar um escândalo por conta da irmã, e dois caras que trabalham para a Luísa tiveram que segurá-la e não deixar com que ela fosse conosco, eles diziam que ela só estragaria tudo com a histeria que ele arrumava em alguns momentos.

Parte do caminho eu fiquei em silêncio, ficava olhando para atrás no escuro, Luísa imóvel, mal respirando e aquilo me pareceu incomodar mais do que devia, ela era linda, sagaz, inteligente, e era teimosa pra caramba... Ela não poderia morrer dessa forma, não assim, não tão nova.

- Quando eu pedi pra você subir com ela foi pra proteger... – Celo começou a gritar com o Nando que estava na frente junto com ele.

- Eu protegi, eu ia imaginar que a porra daquele garoto iria dar um de Romeu, ou caralho a quatro!

- Não adianta discutir agora, ela tá sangrando muito... – o banco do carro do Celo estava começando a ficar encharcado, eu revirei e encontrei uma blusa de alguém, amarrei em volta de sua coxa com força, e o tiro que havia acertado a sua barriga eu fui segurando, era tudo que eu podia fazer, o que a televisão havia me ensinado...

Quando chegamos ao hospital, eles atenderam  Luísa imediatamente, era como se todos já a conhecessem, transferiram ela para uma maca,  enquanto a levavam para dentro faziam todo o procedimento, quando íamos acompanhando uma enfermeira simplesmente pulou em cima dela...

- Ei o que você está fazendo com a minha irmã? Que porra é essa? – Celo perguntou correndo atrás de todos que davam atenção para a Luísa.

- Ela esta tendo uma parada cardíaca senhor, deixe-me fazer o meu trabalho... – e ela começou a recontar os números de um até o cinco.

Depois disso, fora a ultima vez que vimos as pessoas que prestaram socorro a ela, Catarina chegou desesperada no hospital junto com o namorado dela, ficou fazendo inúmeras perguntas ao Celo e ele não soube responder nada.

- E você? – ela me perguntou já jogada no chão chorando.

- Também não sei de nada... – sussurrei preocupado com o estado dela. Celo começou a chorar também e fiquei me perguntando o que eu poderia fazer, mas nada me viera em mente, não deram noticias dela até agora.

Depois de um tempo eu resolvi ir embora, peguei um táxi e fui para a minha casa pensando no caminho em como eu iria me afastar daquela garota, passar a tarde com ela foi de outro mundo... E sei que se meus pais estivessem aqui eles não iriam gostar, Rebecca não iria gostar.

Quando cheguei em casa tomei um banho, vesti uma roupa e deitei em minha cama, fiquei grande parte da madrugada pensando, mal consegui pregar os olhos, a imagem da Luísa na minha cabeça me perturbava, ela tendo que ser reanimada, jogada no banco de trás de um carro...