3 - A Máquina do Tempo

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Brian

Perto das 2h da manhã vou até o porão. Faço o mesmo caminho que fiz mais cedo e vejo os guardas na frente da grande porta de metal, mas não são os mesmos que vi pela manhã. Dessa vez, soldados mais jovens, da primeira patente, estão de guarda. Eu os conheço de vista, só não entendo porque dois jovens inexperientes estão de guarda de algo que pode ser extremamente importante.

Mantenho a pose e vou até os dois.

- Boa noite, soldados.

- Essa área é permitida apenas para quem tem autorização. - diz um deles, o mais magrelo.

- Sabe com quem está falando, idiota? - o outro bate nas costas do amigo. - É o tenente Brian. - sussurra. - Boa noite, senhor! - os dois fazem continência.

- Descansar. - digo. - Então, o que dois soldados como vocês estão fazendo aqui?

- Senhor, sinceramente o nosso posto não é esse. Nem sabíamos que aqui tinha um porão. - diz o soldado Oliver, vejo sua identificação na roupa.

- É isso mesmo, senhor. - afirma o outro, seu nome é Dave. - Estávamos indo para o nosso alojamento quando dois soldados que nunca vimos pediram para ficarmos aqui essa noite... sabe como é, tenente... é sábado, eles queriam se divertir. - encolhe os ombros.

- Hum... podem ir. Caso alguém pergunte, digam que eu dei permissão pra saírem. - falo para os dois que se animam com a notícia.

- Obrigado, Tenente! - dizem em uníssono e fazem continência antes de irem embora.

Agora estou sozinho e decido entrar. Acho que infringir as ordens de cima e estar onde não deveria vai me garantir alguns meses de detenção. Isso seria perfeito. Nada de interrogatórios, torturas ou viagem à Alemanha.

- Ótimo - digo a mim mesmo. - Mas como posso abrir essa porta? - vejo que não há maçaneta ou qualquer coisa do tipo. - Deve haver algum botão... - tateio o metal da porta e não encontro nada.

Passo as mãos pela parede ao lado e sinto um pequeno relevo em um formato de retângulo. Empurro a plataforma e a porta escorrega para o lado.

- Voialá - sorrio e entro na sala secreta. - Mas que lugar é esse?

A sala parece um pouco com os laboratórios de bombas e outras armas de guerra que já vi, mas nunca estive em um tão tecnológico assim. Há visores iluminados por uma luz azul intensa e um deles mostra uma espécie de cálculo?

- Mas o que é isso? - me aproximo de uma mesa cheia de equipamentos de mecânica. - O que essa gente anda aprontando por aqui? - pego um pequeno visor de relógio que parece estar quebrado e depois o coloco de volta no lugar.

Dou mais uma olhada no local. Há capacetes esquisitos, coisas que parecem óculos... e então vejo um objeto que acredito que seja uma fina pulseira de vidro. Ela está no centro do laboratório, protegida por uma redoma. Vou até lá.

- Como que faz pra abrir esse treco? - dou uma olhada no painel de controle ao lado da redoma de vidro provavelmente blindado. Há dois botões, um azul e um vermelho. - Talvez... o botão azul abra e o botão vermelho feche? - dou de ombros e aperto o botão azul. Como eu imaginava, a redoma se abre e pego a pulseira.

É tão leve que parece até que estou segurando o ar. E o material não é vidro. Coloco a pulseira em meu pulso e uma luz acende.

"Bem-vindo ao experimento 023875902175"

- Esse negócio falou?

"Escolha a data e hora, por favor"

- O quê?

"Escolha a data e hora, por favor"

- O governo americano é realmente biruta. - rio e toco com a ponta do dedo o visor da pulseira que agora parece mais um relógio. - Quantas datas tem aqui... - rolo as opções para cima. - 1999, 2000... que coisa estranha.

Distraído com essa invenção moderna, percebo tarde demais que a porta está se abrindo e por um descuido, seleciono uma das datas do relógio. De repente, sinto meu corpo adormecer, olho para minhas mãos e elas estão ficando brilhantes e azuis, assim como o resto do meu corpo. Tento tirar o relógio do pulso, mas não sai, está preso.

"Ativando estabilidade temporal"

A voz do relógio diz.

"Acionando moléculas de transmissão de teletransporte"

Tele o quê?

"Viagem concluída em 5, 4, 3, 2..."

A única memória que tenho após a grande explosão azul que toma conta do meu corpo, é de estar caindo em um poço escuro sem fundo. Eu continuo em queda livre, parecem horas, dias... não consigo dizer há quanto tempo estou caindo. Estou sem ar, meus pulmões parecem estar sendo engolidos pela falta de oxigênio, nem ao menos consigo gritar. Enquanto caio, sinto algo picar minha pele, como centenas de agulhas.

O poço não tem fim.

Não tem ar.

Não tem luz.

Acho que morri.

Estou morto e o inferno é assim.

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Gente, tentei me controlar pra postar esse capítulo só amanhã, mas não consegui!

Estou amando a vibe dessa história e fazia muito tempo que não me pegava apaixonada por criar personagens 💖

Espero que eu consiga prolongar bem muito essa história pra que vcs possam aproveitar o máximo possível junto comigo ❤️

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