CAPÍTULO 19

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Bruno

Deixamos o hotel e seguimos para o local do show.
Descemos da van acompanhados de vários seguranças e logo atrás os nossos instrumentos eram retirados da outra van.
— Boa noite! Boa noite! — Era apenas o que dava para falar no meio de todas aquelas pessoas. 
Sempre as fãs ficam esperando a nossa chegada no local do show para poder tirar foto, perdir autógrafo, entregar presentes e dentre outras coisas. Porém, infelizmente, não tem como atender à todas.
Os seguranças abriam caminho para a nossa passagem e afastavam algumas fãs que insistiam em ter um contato direto comigo e o restante da banda.
Depois de muito sufoco, conseguimos entrar no local e seguirmos para o camarim.
O camarim era muito bem organizado e aconchegante.
Havia um sofá grande e dois menores na cor branca com algumas almofadas em cima, em frente ao sofá uma enorme televisão grudada no grande painel preto fixado na parede que transmitia o show que acontecia lá fora, uma mesa de centro na cor amadeirada com o tapão de vidro onde havia uma garrafa de whisky, copos, cinzeiro, dois isqueiros, um maço de cigarro e os controles da tv e do ar-condicionado sobre ela.
Também havia um tapete felpudo preto no centro onde a mesa estava em cima do mesmo, um vaso branco com uma ciclanto decorando ao lado do sofá, ar-condicionado implantado na parede branca, uma mesa com um maravilhoso bufê e um frigobar branco próximo à mesa do bufê.
O ambiente possuía um aroma maravilhoso e era perfeitamente decorado em uma elegante combinação de preto e branco.
Ríamos e conversávamos enquanto aguardávamos o nosso horário de entrar no palco, quando ouvi uma batida na porta acompanhada da doce voz da Helen.
— Bruno?
— Pode entrar, meu amor. — Respondi de imediato.
A porta foi aberta e ela entrou trazendo o delicioso cheiro do seu perfume para o ambiente.
— Boa noite! — Falou com um sorriso enquanto fechava novamente a porta.
— Boa noite! — Responderam a maioria dos meninos.
— Boa noite, senhoria Hernandez. — Brincou  Kameron.
— Boa noite, cunhadinha. — Respondeu Eric, e depositou um beijo em sua bochecha.
— Chegou agora? — Perguntei.
— Não, faz alguns minutos. Mas algumas fãs de vocês pediram para tirar foto comigo e eu não consigo negar, amo o carinho que elas tem por mim.
Sorri ouvindo ela falar.
A Helen é um pessoa doce e super atenciosa com as hooligans, isso faz com que as minhas fãs  tenham todo esse carinho por ela.
— Vamos lá fora, galera? Vi que tem uma parte massa ali para tirarmos fotos. Vamos deixar os pombinhos à sós, né? — Phil sugeriu.
Os meninos concordaram e saíram deixando apenas eu e a Helen ali. Ela caminhou até a mim e depositou um selinho em meus lábios.
— Você está maravilhosa, sabia? — Falei admirado.
Realmente a Helen estava maravilhosa naquele vestido que desenhava perfeitamente o seu corpo, em um salto alto fino preto, maquiagem simples e acessórios delicados.
Essa mulher é a elegância em pessoa e eu sou completamente apaixonado por ela, por mais que não pareça.
— Vem cá. — A puxei para sentar em meu colo.
Ela sorriu e aproximou os seus lábios dos meus dando início a um beijo calmo onde eu podia sentir o delicioso sabor dos seus lábios e o gosto de menta em sua saliva enquanto minha mão estava em sua nuca e a outra passeava vagarosamente em suas pernas.
Quando beijo a Helen sinto uma sensação tão boa, uma paz, a energia que ela passa através do beijo é incrível.
Escutei duas batidas seguidas na porta acompanhada de uma voz feminina que interrompeu o nosso beijo.
— Bruno? — Era a Ivy, uma das organizadoras do evento.
— Sim? — Respondi.
— Você canta logo após o Justin.
— Valeu! Pode deixar que já já estaremos prontos.
— Ok. — Dito isso, retirou-se.
— Levanta! — A Helen Levantou-se do meu colo e pegou em minha mão fazendo-me levantar também.
Após levanta-me, peguei em seu braço e surrei em seu ouvido.
— Quase que tenho que subir no palco de pau duro por culpa sua. — Mordi sua orelha. — Só bastava eu continuar te beijando e te sentindo tão perto do... — Ela me interrompeu.
— Bruno, por favor! — Repreendeu-me com um sorriso envergonhado.
— Desculpa! — Sorri ao vê-la envergonhada.
A Helen sempre foi assim, muito discreta e recatada.
— Você vai assistir o show de onde? — Perguntei.
— Do camarote. — Respondeu.
— Não quer assistir na parte vip do palco?
— Não, hoje prefiro assistir no camarote.
— Ok então. — Sorri e dei-lhe um selinho.
— A Ísis não veio com você? — Perguntei em seguida.
— Não, ela veio com o Harry.
Eu não disse mais nada.
Peguei o celular e mandei mensagem para o Phil vim com a banda para o camarim para acertarmos tudo antes de entrar no palco e não demorou para eles aparecerem.
— Fala aí, brow. — Phil falou ao chegar acompanhado dos outros meninos da banda.
— A Ivy acabou de vim avisar que somos os próximos a entrar no palco.
— Vai começar por: "Locked Out of Heaven",  seguindo o repertório, né? Perguntou Phredley.
— Sim. — Respondi.
Enquanto conversávamos, novamente, a Ivy bateu na porta.
— Pois não?
— Bruno, é a Ivy. Passando apenas para avisar que vocês entrar já já, vou pedir que os técnicos levem os instrumentos de vocês ao palco, ok? — Falou do outro lado da porta.
— Ok. — Respondi e ela retirou -se novamente.
— Bom, vamos lá, né? — Disse Phil.
— Espera! Antes deixa eu tirar uma foto de vocês. — A Helen falou enquanto tirava o celular da bolsa.
Nos organizamos para a mesma bater a foto, que, na verdade, tirou bem umas dez.
— Prontinho! Agora vamos tirar uma selfie. — Juntou-se a nós e tirou a Selfie.
— Calminha aí! Agora só você e o Bruno. — Phil falou.
Ela sorriu e entregou o celular a ele.
— Casal lindo da P**rra. — Ele comentou após bater a primeira foto.
— Agora uma dando um beijinho. — Ele falou zuando e nós demos um selinho.
Ele bateu a foto e entregou o celular da Helen.
— Obrigada, Phil. — Agradeceu pela foto.
As fotos tinham ficado lindas. Como não ficar? Uma mulher linda dessa ao lado de uma cara maravilhoso como eu?
— Amor, irei para o camarote, bom show para vocês. 
— Obrigado, meu amor. — Dei um selinho nela e ela retirou -se.
Após a Helen se retirar, logo, a Ivy retornou para nos avisar que era a hora de subimos ao palco.
Assim fizemos, saímos do camarim acompanhados de alguns seguranças, caminhamos até ao palco e subimos no mesmo.
Havia uma cortina que nos escondia por conta de está fechando todo o palco e o local estava com as luzes apagadas.
Estava tudo saído como a minha produção havia planejado.
De repente, fumaças saiam pelas laterais do palco e algumas luzes coloridas a surgiram iluminando o mesmo e todo o ambiente, tudo isso enquanto nós  nos posicionávamos em nossos devidos lugares.
Nos entreolhamos e balançamos a cabeça em sinal de que estava tudo pronto, os caras começaram a tocar seus instrumentos fazendo o som dos mesmos ressoar no local.
Inesperadamente, a cortina caiu revelando a imagem de todos nós.
Iniciei o show cantando: " Locked Out of Heaven". Oh, yeah, yeah
Oh, yeah, yeah, yeah, yeah
(Ooh!)
Oh, yeah, yeah
Oh, yeah, yeah, yeah, yeah
(Ooh!)
Nesse momento, a multidão começou a cantar e a pular, essa imagem que nos deixa super felizes e empolgados para fazer um show maravilhoso para todos eles.
Never had much faith in love or miracles
(Ooh!)
Never wanna put my heart on the line
(Ooh!)
But swimming in your world is something spiritual
(Ooh!)
I'm born again every time you spend the night
(Ooh!)
Continuei cantando e toda aquela multidão também continuava cantando e dançando.
Logo após algumas músicas bem agitadas, começamos as primeiras notas de uma música  mais lenta.
Sempre que canto essa música, involuntariamente, lembro da Ísis. Sim, resolvi cantar: " Just The Way You Are".
Oh, her eyes, her eyes
Make the stars look like they're not shining
Her hair, her hair
Falls perfectly without her trying
She's so beautiful
And I tell her everyday.
Nesse momento, fechei os olhos e comecei a lembrar da Ísis, dos nossos momentos, do sabor dos lábios dela e da primeira vez que toquei o seu corpo.
Quando abrir os olhos, fui surpreendido com a imagem da Ísis na minha frente, ela estava parada olhando diretamente para mim. Em meio a nossa troca de olhares, eu passei a cantar cada palavra daquela música como estivesse falando diretamente para ela.
... When I see your face
There is not a thing that I would change
Cause you're amazing
Just the way you are... — Continuei cantando e a olhando de maneira profunda.
A Ísis desviou seu o olhar quando o otário do namorado dela se aproximou mais e falou algo em seu ouvido.
Não faço ideia do que ele havia dito a ela, porém, depois disso, ela não voltou a me olhar e o retardado ficou grudado nela de cara fechada me olhando.
Filha da p**uta!
Continuei cantando a música e depois passei a cantar:
"The Lazy Song", encerrando o show.
Antes de sairmos do palco, abaixamos e pegamos
os cartazes e presentes que as fãs haviam jogado no palco e deixamos o mesmo ouvindo os aplausos e gritos da multidão ali presente.
Caminhei de volta ao camarim sentindo o suor escorrer pelo meu rosto, as batidas do meu coração elevadas e o meu peito subir e descer.
A adrenalina pós show é sempre a mesma.
Entramos no camarim e fomos logo em busca de garrafinha de água mineral no frigobar.
— Foi fo*d@!  — Kam comentou enquanto desenroscava a tampinha da garrafa.
— Foi mesmo. — Concordou Jimmy.
Realmente, o show tinha sido maravilhoso, modéstia à parte, é claro.
Após beber água, peguei uma dose de whisky, acendi um cigarro e sentei no sofá.
Alguns dos meninos também pegaram whisky para beber e outros optaram por comer algo do bufê com vinho.
O camarim estava uma bagunça, riamos, conversávamos e brincávamos, quando fomos interrompidos por uma batida na porta acompanhada da voz da Helen.
Ela sempre bater na porta antes de entrar, primeiro por educação e segundo por receio de ter alguém  trocando de roupa.
— Posso entrar? — Perguntou.
— Claro. — Respondi.
Ela entrou e os meninos cessaram o barulho.
— O show foi maravilhoso, vocês arrasaram.
— Nenhuma novidade, né? — Falei convencido.
— Ó pro cara, véi. — Kam falou rindo e os meninos também riram.
— Tô brincando, amor. Obrigado! — Sorri, levantei e a envolvendo em um abraço.
— Eu sei. — Me deu um selinho.
— Não comecem com as viadagens de vocês não, na moral. — Phil falou.
— Cala a boca, Phil. Você não tem moral de falar nada, pois quando a Urbana está presente você fica com essas viadagens do c*aralho também. — Jam falou.
— Ihiiiiiiiii... tá sem moral. — John falou.
Os caras quando começam a zoar com a cara de um não tem limites, e o alvo da vez foi o Phil.
— Calma! Calma! Só vim aqui perguntar se o Bruno já vai para casa. — A Helen falou.
— Não, temos que resolver algumas coisas e ainda terei que passar no hotel para pegar o meu celular que esqueci lá e algumas outras coisas que também ficaram por lá.
— Quer que eu espere você e depois te acompanhe até o hotel? 
— Não precisa. A única coisa que eu quero é que você vá para casa descansar, pois sei que trabalhou hoje até quase a hora do show e deve estar cansada.
— Não vejo problema em te esperar.
— Mas eu vejo. Já é super tarde e você acorda cedo amanhã.
Aproveitei que os meninos conversavam entre si e a beijei.
— Vai descansar, vai. — Falei após finalizar o beijo.
Ela assentiu, se despediu de mim com mais um beijo e retirou -se após se despedir dos meninos.
Após a saída da Helen, voltei a resenhar com os meninos. Bebiamos, conversávamos e riamos, é sempre a mesmo zoação no camarim antes e depois do show.
Depois de algum tempo ali, resolvemos tudo o que tínhamos para resolver, em seguida, decidimos voltar para o hotel.
Arrumamos as nossas coisas, saímos do camarim e seguimos cercados de seguranças até a saída do  local.
Muitas fãs aguardavam a gente ali na saída, obviamente, paramos para: tirar fotos, dá alguns autógrafos e abraçar algumas, mas, infelizmente, novamente não deu para atender à todas.
Depois de um pouco de sufoco, finalmente, conseguimos entrar na van.
Estávamos exaustos, o corpo só pedia banho e cama. Fomos o caminho todo cochilando, enquanto o ar fresquinho e gelado do ar-condicionado tocava a minha pele e no rádio da van tocava baixinho: "You Are Not Alone, do Michael Jackson.

Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023Onde histórias criam vida. Descubra agora