CAPÍTULO Extra - 3 meses depois

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3 meses depois...

Ísis

Três meses se passaram desde o nascimento do meu Henri.
Três meses que sou a pessoa mais feliz, grata e cansada desse mundo, três meses que a minha vida e a minha rotina mudaram completamente.
Quando o Bruno voltou a trabalhar, senti muita falta dele ao meu lado cuidando do nosso baby, mas o pior mesmo foi quando o meu resguardado acabou e a minha mãe precisou voltar a trabalhar, eu quase enlouqueci.
Olhei pro Henri pequenininho e molinho ali na minha frente e pensei: e agora? O que eu faço?
Sério, eu não sabia dar banho e nem sabia o que fazer quando ele chorava compulsivamente mesmo estando alimentado, trocado e com o soninho em dia.
A minha vontade era chorar junto. Mas agora estou aprendendo a cuidar das cólicas dele e dos enjoos pôs vacina.
Lembro da primeira vez que saiu leite pelo nariz dele, eu entrei em estado de pânico e a minha sorte foi que a Ruth, a moça que trabalha aqui em casa, chegou na hora e me ajudou, ela abaixou a cabecinha dele, deu duas palmadinhas de leve nas costas e limpou o rostinho dele.
Não tenho vergonha de ser uma mãe que se assusta com tudo, afinal tudo isso tem sido muito novo pra mim, sou marinheira de primeira viagem, não tenho a menor experiência na maternidade.
O neném da mamãe está a cada dia mais esperto e mais parecido com o pai.
Eu carreguei nove meses e comi uma dor desgramada no parto pro bonito vim o pai esculpido e encarnado. Sério, ele é a cópia fiel do Bruno, tanto fisicamente quanto o gênio.
Ele nasceu branquinho e agora está ficando moreninho da cor do Bruno, e os mesmos traços, de mim ele só herdou o cabelo.
Tem dias que me vejo louca, o Henri quer ficar o tempo todo no colo por culpa do Bruno que colocou o menino em maus costumes. Malmente tenho tempo para tomar banho, comer ou trabalhar. Por enquanto, ainda estou trabalhando em home office, mas o meu coração fica apertadinho quando lembro que logo logo o denguinho de mãe estará sobre os cuidados de uma babá, pois retornarei ao escritório.
O Bruno é o melhor pai que o Henri poderia ter, ele é super cuidadoso, amoroso e babão. Quando ele está em casa, o Henri nem liga pra mim, quer o tempo todo ficar no colo do pai e só lembra que eu existo quando quer mamar, me sinto uma vaca leiteira.
Mas fazer o quê, né? Quem sabe no próximo filho eu tenha a sorte de puxar a mim e ser grudado em mim.
Bruno fala que se depender dele, o Henri vai ser filho único. O pior é que o bicho realmente não quer outro filho e faz questão deixar isso claro... Eu me lasquei, nunca vou ter um grudinho e uma mini versão minha.

***

Eu estava sentada na cama com as costas apoiada na cabeceira e o notebook sobre o meu colo,  terminando ler um contrato social, que o Dr. Johnson me enviou por e-mail.
O Henri estava deitadinho sobre a manta, ao meu lado. Ele estava encarando o teto e rindo sozinho enquanto balançava as perninhas gorduchas.
Ele já deveria está dormindo, mas resolveu fazer hora extra hoje.
Do nada, ele começou a chorar.
— O que foi, mamãe? — Perguntei carinhosamente. Tirei o notebook do colo, coloquei de lado e peguei o Henri no colo.
— Quer mamar, é? — Ajeitei ele em meu braço, coloquei o seio para fora, mas ele não queria pegar,  continuou chorando e se contorcendo com malcriação.
— Eu em, Henri, que agonia...  — Falo já perdendo a paciência. — Isso é sono, né? — Guardei o peito.
Eu preciso manter a calma e a paciência...
Levantei da cama e fiquei andando de um lado pro outro pelo quarto, ninando ele, mas o menino estava em inquietação que vou ter contar, viu?!
O Henri antes de dormir, ele humilha a minha paciência e a minha coluna.
Agradeci mentalmente quando vi a porta ser aberta e o Bruno entrar pela mesma.
— Vai lavar a mão para pegar ele. — Intimei logo.
— Boa noite pra você também, meu amor. — Sorriu. Ele passou por mim, me deu um beijo na testa, um cheiro na cabecinha do Henri e foi pro banheiro lavar as mãos.
Meu momento de glória é quando o Bruno chega do trabalho.
Ele voltou do banheiro já com as mãos lavadas e secas, pegou o Hanri do meu colo e foi tentar colocá-lo para dormir, enquanto eu fui terminar de ler os documentos jurídicos pendentes em meu e-mail.
Eu amo o Bruno, amo o marido e o pai que ele é,  amo mais ainda a forma que ele se doa para o Henri.
— Dorme, meu trocinho. — Segurou e cheirou a mãozinha do Henri. — Se você não dorme, o papai não consegue tomar banho e nem descansar. — Falou andando de um lado para o outro, e o Henri ligadíssimo encarando ele.
O Bruno está visivelmente cansado, mas nem adianta eu querer pegar o Henri de volta, pois se eu for tirar ele do colo do pai, ele abre o berreiro e não fica quieto no meu colo de jeito nenhum.
Se ele sentir o cheiro do Bruno, ter contato com a pele ou ouvir a voz, já foi... não desgruda até pegar no sono.

Do nada, eu aqui de madrugada... dei uma pausa nos estudos e surgiu a ideia de escrever esse mini capítulo extra pra vcs verem como tá essa família.

Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora