Oitavo Capítulo - Gitana

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P.O.V Zulema Zahir On

Eu não tinha planejado como seria minha vida a partir do momento que o helicóptero sobrevoasse, estava tão focada em que o plano final desse certo. Eu estava sozinha mas logo lembrei de uma pessoa muito especial para mim: minha irmã, Saray.


No começo, eu estava um pouco insegura pois ela estaria feliz com sua vida normal, filha e esposa, não queria envolver ela em nenhum problema e nós duas termos que voltar a prisão, ela por ser minha cúmplice e eu só por ser a Zulema Zahir, tinha o receio de incomodar mas eu não havia outra opção, eu precisava dela mesmo depois de tudo que aconteceu entre nós na prisão. 

Então liguei para ela e como sempre Saray gritou eufórica do outro lado da linha, se eu fosse morrer agora, iria morrer surda por conta da ligação.


- ZULEMA SEU ELFO QUANTO TEMPO! VOCÊ SUMIU

- Joder no me grites gitana e sim, quanto tempo – dou uma leve risada, talvez por estar nervosa pela situação

- Olha, eu sei que estou errada por não te ligar todo esse tempo e que não estou em condições de te pedir nada, mas eu realmente necessito da sua ajuda.

- Zulema de onde você tirou essa merda? Sabe que eu faço de tudo por ti, iria contigo até o inferno. O que aconteceu.

- Você poderia me buscar? é pedir muito mas eu não tenho carro –

- Claro que sim, onde você está? - Saray me interrompe.

- No deserto.

-NO DESERTO ? Joder Zulema, como assim? Eu falei brincando que iria contigo até o inferno.

- Só venha me buscar, no caminho te explico tudo, eu prometo

- Vale Vale, já estou indo elfo.

- Gracias Gitana.

Depois de um longo tempo esperando, já estava anoitecendo e estava começando a ficar com frio, me aquecia com o que podia, não tinha nenhum sinal de polícia ou barulho de sirene por perto, por um lado isso era bom e pelo outro era ruim porque não sabia a localização deles.

Confesso que ficar sentada escondida por horas na porra de um deserto não é algo agradável, ainda mais com a idade que eu tinha, tinha acabado de ver um escorpião andando próximo a mim e acompanhava com os olhos ele indo embora, quando vejo um carro com as luzes baixas se aproximando lentamente e logo saco as duas pistolas e entro na frente do carro, sem importar com quem seria.

P.O.V Zulema Zahir Off

Zulema logo riu quando viu que se tratava de Saray, então logo adentrou e a abraçou 

- Gitana, saudades!

- E eu pensava que iria te visitar na porra de um cemitério Zule! – logo as duas caíram na risada

-Ainda não Saray, ainda não chegou a minha hora.

- E espero que não chegue tão cedo e O QUE MERDA É ESSA NA SUA ROUPA?

- O que?

- Porque a sua blusa está suja? , ISSO É SANGUE ? – Saray se desespera mas logo Zulema a tranquiliza.

- Tranquila gitana, isso é só um colete a prova de balas com adesivo de sangue – levantou a blusa para provar de que o que estava falando era verdade.

- Mas o que aconteceu, assaltou um banco no deserto?

- Quase isso 

- Você e suas putas ideias .

Saray logo tratou de pisar no acelerador, fazendo elas se afastarem de onde estavam.

- Saray, você veio por qual caminho? - Zulema pergunta.

-Por aquele ali – Saray aponta o caminho do qual Macarena e Zulema chegaram até o deserto.

- Você poderia pegar um caminho oposto a esse?

- Sim, como você quiser patroa, você também quer balas? Ah bala você tem de sobra -  Aponta pro meu colete e dou risada.

- Deixa de ser palhaça e quando você veio por esse caminho, tinha muita polícia por lá?

- Zulema, porque você está perguntando isso?

- Por nada, eu tenho curiosidade, só isso – falou desviando o olhar para janela e se acomodando confortavelmente no banco do carro, sentindo seus olhos pesarem cada vez mais, os remédios a deixavam com muito sono e não havia tido tempo de dormir devido os últimos acontecimentos nos dias atrás.

- Tinha muitos carros de polícia e muito barulho de sirenes, pensei que ficaria doida de tanto ouvir a mesma coisa mas porque essa pergunta? - Saray insiste.

- Agora não gitana, preciso descansar pelo menos um pouco – disse Zulema já fechando os olhos.

Saray entendeu e deixou de lado o assunto, não iria insistir por enquanto, ela nunca tinha visto a sua irmã assim, parecia triste, tinha certeza que havia acontecido algo mas ela sentia que Zulema realmente precisava descansar. 

Então a deixou dormir e seguiu com a pequena viagem até o caminho de sua casa.

Cuando Te VayasOnde histórias criam vida. Descubra agora