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KAROL

nossa história foi
feita para ser curta. Com ou sem doença,
eu tinha mais 15 dias com Ruggero , e
queria ser feliz em todos eles.
— Vamos lá em cima? Tenho um
quarto de adolescente para te apresentar
– ele disse enquanto me beijava cheio
de segundas intenções.
—  Ruggero , seus pais... – respondi com
a voz afogada por outro beijo.
— É um bom motivo para você não
fazer barulho.
Me levantei com cuidado e Ruggero
pegou minha mão, entrando na casa e me
conduzindo pela sala. Quando viramos
em direção à escada, um homem grande
de cabelos castanhos nos encarou com
olhar inquisitivo. Ele era o pai de Max e
Ruggero , sem dúvidas, todos os traços
estavam ali.
— Quem é essa mocinha?
— Sou karol  – respondo,
estendendo a mão em um cumprimento–
prazer em conhecê-lo, Senhor Bruno .
— O prazer é meu, achei que meu
filho morreria rodeado de gatos
fedorentos.
— Não disse? E eu nem mesmo tenho
gatos –  Ruggero  fala, virando para mim e
levantando sua sobrancelha, como se
estivesse falando “não disse?” – nos
vemos no jantar, papai...
Ruggero  me puxou pela escada, rápido o
suficiente para fazer minhas pernas
tropeçarem enquanto o Senhor Bruno
nos encarava confuso. Estava chocada
por ele ter feito isso na frente do pai.
Entramos em um quarto e ele fechou a
porta, me encostando à madeira
enquanto eu reclamava baixinho de
vergonha.
— Finalmente – ele murmurou contra
meus lábios, interrompendo-me. Ruggero
me puxou para cima, enrolando minhas
pernas ao redor de sua cintura e esqueci
de todo o resto no instante que minha
boca se uniu a dele. Beijá-lo me fazia
sentir mais forte, vibrando algo diferente
dentro de mim. Éramos dinamite juntos,
feitos um para o outro, o que me
assustava e fascinava na mesma medida.
Ruggero  desceu suas mãos na minha
bunda, puxando-me para mais perto
enquanto sentia seu pau inchado. Ele me  encostou à parede, usando a superfície
lisa para me apoiar. Sua mão se
insinuava por debaixo do meu vestido
de verão. Quando seus dedos tocaram na
minha entrada, meu corpo se acendeu.
As leves carícias, explorando minha
pele quente, ficaram mais frenéticas.
Acelerando de forma selvagem,
fazendo-me gemer.
Procurei seu cinto às cegas, tentando
arrancar as roupas de Ruggero . Precisava
dele dentro de mim para acabar com
minha agonia. Comecei a acariciá-lo,
colocando minhas mãos dentro de seu
jeans, circulando seu pau com minha
mão até enlouquecê-lo. Ruggero  tremia ao
meu toque e chegou ao seu limite,
terminando nossas preliminares. Ele me  jogou na cama, arrancando suas roupas e
deitando sobre mim, mostrando seu
corpo nu sem vergonha alguma. Depois,
puxou meu vestido pela cabeça e
arrancou minha calcinha enquanto
beijava meu corpo. Ruggero  criava
expectativa do nosso encontro, sentindo
sua pele arder a cada toque e
respondendo com a mesma intensidade.
Gememos juntos quando o senti se
afundar dentro de mim, dentro e fora,
martelando de forma selvagem. A cama
tremia, fazendo barulho, mas não me
importava, soltando um pequeno grito de
prazer. Eram sensações demais, o
formigamento crescendo até o prazer
explodir em minhas veias.
Nós caímos cansados em cima um do
outro, a respiração pesada e o silêncio
após fazer amor. Acariciava os cabelos
suados de Ruggero , ainda pensativa sobre
nosso pequeno interlúdio.
— Acha que eles ouviram? – pergunto
com vergonha.
Ruggero  se ajeita em meu colo,
encarando-me com um sorriso nos olhos.
Ao contrário do que Ruggero  me deu a
entender, aquilo não era um quarto de
adolescente. Seus pais moraram na
cidade a vida toda, aquilo era mais um
cômodo de hóspedes com suíte do que
qualquer outra coisa. Eu tinha sido um
pouco mais vocal do que de costume e a
cama rangia a cada investida de Ruggero
Tinha valido a pena, mas tinha vergonha
só de pensar em encarar os pais dele

depois disso.
— Eles não vão falar nada –  Ruggero  me
responde, com olhar amoroso.
— Max falaria.
— E eu o mataria por te envergonhar.
E ele não está, saiu para levar Cande,
não? O timing perfeito. Nosso problema
foi essa cama.
— Ela faz barulho demais, não é? Na
nossa... – paro e me interrompo – na sua
cama não é tanto assim.
— Eles não vão falar nada. E minha
mãe talvez não tenha superado a história
da boate. Sexo barulhento é o de menos
– ele diz e estica a mão, tocando meu
nariz com carinho – e você está certa, é
nossa cama, você dorme lá.
—  Ruggero !
— Eu estou feliz, eles estarão felizes
por mim, tudo bem? Não importa que
você grite, a cama ranja...
— Feliz de verdade?
— De verdade. Amo cada momento
que passo com você – ele me responde e
me dá um beijo leve.
Eu sorri, mas tudo naquela casa me
lembrava do nosso acordo. Os pais dele
estavam satisfeitos. Sua voz falando que
era “nossa” cama. Era tudo um grande
jogo e ser uma dançarina de boate era
algo realmente chocante, sua mãe não
esqueceria tão fácil, mesmo com meu
pequeno rompante emocional no andar
debaixo há alguns minutos.
Me soltei dos braços de Ruggero ,
fingindo que pegaria algo na mesa
lateral, ainda nua e querendo não estar
tão vulnerável.
— karol ... está tudo bem?
— Vou tomar um banho para a gente
descer, tudo bem?
Não falei mais nada e caminhei até o
banheiro, deixando um Ruggero  confuso
para trás. Quase uma hora depois,
estávamos todos sentados à mesa
enquanto minha cabeça ia de zero a cem
sobre Ruggero . Ele dizia estar feliz, eu
estava me apaixonando. Era a receita
para o fracasso. Apesar dos pais de
Ruggero  serem legais e educados, não
conseguia me afastar da ideia de que eu
tinha sido comprada para mostrar “um
bom serviço”. E agradá-los. Fui
educada, sorri na hora certa, mas evitei  conversas profundas.
— E com que você trabalha? –
pergunta o senhor bruno Antonela  me
encarou com olhos muito abertos e
percebi que ela achava que eu era
stripper em tempo integral. Eu a via
agitada na cadeira, pensando em que
assunto poderia puxar para evitar que eu
respondesse à pergunta.
— Eu danço na California Ballet
Company.
— Você é dançarina em tempo
integral? – pergunta Max chocado –
Você é surpreendente, karol
— Sim. Eu ensaio todos os dias. Faço
parte do corpo de baile.
— E você não pensa em fazer
faculdade, alguma coisa?

a bailarina do ceo Onde histórias criam vida. Descubra agora