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- Não estou, portanto não posso te dar uma carona! – Eu disse lhe dando as costas mais uma vez, eu não sei porque, mas eu não o queria perto de mim, então menti.
- Então por que está de biquíni? Não custa nada dar uma carona para o seu novo morador! – ele tinha que abusar da sua ironia e deboche. Odeio quando ele faz essas brincadeirinhas.
- Eu vou te da uma carona! – disse trocando de ideia, isso seria uma boa para podermos nos conhecer, saber o que ele queria. Por que veio para cá.
Jonathan entrou no carro e se sentou no banco do carona na frente, eu liguei o motor e ele se assustou quando eu sai em alta velocidade, não é só por que pareço ser uma menininha que vou dirigir como uma menininha. Eu praticamente furei todos os sinais vermelhos e entrei na frente de muitos motoristas, e enquanto isso íamos conversando.
- Eu queria saber, por que "Sem Lei"? E por que ser a dona do morro? – começou ele com suas perguntas.
- Por acaso é jornalista para tantas perguntas? – não era uma piada, mas ele riu mesmo assim, não sei se eu gostava da risada dele por ser um bom som e gostosa de ouvir, ou acho ruim por ele não me levar a sério.
- Não sou um jornalista. Não custa nada responder! – realmente não custava nada responder, mas eu só queria me informar de quem ele era, assim como ele queria saber de mim.
- O apelido foi ideia de minha irmã mais nova, a Catt. Ela gosta dessa coisa de pseudônimo. No caso de ser a dona do morro isso é uma longa história. – fiz uma pausa parando no sinal e olhando para ele.
- Minha mãe morreu quando criança, meu pai nos abandonou, e eu tive que se virar de alguma maneira, eu era amiga do antigo dono, e quando ele morreu, o que hoje é meu ficou para mim. – disse arfando e ele percebeu que lembrar me trazia algum tipo de sentimentos, sentimentos ruins.
- Por que você simplesmente não pegou o dinheiro e se mandou? – Ninguém nunca havia me perguntado isso.
- Eu poderia ter feito isso, mas começaram a me subestimar, falaram que eu era fraca, então eu assumi aquela porra pra mostrar para todos que eu era o contrario do que pensavam.
- Você rouba, trafica... Você mata Luísa?- comecei a rir quando ele terminou de me perguntar. Ele não entendeu o motivo.
- Só quando necessário. A lei da sobrevivência entende? Ou mata ou morra.
Ele não fez mais perguntas, depois de minha resposta ele ficou me observando por um bom tempo e aquilo me incomodou por um tempo, mas ele tratou de desviar o olhar quando estacionei e peguei a minha arma, mas era apenas para esconde-la por já termos chegado a praia, ri baixinho quando vi o desespero dele ao me ver travando minha arma. Nós dois descemos do carro e ficamos andando pelo passeio.
- Por que veio para o meu morro? – agora era a minha vez de fazer perguntas.
- Seu morro? – ele riu. Por que ele iru? – eu vim depois da morte dos meus pais, eu era o único responsável pela minha irmã. – ainda continuei pensando, por que ele riu?
- Quem era seus pais? Eles morreram de quê? – perguntei curiosa, eu conhecia quase todos dentro daquele morro, vai que eles faziam parte destas pessoas, eu o olhei e ele ficou em silêncio. – Olha se não quiser responder...
- Não é isso... Minha mãe se chamava Clarisse e meu pai Rodrigo.
- Clarisse Ribeiro? – perguntei chocada.
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A Dona Do Morro ♚ Primeiro Comando
Художественная прозаCresci em um lugar que vi coisas demais acontecerem. Como injustiças, traições e amores. E uns, como eu, cresceram por eles. Outros foram arruinados. Cada um em seu tempo. Notei que todos enxergavam o Alemão como uma fábrica de dinheiro e poder, e...