CAPÍTULO 22

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Hoje é um dos meus dias favoritos: Sábado.
Sábado não tem aula, não tem balé e não tem estresse, ou seja, sábado e domingo são os melhores dias que existem.
Quem concorda, respira.
A missão de acordar meio-dia falhou com sucesso, a minha mãe me fez levantar cedo. Qual a necessidade disso? Também não sei.
Terminei de pentear o cabelo, peguei o meu celular e saí do quarto.
Desci a grande escada de mármore branco e corrimão de vidro e quando cheguei na sala, encontrei a Amber e a Celeste realizando faxina no local.
- Bom dia! - Falei.
- Bom dia, querida. - Respondeu Celeste.
- Bom dia, mocinha. Que milagre, em? Você acordada cedo aos sábados.
- Acordada é uma palavra muito forte, estou apenas de pé e olhos abertos contra a minha vontade, é importante ressaltar. - Falei e ela riram.
Segui para a sala de jantar e me deparei com o Bruno tomando o seu café da manhã.
Tem coisa melhor que acordar e ter uma visão dessa logo pela manhã? Não tem não.
Puxei a cadeira e sentei-me à mesa.
- Milagres acontecem. - Falou irônico e pausou sua xícara de café no pires.
Sei que ele estava se referindo ao fato de eu ter acordado cedo hoje, mas ignorei.
Me servi com uma xícara de café com leite, um pedaço de bolo e iniciei o meu desjejum.
Na contra a tomar café na mesa com o Bruno, o que me incomoda e sentir os olhos dele o tempo inteiro sobre mim e um silêncio incomodativo entre a gente.
- Bom dia, querida. - A minha mãe falou ao chegar e quebrou o silêncio que estava no ambiente.
- Bom dia, mãezinha.
- Hoje vamos sair. - Ela falou enquanto colocava o iogurte light e granola da Helen sobre a mesa.
- Para onde? - Perguntei curiosa.
- Para a casa dos seus avós. O seu avô vai fazer uma cirurgia hoje eu vou ficar no hospital com ele e você vai ficar na casa de sua avó com ela.
Vamos passar uma semana lá até que as coisas melhorem.
- Meu único avô é o Peter, e não vou de maneira nenhuma naquela casa.
- Claro que vai.
- Não vou. - Falei firme.
- Você não se governa.
- E a senhora não pode me obrigar a está no mesmo ambiente de pessoas que não gostam de mim. Aquele cara te colocou para fora de casa grávida, nunca nos fez uma visita para saber como estamos, nunca se preocupou com a gente e nunca me considerou como neta, agora que está doente a gente presta? Eu não vou e ponto final. - Falei isso com a voz embargada e levantei da mesa com uma enorme vontade de chorar.
Sinceramente, eu não entendo a minha mãe. Eles viraram as costas para ela no momento em que ela mais precisou, nunca se preocupou se ela estava bem, se comia ou se tinha um lugar para morar, disse que ela havia morrido para eles como filha e nunca me considerou como neta ou demonstrou qualquer afeto por mim, mesmo assim ela quer ajudá-los.
Juro que não entendo.

***

Já era por volta das quatro da tarde, desde aquela hora eu não sair do quarto, a minha mãe esteve aqui várias vezes para me chamar para almoçar, para tentar conversar comigo e para tentar me fazer aceitar ir com ela para a casa dos meus avós, mas eu não quis conversa.
Se ela quiser ir, ela vá. Afinal, ela é filha, mas eu não sou nada para eles.
Evitei o dia todo mexer no celular, pois eu não queria falar com ninguém e optei por ler um livro, eles sempre me ajudam a fugir da realidade.
Estava entretida lendo: " Depois de Você", quando ouvi batidas na porta.
Respirei fundo irritada, pois odeio quando
estou lendo e me atrapalham, deixei o livro de lado e levantei para atender.
Ao abrir a porta, fiquei surpresa mas nem tanto ao ver quem era.
- O que você quer aqui?
- Não vai me convidar para entrar?
- Não.
- Depois reclama quando entro sem convite. - Entrou.
- Qual é a sua, Bruno? Você não cansa de encher o meu saco, não?
- Não. - Respondeu com um sorriso sarcástico nos lábios.
- Na moral, eu queria saber o que fazer para você me deixar em paz.
- Simples... - Sorriu. - Quero você completamente nua na minha cama essa noite.
- O quê? Você está maluco? - Perguntei perplexa com o que eu tinha acabado de ouvir.
- Isso mesmo que você ouviu. A Helen passará três dias fora, os pais dela chegaram de Londres para vê-la e ela irá para a casa deles aqui em Los Angeles passar esses dias com eles. Sua mãe me pediu uma semana de folga para cuidar do seu avô, já que você não quer ir, quero que você passe essas três noites comigo, começando por hoje.
- Bruno, eu namoro.
- E eu sou casado. E Isso nunca foi um empecilho para você, por que tem que ser para mim? - Perguntou irônico.
Fiquei em silêncio, pois eu não tinha moral nenhuma para falar nada.
- O que me garante que você me deixará em paz depois? - Perguntei.
- Eu te dou a minha palavra. - Falou firme e me passando confiança no que havia dito.
Eu não queria ir pra cama com ele, eu não queria trair a Helen mais uma vez e nem trair o Harry, mas eu preciso colocar um ponto final nessa história.
- Ok, eu aceito.
A minha resposta fez um sorriso surgir em seus lábios.
- Tem uma condição. - Falei.
- Qual? - Perguntou.
- Eu não quero que seja no seu quarto. Pode ser em um dos quartos de hóspedes, no meu quarto ou até mesmo na sala, menos na cama da Helen.
- Será aqui no seu quarto. Mas eu também tenho uma condição.
- Qual? - Perguntei.
- Eu quero você completamente nua e com esses seus lindos cabelos soltos me esperando.
- Ok. - Respondi em meio a uma confusão de pensamentos.
Ele levou sua mão ao meu rosto acariciando o mesmo e me olhou nos olhos.
- Essas três noites você será completamente minha e eu irei te ensinar tantas coisas... - Sussurrou aproximando o seu rosto do meu, mas quando ele foi me beijar eu virei o rosto.
- Por favor, Bruno... - Surrei.
Ele entendeu que eu não queria e não forçou a barra. Sem dizer nada, retirou -se do quarto.
Após a saída do Bruno, fui para a minha cama, peguei o meu celular e mandei mensagem para o Harry:

Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora