Aún Hay Algo

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Na manhã seguinte Dulce aguardou impaciente para ver sua filha na maternidade outra vez, passou um tempo maior que na noite anterior, pegou a bebê no colo e cantarolou uma canção de ninar. A pequena adormeceu e Dulce sentiu que aquele ser pequenininho era seu mundo inteiro. Depois de deixá-la dormindo na incubadora, voltou onde as coisas estavam mais dramáticas, o médico que acompanhou Giovanna desde o início estava entrando para vê-la, ele é um dos que defende a permanência dela no hospital. Dulce pediu para que entrasse com ele, prometeu que não iria cansar-lá nem fazer com que ela se emocionasse. Só queria poder ver sua amada de perto.

-Ok pode entrar, mas por favor ela está sonolenta com a medicação talvez não consiga ter uma conversa agora - Alertou o médico de forma gentil

-Tudo bem - Dul estava emocionada seus olhos brilhavam com as lágrimas mas tinha prometido não causar nenhuma cena.

Depois de se trocar e higienizar as mãos entrou no quarto frio, era escuro e sem graça, a cama era alta tinha algumas máquinas barulhentas ligadas e Giovanna parecia estar dormindo, Dul se aproximou com total cautela teve que fazer um esforço sobrehumano para não desfalecer naquele momento, tentou ignorar seus ferimentos e olhou para seu rosto, tinha um corte quase cicatrizado na boca que pela janela era impossível de ver. Chegou mais perto, hesitou tocá-la não queria que acordasse pois agora sabia o quanto Giovanna precisava descansar para se recuperar.

Ficou parada na frente da cama, imóvel com as lágrimas presas no olhar. Fechou os olhos pedindo a Deus que a curasse o mais rápido possível, suas lágrimas correram seu rosto. Ela ainda estava em silêncio, chorava com os olhos fechados e inconscientemente sua mão ficou sobre a dela. Terminou sua oração e sentiu um aperto forte na sua mão, não teve tempo de reagir com palavras Giovanna estava apertando sua mão

-Meu amor - Foi o que conseguiu dizer antes de dar um beijo em sua face

-Eu estou aqui com você meu amor - Continuou os beijos e Giovanna ainda com os olhos fechados expressava um sorriso tímido

-O-oi… - Giovanna abria os olhos com certa dificuldade

-Oi amor eu cheguei, me desculpa pela demora- Acariciou seu rosto

-N-nosso bebê? -Questionou preocupada

-Meu amor, nós temos uma menininha! Ela é tão linda, ela tem seus olhos - Deu um selinho nela, Giovanna ficou visivelmente emocionada segurou firme sua mão e tirou forças de onde não sabia para conseguir falar

-Eu amo você, cuida dela por mim se eu não… - Dulce a interrompeu

-Shhh não fala besteira você vai sair dessa cama já já, nós precisamos de você ouviu? Não se atreva Giovanna - Disse séria, fazendo Giovanna voltar a rir

-E-eu achei que… que v-você tinha m-me deixado - Giovanna entristeceu seu olhar e mesmo com dificuldade tocou na mão engessada de Dul -Você está b-bem?

-Estou amor, eu vim assim que tive alta não aguentava mais ficar longe de você - Acariciou sua mão

-E-eu tive tanto m-medo… não, não me deixe sozinha m-mais - Pediu com olhar triste

-Não vou amor, eu só saio daqui com você ouviu? Se eu não puder entrar eu vou estar naquela janela te olhando

-Tá bom… eu amo tanto v-você

Do outro lado da janela observavam a cena a assessora de Dulce de Giovanna o médico e Marichelo

-O que essa mulher faz aqui? - Perguntou Marichelo indignada

-Essa mulher é mãe da sua neta - Respondeu Tisha

-Eu não dei ordens para ela entrar - Se dirigiu ao médico

-Sua filha passou por muitos procedimentos senhora, receber uma visita de quem ela ama com certeza ajudará na recuperação - O médico respondeu pacientemente

-Mas eu proíbo que essa mulher visite minha filha - Levantou a voz

-Sua filha está consciente e pode responder por si, se ela não quiser a visita ela mesmo é quem deve pedir a proibição. Se me derem licença, tenho outros pacientes para ver.

Marichelo ficou espumando observando Dulce no quarto. Sua indignação era gigantesca pois desde que chegou ao hospital não conseguiu encontrar Giovanna acordada nenhuma vez.

-Amor, a bebê precisa de um n-nome

-Qual? Não pensamos em nenhum - Respondeu confusa fazendo Giovanna sorrir

-Maria? igual v-você

-Hmm não sei…

-Escolhi María v-você escolhe outro

-Ok, como vai ficar o nome dela?

-Maria alguma c-coisa P-portilla Saviñón

-Certo vou resolver isso e já volto

-Espera - Giovanna segurou a mão de Dulce - M-meu beijo?

Dulce sorriu com o pedido e foi encostando seus lábios nos dela delicadamente

La Mujer de Mi Novio (Portiñon) Onde histórias criam vida. Descubra agora