♚ II - 11 ♚

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Eu fui para o meu quarto, Gabriel subiu logo em seguida. Queria ter subido para a boca, observar o que estava acontecendo dentro do meu morro, mas saber que havia alguém aqui dentro, que eu não tinha o conhecimento e queria o meu mal, me fez querer ficar dentro de casa.

O motivo era nítido, isso estava me amedrontando, estava me coagindo, eu sempre tive noção de tudo que iria enfrentar, sempre soube quem era meus inimigos, quem queria o meu mal e quem não iria hesitar na hora de me matar, mas agora, eu nem ao menos sabia quem era.

- Já decidiu o que vai fazer? - ele perguntou curioso, sempre que estou pensativa, é sinal de que algo maléfico passou por minha mente.

- Sim. Vou matar todo mundo! - sorri ao fim e ele riu.

- É muita gente, não acha?

- O Madrugadão não é problema, não me importo com o Ruan e nem com os morros que ele escolheu, eu preciso saber quem é a pessoa que está no meu morro, não gosto da ideia da Helen e a Taciane estarem no mesmo lugar e tramando o meu mal. Quando eu pegar as duas, pode ter certeza que a morte delas não será bonita!

- Você é do mal! - ele gargalhou junto comigo e a porta se abriu, ninguém bateu na porta ou pediu licença, entrou a tropa inteira.

- Pode me explicar o que o Pablo e o TG estão fazendo lá em baixo na cozinha? - Celo perguntou cruzando os braços, irritado.

- E o que o Gabriel está fazendo aqui? - Jonathan perguntou aproveitando a brecha.

- É o quê? - Julia arfou no final, enciumada.

- O bicho está pegando não é? - Nando perguntou olhando no fundo dos meus olhos.

- Cadê as respostas para as perguntas? - Jade perguntou estranhando meu comportamento.

- O que tenho a dizer é que quero que voltem a não falar comigo, estava tudo perfeito, não vou falar nada por que não é da conta de nenhum de vocês, e da próxima bate na porta, agora que respondi podem ir embora.

- Eu disse que ela não iria falar, ela nunca vai mudar! - Catt entrou no quarto irritada, com as mãos na barriga, eu aceitei tudo que ela falou comigo, agora ela estava abusando de toda a minha paciência.

- Chega de "mimi"! Eu sei muito bem quem eu sou, e não pretendo mudar, você teve 17 anos para se adaptar, para reclamar, você abriu a porra da boca antes? Se não aprendeu a lidar comigo o problema é seu, não me importo, quer que eu morra? Tem certeza? É só mais uma Catarina, a partir da hora que viraram o rosto para mim, eu não devo satisfação.

- Eu pensei que aprenderia com o desprezo. - Celo disse preocupado.

- Eu fui desprezada a minha vida inteira por gente bem inferior a mim, e eu mudei em algum momento da minha vida antes? Não, pois bem! - dei de ombros. - não vou mudar agora.

- Como ficou assim Luísa? - escutei a voz por detrás deles, Gilberto apareceu, ele estava o dia todo fora, escutar isto dele me surpreendeu.

- Perdi minha mãe quando era criança, você me abandonou, me deixou com mais dois irmãos sem ter o que comer, sem ter como me cuidar, eu fiz os meus corres, eu fui muito humilhada, ou eu virava o carrasco que sou hoje, ou continuaríamos na mesma merda que você nos deixou.

Eu tentei não exaltar no tom da voz, mas não consegui. Eu simplesmente começava a me lembrar de tudo que eu tive que passar nesta vida, a raiva me dominou, eu me perguntava se caso eles estivessem aqui, se eu teria o sangue de pessoas na minha mão e um alvo em minhas costas.

A Dona Do Morro ♚ Primeiro ComandoOnde histórias criam vida. Descubra agora