13 - Uma Fenda Temporal

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Katie

O laboratório do Ted realmente fica no porão da casa dos seus pais, mas como ele havia dito por telefone o lugar tem muitos equipamentos, entretanto também tem cheiro de pizza e café forte, e só é preciso dar uma rápida olhada em volta para saber de onde o odor está vindo: são todas essas caixas de pizza cheias de restos e as inúmeras xícaras de café tomadas pela metade que estão espalhadas por todos os lados.

- Desculpa a bagunça. - Ted vai na frente, abrindo caminho em meio a zona enquanto junta do chão alguns papéis com desenhos do que parecem ser seus projetos. - Eu tenho passado muito tempo aqui embaixo. -  abre um armário e guarda todos os papéis lá dentro. Depois corre para pegar as caixas de pizza sobre uma mesa repleta de fios, baterias e ferramentas de mecânica.

- Como você aguenta ficar aqui? - Hanna faz cara de nojo. - Quando foi a última vez que tomou banho?

- Quando se sabe as coisas que eu sei - abre a janela e joga as caixas por ela. - , você esquece de coisas como banho. - com as mãos, Ted arruma o cabelo encaracolado. - Então, como posso ajudar vocês?

- Nós queremos saber sobre a teoria das fendas temporais. - digo e vejo que Brian me olha desconfiado. Agora não sei se podemos realmente acreditar em Ted.

- Ah, sim, sim. - ele limpa a garganta. - Sentem. Fiquem a vontade. - indica o sofá cheio de camisas amassadas e umas bugingangas que parecem peças de algum equipamento eletrônico.

- Desculpem. Eu vou... - ele tira tudo que está em cima do sofá e coloca dentro de uma caixa de papelão no chão. - Pronto. Agora sim. - olha para os lados e corre até uma lousa de giz que arrasta para nossa frente, então apaga alguns cálculos que estavam escritos nela. - Bom, eu gostaria de ter me preparado melhor para apresentar algo desse nível, mas acontece que fui pego de surpresa...

- Fala logo de uma vez onde tá a droga da fenda! - Hanna diz.

- Tudo bem, calminha... - Ted ergue as mãos. - Então, essa fenda pode existir em diversos pontos do planeta. - ele desenha um círculo no centro da lousa. - Afinal de contas é uma fenda temporal, então não há uma localização exata... mas sim eventos que podem levar a abertura de uma dessas fendas. - Ted faz uma linha reta no meio do círculo.

- Não sei se compreendo... - Brian aperta os olhos.

- Todas as respostas estão no espaço-tempo. - no meio da linha, Ted marca um X. - Imaginem a seguinte situação: em um determinado dia o espaço e o tempo estão alinhados, então algum evento; como por exemplo uma chuva forte, causa uma enorme poça em algum local do planeta. - ele aponta para o x com o indicador. - Quando juntamos a força do tempo e do espaço com a densidade da água gerada pela chuva e adicionamos um pouco de eletricidade, temos uma fenda e com isso o poder de ir e vir entre o passado e o futuro.

- Uma poça? - Brian esfrega o queixo.

- Não entendi nada. - balanço a cabeça negativamente.

- Eu sabia que era perda de tempo vir até aqui. - Hanna faz menção de se levantar.

- Não! Espera, espera! - Ted diz. - A poça é só um exemplo. Quis dizer que, a chuva muitas vezes é um evento capaz de gerar uma fenda temporal... assim como raios, chuvas de meteoros e até mesmo explosões nucleares.

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