RUGGERO
Estou obcecado por karol.
Tive essa realização quando vi
Karol parada na porta do quarto. Foi o
primeiro pensamento ao vê-la ali,
parada, com receio do que tinha
preparado para nós. Ela se rendeu a
mim, o desejo correndo forte por nossas
veias e meus objetivos esquecidos em
um dos cantos de minha cabeça.
Olhando-a deitada nua na cama de
hotel, sei que devo me envergonhar.
Estou sentado em um dos sofás laterais
do cômodo, observando o pequeno
movimento de seu corpo enquanto
respira delicadamente. Reflito sobre
como chegamos aqui e sinto o peso da
culpa em minhas costas. Tinha uma
proposta de negócios vantajosa para ela
e para mim, mas não conseguia deixar
de me sentir uma criança mimada que
precisava realizar suas vontades a
qualquer custo. Ela disse sim, mas a
forcei a dizer, não a deixei pensar e sei
que nossa discussão continuaria no
momento em que ela acordasse.
Karol entrou na equação quando não esperava. Estava investigando Gastón
Sevilla e descobri sua existência. Ela
entrou em cena quase um ano atrás ao
chegar à Califórnia. Como meu alvo era
Gastón e não karol não tentei
descobrir sobre o passado daquela
deusa loira, mas a acompanhei de perto
depois que recebi o primeiro relatório.
Alta, magra, loira e bailarina. O
sonho de qualquer homem, mas isolada
como uma freira. Nenhuma das vezes
que foi investigada e seguida estava com
um homem, e me surpreendi quando foi
parar em um lugar como o Le Petit. Ela
parecia inocente demais para aquilo
tudo, mas, ao mesmo tempo, parecia
viver uma vida além das suas posses,
naquela casa grande que só poderia ser comprada com o dinheiro de seu irmão.
Eu assisti mais apresentações de balé
nos últimos meses do que em toda minha
vida, tudo para vê-la no corpo de baile.
Quando o plano contra Gastón não
avançou do jeito que eu desejava, sabia
que era hora de seguir karol mais de
perto. Eu sabia o lugar dela naquela
charada, mas não consegui não a
desejar. Me perdi e sei que estou
fazendo tudo errado, levando essa
obsessão longe demais, até para meu
plano. Karol é minha fixação, é o que
quero, mas é o que não mereço ter pela
maneira terrível que estou me
comportando desde que essa história
começou.
Eu tomava um copo de Uísque e a.
observava, pensando no que fazer em
seguida. Karol rodou sobre o próprio
corpo, encarando-me com os olhos
inchados de sono. Estava nu, confortável
com meu próprio corpo, sentado no sofá
e sendo deleitado pela imagem da pele
sedosa de karol . Por mais que ela
tentasse disfarçar, não conseguia
esconder que se sentia atraída por mim.
Sentia sua hesitação da mesma forma
que sua fome.
— Fomos longe demais. – Ela
murmura com a voz rouca de quem
acaba de acordar, em um tom tímido.
— Isso é um começo, não é longe o
suficiente – respondo, levantando-me e
indo em sua direção.
— Você não entende, não deveria estar aqui...
Karol se senta entre os travesseiros
fofos e foge do meu olhar, encarando
cada canto do quarto como se tentasse
catalogar a posição de cada peça de
roupa sua jogada pelo chão. Podia ouvir
as engrenagens de sua cabeça pensando
na forma mais rápida de vestir suas
roupas e chegar à porta.
— Eu falei sério sobre a proposta.
100 mil dólares por um mês com você.
Será minha durante esses dias, mas
prometo que você também irá gostar... –
continuo, aproximando-me mais e me
sentando ao seu lado, a centímetros de
tocá-la, com apenas a barreira dos
lençóis entre nossa nudez.
Karol volta a sua atenção para mim,
como se estivesse pensando no que
acabei de falar. Detesto a ideia de que
ela parecia fazer contas mentais sobre
poder ou não dizer “sim” para minha
proposta. Pela forma que aconteceu sua
estreia no Le Petit, ficava claro que ela
precisava de dinheiro, mas, no fundo,
desejava que ela dissesse não. Eu queria
que ela me mandasse à merda por mais
que minha investigação sobre ela
dissesse que ela não o faria.
— Eu... – ela responde hesitante,
olhando para as próprias mãos. Karol
respira fundo e continua, – Tenho
algumas condições.
— Quais seriam?
— Eu fico na minha casa.
— Não. Próxima.
— Mas...
— Essa não é negociável. Próxima.
— Eu tenho uma rotina. Eu preciso
segui-la.
— Não tenho problema com isso, mas
você precisa estar comigo quando eu
precisar.
— Se isso significar faltar ensaios, eu
não vou poder. Eu sou bailarina, é tudo
muito difícil nessa profissão. Podem me
demitir se não aparecer...
— Tudo bem, conversaremos caso a
caso. Mais alguma coisa?
— Não, mas eu... eu... me sinto
desconfortável com isso – Karol
responde hesitante e me encara
profundamente, olhos nos olhos.
— É normal, mas você vai se
acostumar. Eu tenho um belo
apartamento, vai ser fácil.
— Vamos dormir juntos?
— Eu quero acesso total – respondo e
minha mão cai em seu torço, descendo
suavemente até seus seios e os
acariciando – você sente o mesmo, não é
baby?
— Você me deixa confusa. Não
deveria me sentir assim por um cliente.
— Mas não sou seu cliente, sou seu
homem pelo próximo mês, e você é
minha mulher.
Ela me encara tão profundamente que
é como se um campo magnético nos
unisse e não conseguisse me afastar
dela. Beijo forte seus lábios porque era
o certo a fazer. Tinha alguma coisa sobre aquela mulher que acendia o sangue em
minhas veias e me deixava duro só de
sentir seu cheiro.
Um celular apitou e senti karol me
afastar com delicadeza e pular dos meus
braços em direção à bolsa,
desvencilhando-se dos lençóis.
— Tem água em algum lugar? – ela
pergunta.
— Deve ter na geladeira.
Ela caminhou para o pequeno
frigobar, pegou uma garrafa de água e
colocou na mesa do quarto. Karol
remexeu sua bolsa, puxando três cartelas
de remédio, retirando comprimidos
grandes de cada uma delas. Ela os
tomou com ajuda da garrafa de água
enquanto acompanhei cada um de seus. movimentos.
— Que comprimidos grandes – falo
curioso.
— São... são anticoncepcionais – ela
responde, voltando a guardar as cartelas
na bolsa. Ao menos ela era precavida.
Menos uma preocupação.
— Você deve avisar a Madame que
desistiu de dançar. Não quero você no
Le Petit. Diga que se arrependeu, que
não leva jeito. Não quero que nem
mesmo sirva mesas, peça demissão –
falo no momento que a ideia vem à
minha cabeça – eu sei que ela vai
entender que você está comigo, mas não
me importo.
— É meu ganha pão, Ruggero
— Você terá dinheiro suficiente para
se manter até conseguir outro emprego.
Você não combina com aquilo.
— Mas eu estava lá, você me viu lá
por meses – ela parecia frustrada por
renunciar ao trabalho no Le Petit.
— Mas você servia mesas, não
dançava para homens com fome do seu
corpo. Quero ser o único a vê-la nua. O
olhar daqueles homens durante sua
primeira dança não vai sair da minha
cabeça. Você é minha, entendeu? Minha
– falo e a puxo para mim, atraindo-a
para meus braços.
— Eu não sou de ninguém, Ruggero . Eu
estou com você, mas você não manda em
mim – karol responde, me olhando
irritada.
— Você tem suas exigências e eu
tenho as minhas. Uma delas é que você
saia do Le Petit.
— Tudo bem... – ela suspira
resignada — Vou pedir demissão. E
depois?
— Depois você arruma suas coisas na
sua casa e essa noite você já dorme
comigo.
— Posso fazer isso depois do ensaio,
não agora.
— Meu motorista irá buscá-la. Albert
sabe onde mora.
— Ok, e agora?
Antes que ela pudesse falar, a pego no
colo, levando-a em direção ao banheiro.
— O que você está fazendo? – karol
pergunta, tentando se estabilizar nos
meus braços, agarrando-se forte
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a bailarina do ceo
FanfictionO que você faria se sua vida estivesse em risco? karol sevilla é uma talentosa bailarina que paga as contas como garçonete de uma boate de stripper. Empurrada até as últimas consequências, depois de se descobrir doente, ela se torna uma dançarina n...