27 - Bem-vindo aos Anos 50

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1949

1h para meia-noite

Brian

O ano está virando, é hora de fazer promessas de ano-novo e não cumprir metade delas durante todo o ano que está chegando.

E eu só consigo pensar em uma promessa.

Já se foram cinco anos sem Katie, cinco anos da minha viagem ao futuro... Cinco anos que prometi voltar para ela e ainda não consegui. Desde que pulei naquela fenda em 2022 e caí em 1945 venho tentando encontrar outra fenda, outra forma de ir ao encontro de Katie, mas as informações sobre viagem no tempo não são muitas nessa época, e por mais que os anos 50 já estejam chegando junto de toda uma nova tecnologia, ainda vai demorar muito para que eu enfim ache algo concreto sobre fendas temporais ou qualquer coisa parecida.

Além disso, a minha pesquisa foi interrompida pela morte repentina do meu pai e por isso abandonei os estudos sobre máquinas do tempo e fendas temporais por alguns meses depois que ele se foi. Precisei cuidar da minha família, da minha mãe mais específicamente, mas agora as coisas estão melhores.

Meu irmão está prestes a se casar e ele quer se mudar para uma cidade maior logo após o casamento. Minha mãe também está cogitando a ideia de ir com ele, pois diz que tudo aqui lembra meu pai e ela tem razão. Porém, não sei se quero ir com eles ou se parto em busca de alguém que possa me ajudar a abrir uma fenda temporal.

Me sinto tão perdido aqui, como se não fizesse mais parte deste lugar e como se o meu destino estivesse todo escrito no futuro e não mais no meu tempo.

É estranho, mas é o que parece ser verdade para mim.

- Brian? - minha mãe abre a porta do meu quarto enquanto tento entender alguns capítulos de um livro pesado sobre anomalias temporais. - É o último dia do ano. Não vai descer para o jantar? - cautelosa, ela entra.

- Estou um pouco ocupado. - fecho o livro e esfrego os olhos.

- Você está sempre ocupado ultimamente. - ela vem até mim e corre os dedos por meus cabelos. - É uma pessoa diferente desde que voltou do exercíto.

- Deve ser impressão sua. - sorrio para tranquilizá-la.

- Não mesmo. - balança a cabeça e senta ao meu lado na cama. - Não quer me contar finalmente o que aconteceu durante o tempo em que ficou desaparecido?

- Você não iria acreditar. - rio tristemente.

- Bom, por que não tenta?

Encaro seus olhos caridosos e solto um suspiro.

- Mãe - começo. - , se alguém dissesse que é possível viajar no tempo, você iria acreditar?

- Viajar no tempo? - pergunta com a testa franzida. - Ir para o passado ou para o futuro?

- Sim.

- Isso é alguma metáfora, querido? - ela segura minha mão com as suas.

- Não. Estou falando no sentido literal. - digo e engulo em seco. - Enquanto estava servindo em Chicago, encontrei um laboratório secreto no porão da base militar. Lá tinham vários experimentos esquisitos... um deles eram uma máquina do tempo.

- Uma máquina do tempo? - levanta as sobrancelhas.

- É, e ela funcionava de verdade.

Minha mãe fica quieta e com seu olhar, me incentiva a continuar.

- Usei essa máquina do tempo e fui parar em 2022. - olho para o chão e ela fica calada. - Vá em frente, me chame de maluco. - quebro o silêncio.

- Por que eu faria isso, Brian?

- Ah... não acha que sou maluco por dizer isso?

- Acho que você não iria inventar uma história dessas se não tivesse mesmo acontecido. É isso que eu acho. - dá de ombros. - Além disso, eu vi que você tem estudado muito sobre esse assunto. Todos esses livros agora fazem sentido para mim. - ela aponta para a mesa no canto do quarto, abarrotada de livros. - E eu acabei encontrando uma carta há uns anos... Endereçada a uma moça chamada Katie.

Arregalo os olhos.

- Não estava mexendo nas suas coisas e nem cheguei a ler. - diz. - Acontece que eu precisava de uma folha e um lápis para fazer uma lista de compras e entrei aqui enquanto você estava cuidando do galinheiro. Procurei por um papel em branco nas gavetas da sua escrivaninha e achei a carta. Vi as instruções no envelope... de que deveria ser entregue apenas em 2022.

- Nossa. - afundo o rosto nas mãos.

- Agora tudo está mais claro. Você realmente esteve no futuro.

- Estive.

- E se apaixonou.

- É.

Nós ficamos quietos por alguns segundos até que ela diz:

- Você quer voltar para ela, não quer?

- Muito, mãe. - finalmente a encaro. - É muito estranho, mas não sinto mais que pertenço ao passado. Parece que esse não é o meu lugar.

- Talvez esteja se sentindo assim porque o seu lugar é ao lado de Katie. - passa o braço em torno dos meus ombros. - Sabe, filho, se você encontrar uma forma de ir, tem a minha benção para isso. - beija o topo da minha cabeça.

- Eu te amo, mãe - a abraço.

- Eu também, meu amor. - acaricia minhas costas e nesse momento tomo a decisão que vai definir todo o resto da minha vida.

Vou partir em busca de uma fenda.

Vou encontrar Katie.


.

.

.

Oi, pessoal!

Acredito que o próximo capítulo já vai ser o último e então teremos o epílogo!

Muito obrigada a todos que estão lendo essa história desde o começo, pois ela foi bem importante pra mim. Então muito obrigada pelos votos e comentários!

E mais uma coisa; o meu primeiro livro de fantasia Escolhido Pelo Mar já tá disponível até o capítulo 3! Essa é uma história sobre lendas, espíritos e sereias ahahaha espero ver vocês por lá!

Até o próximo capítulo!

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