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Luísa
Eu estava sonhando. Até Catarina vir me acordar. Eu estava enjoada e com dor de cabeça porra, eu aprontei muito no baile de ontem.
- Olha a Julia está lá em baixo te chamando, falou que é urgente, e blábláblá... – ela fez careta.
Me perguntei quem era Julia, então me lembrei da ruiva gente boa que sempre vinha implorando pelo namorado dela. De novo?
- Pode dizer que eu estou descendo. – fui me levantando.
Ela saiu do quarto e eu a chamei novamente.
- Aproveita e encontre algum remédio, na verdade dois... – eu pedi e ela sorriu fechando a porta, eu me arrumei de má vontade para falar a verdade, eu estou de mal humor, e eu queria ficar pelada e voltar a dormir novamente. Eu terminei e desci as escadas dando de cara com Julia aos prantos e ele...
- Porra ela que é a Sem Lei? – ele perguntou não acreditando, ele era... O tal Jonathan.
- Não, é minha avó... – abusei de minha ironia. – AGORA SAI DA MINHA CASA.
- Não... Sem Lei você tem que me ajudar, o Júnior está lá em casa, e o Gabriel está devendo... Deixa passar dessa vez, é a ultima.
Ela me implorava de uma forma que me deixava estranha.
- Celo, saia desse sofá e passa o rádio para o Júnior, avisa que eu vou descer. E que é para esperar. – eu peguei minhas coisas e fui saindo com os dois, o sol queimou meus olhos, mais que vontade de vomitar. Eu coloquei meu óculos e fomos descendo.
- Está de ressaca? – Jonathan brincou e riu.
- Se continuar, você vai ficar sem suas bolas seu retardado. – ele olhou para baixo e ficou em silêncio.
Paramos em frente á uma casa com o portão aberto e com Júnior gritando. A casa dele era linda, e eu sei muito bem quem morava aqui.
- Eu pedi para esperar. – eu disse entrando e Júnior e Yuri pararam de bater no Gabriel.
- Foi mal, Luísa. Mas olha, a conta desse cara andou crescendo nestas semanas. E ele anda enrolando a gente há meses. – Yuri começou a se explicar.
– E ai Sem Lei. – Júnior veio até mim e fizemos um toque e comecei a ri e tirei meu óculos.
- O que temos aqui? – olhei para os lados e Gabriel tossia, eles quase fizeram um estrago nele.
- Já falei, ele está devendo e o Celo falou que ou ele pagava ou ele morria. – Yuri disse rindo.
- Desde quando o Celo manda em algo cara? Vamos fazer o seguinte, é a segunda vez que eu estou tendo que resolver isto, é a ultima vez, Gabriel. E você não vai mais usar minhas drogas, e a partir de hoje você trabalha pra mim. Estamos entendidos? – eu perguntei sorrindo indo até ele.
- Acho que aceito... – Gabriel mal consegue conversar.
- Não tem acho, minha bondade tem limites, ou aceita, ou eu lavo minhas mãos.
- Mas eu posso pagar... – Jonathan quis interferir.
- Não se mete. Vai aceitar ou não? – eu tirei minha arma da cintura e a destravei.
- Ele aceita. – Julia disse caminhando até mim.
- Foi como imaginei. – disse travando minha arma novamente e sorrindo.
- A cada dia que passa, você melhora. – Juninho sorri satisfeito.
- Agora eu sei por que é dona de um morro. – Joninha disse sorrindo também.
- Bom eu estou indo, não quero mais confusão entendeu? Obrigada. – disse dando as costas para eles e saindo da casa do Jonathan.
Minhas ruas costumam ser numeradas, fica mais difícil de identificar quando eu preciso ir para algum lugar ou uma invasão. Eu olhei para a rua abaixo, pertinho do beco 13, um monte de gente estavam amutuando-se para ver o que estava acontecendo, era um alvoroço do caralho, e eu odiava quando isso acontecia, sempre sobrava pra mim, e comecei a ouvir um bando de desgraçados a falar mal do meu nome de onde eu estava, e eu não gostei disto. Eu já estava sem paciência.
- O que pega lá embaixo? – perguntei para o Juninho.
- Não sei. Eu posso passar o rádio. – ele deu a ideia.
- Eu mesma vou conferi, pode deixar. – disse descendo.
- Porra Sem Lei, da ultima deu merda cara. – ele me barrou.
- Da ultima eu não tinha uma arma. – eu o afastei e comecei a descer. Enquanto ouvia Jonathan e Yuri rindo dele.
Quando isto acontece ninguém presta atenção em você a menos que você fosse eu, ou tivesse uma arma, e como costumo fazer e amo, atirei para cima e todos fizeram silêncio e se afastaram um pouco.
- O que está acontecendo aqui? – eu estava irritada. – eu quero você longe da minha vista, piranha!
- E se... – eu destravei a minha arma e ela se afastou.
- Obrigada por me poupar munições. – digo em deboche e ela vira a cara.
- Luísa, eu fiz o que o Celo pediu, ele acabou de aparecer na sua casa te procurando como um louco. – Nando surgiu do meio deles.
- O que foi fazer lá em Iago? Prolongar a nossa conversa? Lembra o que eu te disse ontem...
- Não era a intenção. Eu quero você de volta Luísa, por bem ou por mal. – ele preso no poste, me ameaçando era tão engraçado.
- Você me traiu, você me enganou, a sua sorte é que eu esqueci o seu passado e deixei você ir embora, você não vai ficar aqui e me ameaçar. Você vai ficar ai, e quando te soltarem, você vai ir embora, ou se não eu vou te matar. – eu lhe dei as costas, e um monte de pessoas começaram a falar ao mesmo tempo novamente.
- Não deixe ele ai por favor... – não sei quem falou isto mas fiz questão de não dar ouvidos.
- Ele fica, Nando. – gritei. E puxei Nando. – Ei tira ele daí o mais rápido possível. – sussurrei.
- Mas, Luísa... – eu o interrompi.
- Mas nada Nando, eu que mando nessa porra. E eu preciso dele para algo.
Eu o deixei lá e fui para a minha casa.
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A Dona Do Morro ♚ Primeiro Comando
Ficción GeneralCresci em um lugar que vi coisas demais acontecerem. Como injustiças, traições e amores. E uns, como eu, cresceram por eles. Outros foram arruinados. Cada um em seu tempo. Notei que todos enxergavam o Alemão como uma fábrica de dinheiro e poder, e...