Vigésimo Segundo Capítulo - Feliz Natal

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Havia se passado um mês que Castillo não tinha acordado do coma, desde a tentativa de Helena seguir Zulema e Macarena. Durante esse período, Zulema e Macarena ficavam revezando visitas, idas e vindas do hospital. Foi um mês complicado, mas mesmo separadas elas tinham a esperança de que Castillo iria acordar, até mesmo para Zulema, sabendo que depois que acordasse, ele não iria viver por muito tempo, por conta do tumor cerebral.

Para elas nem tudo estava bem, era complicado passar noites no hospital acordadas com o cansaço vindo à tona, à espera de um sinal ou simplesmente acompanhando o estado de saúde de alguém muito próximo, temendo o pior e desejando o melhor.

[...]

Nesse mês aconteceu uma conversa entre as duas que iria mudar tudo. Macarena se sentia presa e queria libertar suas palavras, tomou coragem e desceu encontrando Zulema deitada no sofá olhando para o nada.

- Posso? - Maca pergunta a Zulema, que se ajeita no sofá, dando espaço para a mais nova, que logo se senta antes de suspirar e começar a falar:

- Me desculpa se eu te incomodar, mas preciso falar. Você pode fingir que não tá me ouvindo e tá tudo bem, eu só quero colocar para fora o que estou sentindo

- Macarena… eu - Zulema é interrompida. 

- Só me ouça, por favor.

Zulema apenas concorda com a cabeça.

- É uma dor tão grande que parece que vou morrer e eu não estou exagerando, realmente não estou bem, eu conheço os meus limites. Eu… senti vontade de me matar... mas até pra isso eu sou covarde. Seria realmente o fim de tudo, e não haveriam mais problemas entre nós de quaisquer tipo. O que eu sinto por você, parece que não tem cura e eu juro, eu não queria sentir mais nada por você, porque eu não aguento mais te aborrecer e ficar mal assim. Uma hora passa e se não passar, eu finjo que passou, mesmo que pra isso eu tenha que me magoar ou magoar você. Não que eu queira isso, mas ao invés de viver junto de você, eu estou morrendo aos poucos… E te matando também.

- Rubia... eu nunca vou apagar meu passado, mas sem as circunstâncias, eu não teria te conhecido - Zulema fala olhando para Macarena e logo desvia o olhar para seu pescoço, onde havia uma pequena linha machucada e vermelha, logo pensando:

"Prometi a mim mesma protegê-la sendo que eu mesma a machuquei"

- Nunca pensei que o amor fazia mal e agora creio que nem sempre sabemos tudo. Só é meio confuso passar por um bilhão de sentimentos e não saber distinguir nenhum, nosso sentimento é igual mas nunca conseguimos resolver juntas. Eu sei que nem eu e muito menos você vamos mudar de uma hora pra outra, e eu nem quero que mude, prefiro um amor singular do que viver na fantasia de que sempre tudo vai ser perfeito. Você não tem que se desculpar comigo e sim pra si próprio em achar que tem que "seguir regras"

[...]

Com o passar de um mês, a véspera de Natal havia chegado, uma data importante para uns e nem tanto para outros, alguns estão acostumados a passar com a família, pessoas próximas ou quem amamos.

Essa véspera de Natal, tinha tudo para ser especial, seria o primeiro natal que Zulema e Macarena passariam juntas depois de um ano, e junto com Rosa.
Como Castillo, ainda estava no hospital, Macarena resolveu apenas fazer somente uma pequena e simples ceia, só para não passar a data em branco.

As duas tentavam evitar ao máximo pequenas discussões e não pensar sobre a briga que tiveram, mas isso era impossível, palavras ditas de um lado e do outro machucaram uma a outra, mas mesmo assim Macarena tentava ao máximo não pensar em ir embora dali, por medo de deixar Zulema. 

Cuando Te VayasOnde histórias criam vida. Descubra agora