CAPÍTULO 32

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Um mês se passou e as coisas continuam do mesmo jeito.
Sinto tanta saudade da minha mãe e do Bruno, ela continua me ignorando e fazendo de conta que não existo, já ele nunca mais veio aqui apenas continua me enviando mensagens, mas apesar de toda essa  saudade que sinto dele, não consigo respondê-lo.
Sei que mereço pagar por tudo que eu fiz de errado, mas não tem sido fácil enfrentar tantas crises de ansiedade, não ter ânimo para fazer absolutamente nada e não encontrar mais sentindo para continuar.
Devido ao número muito alto de faltas que estou tendo nas aulas de ballet, perdi o papel da "Anna Pavlova", fui substituída pela Letícia e estou fora da apresentação da Rússia.
A minha vida está um verdadeiro caos, a única coisa que ainda continuo fazendo é ir ao colégio porque sou "obrigada".

***

Encontrava-me sentada na cama cercada de livros e apostilas estudando para a prova, nem percebi a porta ser aberta e a Ruth aparecer na mesma, ela estava pálida parecendo que viu fantasma, Ruth é a nova empregada que está cobrindo as férias da Rosie, uma das empregada da casa.
— Menina Ísis. — Chamou-me tirando a minha atenção da tela no notebook.
— Sim? — Respondi dando permissão a ela de falar.
— Tem visita para você na sala.
— Já desço.
— Ok, vou avisar. — Retirou-se.
Após a saída da Ruth, tirei o notebook do colo, o coloquei sobre a cama, me levantei e saí do quarto.
Desci as escadas e ao chegar na sala, deparei-me com o Bruno sentado no sofá, com a cabeça baixa mexendo no celular.
— Bruno... — Falei quase como um sussurro.
Ao ouvir a minha voz, ele levantou a cabeça fazendo com que seus olhos castanhos e visivelmente abatidos encontrassem os meus.
— Ísis... — Levantou-se ficando de frente à mim e quando fez menção de tocar o meu rosto, me afastei um pouco.
— O que faz aqui? — Perguntei fria.
— Preciso conversar com você.
Demorei alguns segundos para respondê-lo e isso fez com que um momentâneo silêncio se instala-se entre nós.
Sinto muita falta do Bruno e desejo muito tê-lo ao meu lado novamente, porém tenho medo de tantas coisa.
— Por favor... — Insistiu.
— Tá, vamos para o meu quarto.
Ele assentiu, subimos juntos a escada em direção ao meu quarto, entramos, fechei a porta e sentamos um do lado do outro na cama.
— Como você tá? — Sentia seu olhar sobre mim e sem coragem de encará-lo, fitei o chão.
— Levando e você?
— Mal. — Suspirou. — Ísis, olha pra mim... —
Levantou o meu queixo me fazendo encará-lo. — Eu
sei que não está sendo fácil para você enfrentar essa situação, pra mim também não está sendo nada fácil, porém não é querendo se afastar de mim ou desistindo da gente que as coisas irão se resolver.
— Eu sei.
— Se você sabe por que está agindo assim? Por que está querendo se afastar de mim?
— Porque por mais que eu queira lutar por nós dois, eu não consigo. Existe um peso na minha consciência que me impede de fazer isso, eu não consigo levar a nossa história adiante sabendo que pessoas que eu amo saíram machucadas e estão sofrendo por culpa desse nosso envolvimento.
— E a gente? E nosso sofrimento? Não conta?
— Bruno, nós fizemos algo que sabíamos que estava errado e ainda sim continuamos insistindo no erro, o nosso sofrimento veio como consequência e junto a ele veio o peso na consciência que me impede de continuar com a  nossa relação. Por isso eu desejo que você entenda que eu não quero mais nada com você e te peço que agora vá embora, que me esqueça e esqueça tudo que aconteceu entre a gente.
— É impossível esquecer de você e de tudo que aconteceu entre a gente. Mas você quer realmente que eu suma de uma vez da sua vida?
— Sim. — Respondi com um nó na garganta e sentindo as lágrimas escorrerem lentamente pelo meu rosto.
— Ok, vou respeitar a sua decisão mesmo eu querendo insistir não posso te obrigar a ficar comigo, porém quero que saiba que você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e que eu te amo, Ísis. — Falou com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.
Nesse momento o meu coração quase parou, eu quase não acreditei no que estava ouvindo.
Ele disse que me ama... Eu achei que nunca fosse ouvir isso da boca dele.
— Tchau! Fica bem. — Beijou a minha testa e quando ele fez menção de levantar, eu segurei o seu braço o fazendo ficar sentado.
Não aguentei vê-lo daquela maneira, não aguentei aquele clima de despedida e admito que tive medo que ele saísse dali e eu o perdesse para sempre.
Sim, eu estou muito confusa do que realmente quero.
Antes que ele pudesse dizer algo, levei a minha mão a sua nuca trazendo seu rosto para próximo do meu e selando nossos lábios em um beijo calmo e cheio de saudade.
Nossas línguas se encontraram em perfeita sintonia, seus lábios sugavam os meus com volúpia e intensidade fazendo com que o beijo ganhasse mais profundidade, a minha mão passeava por dentro de seus cabelos enquanto uma de suas mãos acariciava a minha nuca e a outra estava na minha cintura apertando-a.
Seu beijo tinha gosto de cigarro misturado com bala de hortelã, era tão gostoso sentir seus lábios macios sobre os meus e sua língua passeando por toda extensão da minha boca.
Parei o beijo, desci as minhas mãos até a barra da  sua camisa e a puxei, fazendo-o levantar os braços pra que eu pudesse tirá-la.
Após tirar a sua camisa, comecei a beijar lentamente seu peitoral subindo os beijos em direção ao seu pescoço onde dei-lhe um forte chupão fazendo ele fechar os olhos e sorrir mostrando suas lindas covinhas.
— Pra quem não me queria mais. — Sussurrou irônico segurando os meus cabelos e capturou os meus lábios novamente fazendo as nossas línguas voltarem a se encontrar em perfeita sintonia.
Em meio ao beijo, suas mãos foram de encontro a barra do meu vestido levantando o mesmo, parei o beijo, afastei-me um pouco e levantei os braços para que ele pudesse tirá-lo e assim ele fez.
Pelo fato do vestido não precisar usar sutiã, meus seios ficaram expostos, mas logo foram surpreendidos pela umidade da sua boca os envolvendo e pelas suas mãos grandes e firmes.
Ele sugava o direito e uma de suas mãos massagear o esquerdo me fazendo fechar os olhos e morder os lábios na tentativa de conter meus gemidos para que a Ruth não ouvisse nada.
Após explorar bastante meus seios, ele deitou-me na cama e veio para cima de mim fazendo uma trilha de beijos que desceu lentamente passando por minha barriga até chegar na minha virilha onde ele depositou um beijo mais lento ainda.
As suas mãos tocou a barra da minha calcinha e foi descendo-a por minhas penas, após tirá-la, afastou gentilmente as minhas pernas e viu o quanto eu estava excitada com seus beijos e carícias nos meus seios,
Levantou-se ficando em pé na minha frente se despindo, meus olhos capturava cada movimento que ele fazia enquanto eu o esperava de pernas abertas e com a v*gina molhada pronta para o receber.
Após despir-se da última peça de roupa que cobria o seu corpo, ele voltou para cama, encaixou-se entre as minhas pernas e posicionou o seu membro na entrada da minha v*gina.
— Abre mais um pouco as pernas, meu amor. — Fiz o que ele pediu e em seguida pude sentir o seu p*nis extremamente duro deslizar para dentro de mim me fazendo fechar os olhos e morder os lábios para conter o gemido.
Ele segurou na cabeceira da cama e começou com os movimentos de entra e sai.
É maravilhosa a visão dele em cima de mim com os olhos fechados, lábios entre abertos, com a respiração ofegante e o suor começando molhar a sua testa.
— Hummm... — Gemi e apertei o seu braço ao sentir seu membro indo tão fundo.
— Te machuquei? — Sussurrou próximo ao meu ouvido com a voz falha e eu balancei a cabeça negando.
Ele continuou com fortes e profundas estocadas, enquanto a minha mão apertava o seu braço.
Eu já estava ficando exausta quando ele deu mais duas fortes estocadas, retirou o seu membro de dentro de mim e gozou em cima da minha barriga.
— Hmmm... — Gemeu e respirou forte após terminar de gozar.
Limpou o gozo de cima da minha barriga com a ponta do lençol e deitou-se exausto ao meu lado me puxando para deitar em seu peito.
Que saudade que eu estava do meu moreno e do nosso amor gostoso.
Aos poucos as nossas respirações foram se normalizando e logo o Bruno quebrou o silêncio que estava entre a gente.
— Eu estava aqui pensado que agora que está
tudo bem entre a gente, por que você não volta a morar lá em casa?
— Só nós dois?
— Sim.
— Não posso. Tecnicamente, a minha guarda está com o meu pai e ele não deixaria de jeito nenhum isso acontecer.
— Podemos conversar com ele e pedir a permissão dele pra você ir morar comigo.
— Tenho quase certeza que ele não vai permitir.
— Vamos ao menos tentar. Eu não aguento mais ficar longe de você.
— Ok, vamos tentar, mas temos que esperar ele chegar do trabalho.
— Que horas ele chega?
— Não sei. Hoje, provavelmente, ele chegue mais cedo, antes das dez.
— Pra quem esperou um mês, posso esperar mais. — Sorriu.
Através de cada palavra que sai da boca do Bruno, eu sinto que realmente ele gosta de mim e que está disposto a enfrentar tudo para ficar comigo.
Tudo que eu sempre senti por ele, hoje vejo que é recíproco.
Levantei a cabeça de seu peito e olhei em seus olhos.
— Eu te amo tanto, sabia?
— Sim, eu sei.
— Idiota. — Dei um tapa de leve no braço dele.
— Ué, você perguntou. — Sorriu e levou a mão a minha nuca puxando o meu rosto para perto do dele e beijou suavemente meus lábios.
Nosso beijo foi interrompido por duas batidas seguidas na porta acompanhadas da doce voz do Benjamin.
— Irmã, voxê tá aí?
Com certeza ele havia acabado de chegar da aula de natação e como sempre queria me contar como tinha sido a aula.
Esse tempo que estive aqui foi o bastante para me apegar ao Ben, ele é uma criança doce, adorável e encantadora.
— Oi, Ben. Estou sim, espera só um instante que a irmã já abre a porta.
— Certo. — Respondeu.
— É o Benjamin, o meu irmão. Precisamos nos vestir correndo para que eu possa abrir a porta para ele. — Falei baixinho para o Bruno.
— Ok. — Me deu um selinho.
Levantamos, pegamos nossas peças de roupas que estavam espalhadas no chão do quarto e começamos a nos vestir rapidamente.
Após estamos vestidos, caminhei até a porta e abri a mesma para o Ben, que esperava com um cara de insatisfeito com a demora.
— Que demola! — Reclamou entrando no quarto.
— Desculpa! — Ri da indignação dele.
— Quem é ele? — Perguntou apontando para o Bruno que estava sentado na cama.
— Esse é o Bruno.
— Ah, lembei! Ele canta na televisão.
— Ele mesmo.
— E por que ele está aqui?
— Porque ele veio me visitar. Agora chega de perguntas e vai lá falar com ele. — Assentiu e foi falar com o Bruno.
O Bruno foi alvo de várias perguntas do Ben e não demorou para que os dois fizessem amizade.
Aproveitamos o restante da tarde de maneira divertida, levamos o Ben para brincar no parquinho ali próximo de casa, fomos a sorveteria e quando voltamos, dei banho no Ben e fomos pra sala assistir desenho com ele.

***

Estávamos os três na sala, a televisão estava ligada em um desenho animado, o Ben estava deitado no sofá com a cabeça sobre o meu colo, enquanto eu acariciava os seus cabelos negros e lisos, ele assistia. E o Bruno estava sentado ao meu lado mexendo no celular.
De repente, a porta foi aberta e o meu pai entrou pela mesma acompanhado da Loraine, a minha madrasta.
— Boa noite! — A Loraine nos cumprimentou com um sorriso amigável e aparentemente um pouco surpresa ao ver o Bruno ali.
— Boa noite! — Sorri de volta quase morrendo de nervoso e ansiedade.
— Boa noite! — Bruno respondeu nervoso ao notar a cara nada boa do meu pai.
— O que ele faz aqui. — O meu pai me perguntou.
— Ele veio visitar a minha irmã. — O Benjamin respondeu.
— Vim conversar com a Ísis e... — O interrompi.
— Pai, será que eu posso ter uma conversa com o senhor?
A Loraine percebeu que era uma conversa séria e preferiu não participar.
— Ben, vem com a mamãe que o seu pai e a sua irmã precisam conversar. — O Ben levantou-se, depositou um beijo em minha bochecha e retirou-se da sala acompanhando a mãe.
— Bom, sobre o que é a conversa?  — O meu pai perguntou.
— Pai, eu e o Bruno conversamos e decidimos enfrentar toda essa situação juntos e também... — Pausei nervosa.
— E também? — O meu pai quis que eu continuasse.
— Eu quero a sua permissão para ir morar com o Bruno.
— O quê? Você está maluca? Olha a sua idade.
— Pai, por favor.
— Ísis, isso não tem cabimento e eu não vou deixar.
Quer namorar? Eu deixo, eu aceito. Ele pode vim aqui sempre que quiser, pode até dormir com você,  mas ir morar junto nem pensar. — O seu tom de voz saiu firme e elevado.
— Por favor!
— Não, Maria Ísis. Tire essa ideia absurda da cabeça.
— Já era de se esperar o senhor negar um pedido meu. — Falei quase chorando e com o tom de voz elevado.
— Calma, Ísis. — Bruno sussurrou passando a mão em meus cabelos.
— Senhor Georg, eu entendo perfeitamente o seu lado e vejo que você só quer proteger a Ísis, mas prometo que se o senhor permitir que a Ísis vá morar comigo, eu não deixo nada de ruim acontecer com ela e vou cuidar muito bem dela.
Após o pronunciamento do Bruno, o meu pai ficou em silêncio por alguns instantes, aparentemente  pensativo. Era como se as palavras do Bruno tivesse suado com sinceridade e confiança aos seus ouvidos.
— Tem certeza que é isso mesmo que você quer? — Ele me perguntou.
— Tenho.
— Talvez eu me arrependa disso.... — Suspirou. — Mas mesmo contra a minha vontade, irei permitir que você vá já que você quer tanto isso. Pela primeira vez, irei atender a um desejo seu.— Falou como se estivesse querendo concertar erros do passado.
— Mas lembre-se que quando quiser voltar as portas estará sempre abertas para você. — Completou. 
Quase pulando de felicidade, fui até ele e o abracei fortemente.
— Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Falei enchendo a sua bochecha de beijos.
— Vai logo arrumar as suas coisas antes que eu volte atrás. — Falou emocionado.
Assenti, subi as escadas em direção ao meu quarto enquanto o Bruno ficou conversando com o meu pai.
Ao entrar, peguei as minhas malas e comecei a organizar as minhas coisas dentro das mesmas.
Depois de tudo organizado, fui até o quarto do Benjamin me despedir dele.
— Posso entrar? — Perguntei parada na porta.
— Claro. — A Loraine sorriu.
Caminhei até a cama e agachai-me em frente ao Benjamin.
— Ben, vim ter avisar que eu vou ter que voltar para a minha casa.
— Mas aqui não é a sua casa?
— Sim, essa é a minha casa número dois e eu agora preciso voltar para a minha casa número um.
— Voxê nunca mais vai vim aqui na casa numelo dois? E vai esquecer de mim?
— Claro que não, meu amor. — Acariciei o seu rosto.
— Eu vou vim sempre aqui te visitar e jamais vou esquecer de você, meu Ben, pois a irmã te ama muito.
— Eu também te amo muitão. — Falou me fazendo sorrir com olhos cheios de lágrimas.
Me despedi do Ben com muitos beijos e abraços apertados, depois me despedi da Loraine. E por fim, desci para me despir do meu pai e de todos que trabalham na casa.
Sem dúvidas, vou sentir muita falta de todos.

Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora