Bruno Mars- Sonhos | Disponível até NOVEMBRO 2023

CAPÍTULO 12

Acordei morrendo de vontade de voltar a dormir. Hoje é domingo, dia que normalmente acordo na hora do almoço para tomar café.
Levantei e fui até o guarda-roupa.
Peguei uma toalha, um conjunto de lingerie nude, uma camisa preta da Teen Wolf, um short jeans e segui para o banheiro.
Lavei o rosto, escovei os dentes, usei enxaguante
bucal e caminhei até o box afim de tomar um banho demorado.
No término, saí do box enrolada na toalha, enxuguei-me, me vesti e retornei para o quarto.
Parei em frente ao espelho e penteei meus cabelos com os dedos, fiz um coque folgado no mesmo, passei desodorante, perfume, peguei meu celular, deixei quarto e fechei a porta do mesmo após sair.
Desci as escadas e ao chegar na sala, me deparei com o tio Phil sentado no sofá mexendo no celular e fui até ele.
— Bom dia, tio Phil.
— Ué," bom dia "?
— Para mim ainda é bom dia. — Sorri e sentei no colo dele o abraçando.
— Cadê a tia Urbana e as crianças?
— Estão em casa. Por que você nunca mais  apareceu lá em casa? A Zaima vive perguntando por você.
— Ando sem tempo esse dias, mas assim que der, eu pareço.
— Vamos cobrar essa visita.
— Pode cobrar. — Sorri. — Agora vou tomar café... — Depositei um beijo na bochecha dele.
— Aqui estão as duas novas... — Bruno chegou falando.
Mas nem completou o que ia falar, apenas me olhou sério.
Nem me importei com o que ele poderia estar pensando. Levantei do colo do tio Phil, passei por ele como se não houvesse ninguém ali e segui em  direção à cozinha.
Ao entrar na mesma, encontrei a Abigail lavando a louça.
— Bom dia, Biga.
— Boa tarde, menina Ísis.
— Custa entender que para mim ainda é bom dia? — A abracei de lado e depositei um beijo na bochecha dela.
— Você não tem jeito menina. — Sorriu. — Quer almoçar? — Completou.
— Claro que não. Quero tomar café.
— Café uma hora dessa?
— Claro! Almoço depois. Tudo na ordem.
— Você não engorda de ruim. — Falou me fazendo rir.
Sentei na banqueta e deitei minha cabeça no balcão.
É necessário entender que o fato de eu ter levantado não significa que eu esteja acordada.
— Fiz bolo de chocolate para o café da manhã pensando em você, mas você não desceu para o café.
Ao ouvi-la falar isso, imediatamente, levantei minha cabeça do balcão.
Na moral, sou muito mimada nessa casa.
— Não tem problema, eu como agora. — Falei animada e ele sorriu.
— Prefere  café ou suco?
— Café.
— Com leite ou sem leite?
— Com leite.
Enquanto ela colocava meu café, fiquei pensando  no que falei para a minha mãe ontem à noite e como vou sair dessa.
— Aqui está o seu café. — Pôs o prato com bolo e a xícara com café sobre o balcão.
— Obrigada! — Sorri agradecida.
A Biga voltou a lavar a louça e eu iniciei meu desjejum.
— Onde está a minha mãe? — Perguntei pausando a xícara no balcão após ter tomado um longo gole daquele maravilhoso café com leite.
— Foi levar o Gerônimo ao Pet shop, junto com a senhorita Helen.
Após a resposta da Biga, continuei tomando o meu café e ela permaneceu com a sua atenção voltada para o que estava fazendo.
Quando finalizei meu café, lavei o que havia sujado e fui para sala, já que a Abigail disse que não precisaria da minha ajuda para guardar a louça.
Ao chegar na sala, me deparei com o Bruno sentado no sofá lendo em um papel.
Resolvi nem ficar ali no mesmo ambiente que ele, caminhei em direção à escada e subi a mesma.
Ao chegar no meu quarto, tirei o celular do bolso e me joguei na cama.
Abri o Whatsapp e vi que estava lotado de mensagens. Respondi a Isa e o Vic que estavam feito loucos me mandando mensagens desde ontem, respondi o meu pai que por um milagre havia falado comigo, dei uma olhada no grupo do balé, mandei mensagem para o Harry perguntando se ele podia vim aqui hoje e logo ele respondeu que viria. Nem respondi todas as mensagens, saí do whatesapp e fui mexer no Instagram.
Depois de ficar um bom tempo mexendo no insta olhando os storys e feed, resolvi descer para ver se a mamãe já havia chegado.
Levantei, coloquei o celular no bolso, caminhei até a porta e quando eu ia saindo do quarto, vi o Bruno também saindo do quarto dele.
O coração acelera? Acelera. Mas fiz de conta que nem vi.
Passei direto por ele, mas logo sinto ele atrás de mim.
— Quero falar com você. — Ele pegou em meu braço me fazendo parar.
— Problema seu, eu não tenho nada pra falar com você.
— Mas vai falar, Ísis. Que porra foi aquela você com o Phil mais cedo?
— Não sei do que você está falando.
— Estou falando de você sentando no colo dele e beijando o rosto dele.
— Eu SEMPRE tive um carinho enorme pelo tio Phil e sempre demostrei isso com o maior respeito.
— Mas eu não gostei da forma que esse carinho foi demonstrado.
— Meu filho, o problema é seu. Agora me deixa.
— Eu ainda não acabei, quero saber por que você passa por mim e faz de conta que não me ver?
— Ué, você faz o mesmo comigo.
— Até quando você vai ficar nessa?
— Bruno, a única coisa que eu quero é que você me deixe em paz, cara.
Ele percebeu que eu não estava afim de papo e não disse mais nada, apenas ficou ali parado e eu saí.
Ao chegar na cozinha, a Abigail me avisou que minha mãe ainda não tinha chegado. Então, resolvi ir para a sala assistir.

***

Era por volta das seis horas. Eu já havia tomado banho e me arrumado, agora estava na sala esperando o Harry chegar.
Minha mãe está no banho, o Bruno está trabalhando e a Helen foi acompanhar ele no show.
A companhia tocou e eu levantei para atender, era o Harry.
Ele estava lindo. Seu cabelo liso e castanho estava molhado, seus olhos azuis estavam ainda mais reluzentes, o cheiro de perfume masculino que ele usava exalava o ambiente, ele vestia uma bermuda jeans bege, camisa polo branca, relógio dourado no pulso e chinelo preto.
— Boa noite! — Sorriu.
— Boa noite! — Sorri de volta.
— Entra. — Dei passagem a ele.
Após ele entrar, fechei a porta, caminhamos juntos até o sofá e sentamos um ao lado do outro.
Respirei fundo e criei coragem de falar com ele.
— Harry, eu te chamei aqui para te pedir ajuda em uma coisa.
— Você sabe que pode contar comigo para o que der e vier.
— Aconteceu uma situação onde eu tive que mentir para a minha mãe que a gente tinha voltado. Eu sei que agi errado, mas essa foi a única coisa que veio na minha cabeça, eu precisava de uma saída e essa foi a única que achei. Preciso que você me ajude a fingir que estamos juntos.
Ele pegou em minhas duas mãos e me olhou nos olhos.
— Olha, como eu falei, estou contigo para o que der e vier, mas, por favor, não me peça para mentir para a sua mãe, ela confia muito em mim. Lembro que antes de começarmos a namorar, ela nem cogitava a ideia de deixar você namorar por medo, mas eu a convenci, mostrei o quanto eu te amo e iria te respeitar, ela confiou em mim e permitiu nosso namoro. Eu amo a Amelie como sogra e mãe, não me peça para fazer isso com ela.
— Você tem razão, desculpa te pedir isso. — Falei sem jeito.
— Por que a gente não tenta voltar? Vamos recomeçar, vai ser melhor do que mentir para ela.
Eu não queria voltar para o Harry, mas ele tem razão, melhor voltar e viver uma verdade do que enganar a pessoa que mais amo e mais me ama nesse mundo.
— Ok, eu aceito.
Ele apenas sorriu e acariciou meu rosto.
— A minha mãe quer conversar com a gente, já já ela desce.
— Sério que eu terei que passar por uma sessão de tortura novamente? Já não basta a primeira vez. — Ele falou me fazendo rir.
Ficamos ali juntos enquanto a mamãe não descia.
O Harry me beijo e naquele beijo eu pude sentir o quanto ele me ama e está feliz por termos voltado.
Quando a mamãe desceu, ela conversou com a gente sobre não deixarmos o nosso namoro atrapalhar nos estudos, sobre o horário e o dia da semana que Harry vem me ver e o horário que ele vai para casa. Falou também que não estamos na idade de fazer sexo, mas se isso vier acontecer, ela quer saber para me levar ao ginecologista e ele passar o método contraceptivo ideal para mim, falou sobre o horário de chegarmos em casa quando sair e vários outras regras e conselhos.
Depois da conversa, ela ligou a TV e ficou assistindo "Cake Boss", e eu e o Harry no outro sofá namorando.
Na verdade, ela ficou foi de vigia.
Bem-vindos ao namoro na adolescência! Bom, pelo menos quando se tem uma mãe como a minha.