CAPÍTULO 43

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Apesar do cansaço devido ao contratempo da madrugada, o Bruno acordou cedo para ir trabalhar e eu logo depois para ir ao colégio.
A minha manhã foi um tédio total por conta de três horários seguidos de aula de matemática, por isso,  agradeci mentalmente quando finalmente cheguei em casa.
Logo que entrei na sala, senti o cheiro delicioso de tempero sendo refogado. Deixei a minha mochila em cima do sofá e fui até a cozinha onde encontrei a Rosalee preparando o almoço.
— Humm... que cheirinho gostoso. — Falei de olhos fechados inalando aquele cheiro delicioso.
— Fiz livermush para o almoço, sei que você gosta.
— Sério? Que maravilha! — Só de imaginar aquele livermush que a Rô faz, a minha boca encheu de água.
Lavei as mãos, as sequei no pano de prato, peguei um copo no armário, abri a geladeira e enchi o copo com suco de abacaxi, peguei um pedaço de torta de chocolate e sentei-me á mesa.
— Ísis, você vai comer torta de chocolate na hora do almoço? — Repreendeu-me.
— Não se preocupe, Rô, apenas essa torta não será capaz de matar a minha fome.
— Essa criança vai nascer com no mínimo uns cinco quilos. — Brincou.
— Repreendo! — Sorri.
— Ah, antes que eu esqueça, a escola de balé que você estuda ligou mais cedo e pediu para avisá-la que hoje não haverá aula por conta que a avó da sua professora faleceu e obviamente ela não terá como comparecer.
— Nossa! Que notícia triste. Ok, obrigada pelo recado, Rô.
Fiquei muito sentida com a notícia que a Rosalee me deu, fico imaginando como a professora Olga deve está mal, ela era muito apegada a avó e a paixão dela pelo balé, ela herdou da avó que foi bailarina também.
Balancei a cabeça dispensando os meus pensamentos, terminei de comer, levantei, coloquei o prato e copo na pia, deixei a cozinha, passei pela sala, peguei a minha mochila em cima do sofá e subi as escadas em direção ao quarto.
Ao entrar, tirei meu All Atar, me joguei na cama, peguei o celular na mochila e abri o WhatsApp.
Havia várias mensagens, inclusive, mensagem do Bruno.

Amor ♡: Visto por último hoje às 10:45.

" Eu já disse que te amo hoje?

Li a mensagem com um sorriso bobo no rosto e respondi:

" Também te amo, meu amor. "

Após enviar a mensagem para o Bruno, abri o grupo do balé e enviei:

— Gente, ficaram sabendo que hoje não haverá aula?
— Sim. Ligaram aqui pra casa para avisar. — Fred respondeu.
— Também ligaram aqui para casa. — Elisa Respondeu.
— Infelizmente, a avó da professora Olga faleceu e a professora Helena ainda não retornou da Itália. — Rudolf enviou áudio explicando.
— O ruim de não ensaiarmos hoje é que a apresentação já é amanhã. — O Alec também enviou áudio.
— Concordo. — Mikhail respondeu o áudio do Alec.
— E aí, galera?! Eu estava almoçando, só vi as mensagens agora. Se estão com receio por conta do ensaio que não haverá hoje, que tal marcarmos de ensaiar em algum lugar no mesmo horário do balé? — Harry enviou áudio.
— Adorei a ideia! — Camily Respondeu o áudio do Harry.
— Opa! Tô dentro! — Adrian também respondeu o áudio do Harry.
— Eu também adorei a ideia. — Respondi.
— Onde podemos marcar? — Stela perguntou.
— Na casa do Harry. Você concorda, Harry? — Letícia perguntou.
— Sim, claro. Aqui em casa tem uma sala exclusiva para os meus ensaios e nela tem todos os equipamentos de balé. — O Harry respondeu.
— Ótimo! Então será aí mesmo. — Letícia respondeu.
— Certo. Estarei esperando vocês. — Harry respondeu em seguida.

Todos concordamos do ensaio ser na casa do Harry, afinal ele é o único com uma sala de balé na própria casa.
O pai do Harry é um dos maiores empresário da América e a mãe dele é uma das maiores bailarinas do balé contemporâneo, ele está seguindo os mesmos passos da mãe e mesmo o pai dele não sendo totalmente a favor, ele o apoiou na sua decisão.
Deixei o celular de lado e fui até ao banheiro para tomar banho.
Demorei um bom tempo de baixo do chuveiro, aproveitei para lavar o cabelo e assim que finalizei o banho, saí do box, me enrolei na toalha e fui escovar os dentes.
Depois de escovar os dentes, retornei para o quarto caminhando em direção ao closet, peguei uma calcinha rosa de renda e uma das minhas roupas do balé.
Vesti a calcinha, parei de frente ao grande espelho e fiquei observando a minha barriga que por sinal ainda não saiu.
— Como será o seu rostinho? Como será a sua voz?
— Eu falava sozinha enquanto acariciava a minha própria barriga em frente aquele espelho. — Não vejo a hora de ouvir o seu choro, de tê-lo em meus braços de poder sentir seu cheiro que com certeza passará a ser o meu cheiro preferido, pois por enquanto o do seu pai é o meu preferido. — Sorri e fui terminar de me vestir.
Passei desodorante e perfume, fiz uma make básica, penteei o cabelo fazendo um coque no mesmo, coloquei o porta coque, pus um brinco pequeno e calcei uma sapatilha preta.
Coloquei a minha sapatilha rosa de ponta dentro da mochila, botei dinheiro e cartão na capinha, encaixei a mesma no celular, coloquei uma alça da mochila no ombro e quando eu estava prestes a deixar o quarto, a porta foi aberta e o Bruno entrou pela mesma.
— Amor... — Falei surpresa.
— Oi. — Caminhou até mim e depositou um selinho nos meus lábios.
— Você não deveria estar no trabalho? — Indaguei.
— Sim. Vim em casa rapidinho apenas pegar o pen drive que está com uma das músicas que será gravada hoje, esqueci que ela está no pen drive diferente do qual eu levei para a gravadora. — Respondeu e caminhou em direção ao criado-mudo.
Curvou-se e abriu a primeira gaveta.
— E você, não acha que está atrasada para a aula de balé? — Perguntou enquanto vasculhava a gaveta em busca do pen drive.
— Hoje não tive aula, pois a avó da professora Olga faleceu e a professora Helena está na Itália. Daí, todos nós da turma resolvermos marcar um ensaio por conta própria mesmo.
— E onde será esse ensaio? Aproveito para te deixar lá. — Perguntou enquanto caminhava em minha direção com o pen drive na mão.
A pergunta do Bruno fez o meu coração acelerar. Eu sei que se eu falasse a ele que o ensaio será na casa do Harry, ele simplesmente surtaria e eu não estou afim de discutir com ele agora, porém também não quero e nem tenho coragem de mentir para ele.
— Na casa do Harry. — Respondi.
— O quê? — Parou na minha frente e me olhou incrédulo.
— Todos acharam melhor o ensaio ser lá e... — Tentei justificar o motivo do ensaio ser na casa do Harry, porém, o Bruno me interrompeu.
— E você? Também achou melhor que fosse na casa dele? — Perguntou sério olhando diretamente em meus olhos.
— Sim, pois... — Interrompeu-me novamente.
— Pois o quê? Qual é a sua justificativa de querer estar sempre perto desse filho da p*ta?
— Bruno, eu não estou acreditando nisso, eu não estou acreditando que você vai começar com suas crises de ciúmes sem motivos, sendo que você me prometeu que nunca mais iríamos brigar por causa desse seu ciúmes ridículo em relação a mim e ao Harry.
— Eu tento, eu juro que eu tento não brigar com você por causa daquele filho da p*ta do c*ralho, porém, eu não tenho sangue de barata, eu não consigo aceitar certas coisas.
Será que você não ver que esse moleque é doido para voltar com você? Ele só quer uma oportunidade. E você insiste em estar nos mesmos lugares que ele, insiste em manter contato com ele e agora quer ir para a p*orra da casa daquele filho da p*uta e quer que eu ache normal.
— Por que você insiste em bater na mesma tecla, Bruno? Já conversamos sobre isso, não vou me justificar novamente, pois por mais que eu explique o motivo do Harry e eu estarmos sempre juntos, você nunca vai entender e nunca deixará esse seu ciúmes ridículo de lado. — Falei no mesmo tom que ele estava falando comigo e virei as costas prestes a deixar o quarto, mas ele segurou no meu braço me impedindo.
— Você não vai.
— Como assim: " eu não vou? " Você não manda em mim, Bruno.
— Realmente, eu não mando em você e nem quero isso, porém você não vai sair daqui para ir na p*rra da casa daquele filho da p*ta. — Gritou.
— Ah é? E quem vai me impedir? — Perguntei irônica.
— Sabe de uma? — Respirou fundo. — Quer ir? Vá! Agora, saiba que se você passar dessa porta, o nosso relacionamento termina aqui.
— Ótimo! — Agora solta o meu braço, pois você está me machucando.
Ele não disse sequer mais uma palavra, apenas soltou o meu braço, em seguida, saí do quarto em silêncio.
Desci as escadas em direção ao hall sentindo as lágrimas molharem o meu rosto e as minhas mãos tremerem, saí, passei pelo enorme jardim direto para a garagem onde o Hartley já me esperava no carro.
— Boa tarde, menina Ísis. — Saudou-me com o seu velho e simpático sorriso, mas fiquei em silêncio, sem respondê-lo.
— O que houve? Por que você está chorando, menina Ísis? — Perguntou preocupado ao me ver chorando.
Permaneci em silêncio e ele resolveu não me  interrogar mais, me deixando quieta.

Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora