Preparei o meu café da manhã sozinha, depois liguei para a soverteria próxima da minha casa e pedi para que me entregassem um pote de sorvete, quando eu estava tomando o meu sorvete o Celo apareceu falando um monte de putaria para uma menina daqui do morro e ele sabia perfeitamente que a minha casa não incluía os locais em que ele considerava ser o motel dele.
- Se eu me levantar para tirar essa vadia daqui, eu vou matar ela e vou aleijar o seu saco! – disse irritada ainda tomando o meu sorvete e escutei a porta se fechar.
- Acha justo? – ele se virou para mim com os braços cruzados assim que chegou na cozinha, eu não o perguntei sobre o que falava e ele acabou soltando. – todo mundo sabe que ontem você e o Jonathan fizeram coisas dentro daquele quarto... – eu o interrompi.
- Ei... Ei... Sabe por que eu posso mandar as suas putas irem embora daqui e ficar com o Jonathan no meu quarto? – perguntei me afastando do pote de sorvete e ele deduziu o que eu queria.
- Por quê a casa é sua! – ele disse o obvio e se sentou a onde eu estava.
- Já que estamos tendo essa conversa, eu soube que você tinha voltado a estudar em casa Celo, por que parou? – perguntei curiosa afastando o meu sorvete dele.
- Eu tirei férias antecipadas! – ele disse rindo e eu nem ousei dizer mais nada. – Eu acho melhor você ir pra boca, eu odeio quando tenta colocar juízo na minha cabeça.
- Eu também, pois nunca consigo! – Celo acabou pegando o sorvete, eu fui para a sala peguei a minha arma e minhas chaves e subi para a boca a pé mesmo, eu tinha que cuidar dos meus negócios, e estranhamente o dia estava mais ensolarado hoje... Lá em cima estava bem movimentando, mercadorias novas, vendas a todo o vapor, eu adoro ver o morro assim. Até quis jogar truco, mas todo o dinheiro que eu havia apostado, metade dele foi embora, acho que eu perdi um pouco a prática. Então quando estava de tarde, decidi descer na casa do Jonathan, ele tinha me pedido e seria bom para esclarece umas coisas.
- Olááá.... – Quando a Julia abriu a porta, ela parecia mais feliz do que o normal, me puxou para entrar e fomos para o segundo andar na varanda.
- Onde estão os meninos? – eu perguntei estranhando a casa vazia.
- Foram jogar a pelada que cancelaram no domingo! – ela disse se sentando em uma das cadeiras da varanda e eu comecei a sentir um cheiro bem familiar para uma dona de um morro.
- Julia, o que você está fazendo? – perguntei como quem nada queria, deduzindo que ela estava fumando um back escondido do Gabriel, ela fala tanto na cabeça dele sobre drogas, mas fumava escondido.
- Uê fumando... Você quer? – ela disse acendendo um outro cigarro.
Eu não costumo fumar e nem cheirar, pois eu sei o que o vicio pode fazer com um traficante de grande escalão. Quando se é dono de algo, o vicio pode destruir tudo que você tem, mas era um dia tranquilo e um cigarro não mataria ninguém! É o que eu espero... Eu me sentei ao seu lado e ela dividiu o seu cigarro comigo.
- Soube que dormiu com o Jonathan ontem, homens apaixonados são iguais menininhas, na primeira oportunidade contam para o melhores amigos... – Julia diz já com os olhos avermelhados, caramba, ela estava ficando bem chapada.
- Sim, isso foi depois de eu quase matá-lo, em uma hora ele agiu como um completo idiota, depois... Porra ele tem umas táticas que eu vou te contar! – nós duas começamos a rir, mas não sabíamos se o que eu disse tinha graça, ou se foi pela maconha.
Julia e eu ficamos conversando por um bom tempo, depois nós duas juntamos a bagunça que fizemos e tomamos um banho para tirar todo aquele cheiro e a onda em que a Julia estava, eu passei em casa na volta, peguei uma boa quantidade de dinheiro e subi com o meu carro, eu iria tirar as calças daqueles caras, não é qualquer um que leva aquele tanto de dinheiro meu e fica por isso, eu teria que voltar a jogar como Alex havia me ensinado.
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A Dona Do Morro ♚ Primeiro Comando
General FictionCresci em um lugar que vi coisas demais acontecerem. Como injustiças, traições e amores. E uns, como eu, cresceram por eles. Outros foram arruinados. Cada um em seu tempo. Notei que todos enxergavam o Alemão como uma fábrica de dinheiro e poder, e...