[CINCO DIAS DEPOIS]
-Amor você precisa controlar essa situação, quem ela pensa que é pra entrar aqui e te ofender desse jeito? – Dulce estava irritada mas tentava manter a calma na voz
-Olha, calma, eu vou conversar com ela hoje – Giovanna falava convicta enquanto terminava de tomar seu café – Nós vamos conversar e com certeza tudo isso vai se resolver de uma vez por todas.
-Você realmente acredita nisso? Marichelo não escuta ninguém a não ser sua própria voz.
-Marichelo é minha mãe amor, nós temos que nos resolver – Giovanna tentava convencer Dulce da forma mais passiva possível.
-Você precisa proibir as visitas dela, é isso que você tem que resolver. – Dulce dizia com um tom acima do início da conversa – Ela está nos infernizando desde o início... – Lamentou, sentando na poltrona
-Amor vem cá – A loira estendeu a mão para Dulce, que prontamente aceitou o contato – Eu tive um sonho noite passada, nele minha mãe aparecia e ela estava tão arrependida, me pedia quase suplicando por uma segunda chance – Os olhos de Giovanna se iluminaram enquanto falava – Eu preciso dar essa chance a ela Dul, por mim e por nossa filha – Dulce acariciou seu rosto e deu um beijo em Giovanna
-Você tem um coração bom demais – Depositou outro beijo, agora em sua testa
-Não está acreditando em mim? – Perguntou ofendida
-Não é isso Giovanna, eu não consigo acreditar que sua mãe vai mudar da água para o vinho assim do nada. As pessoas nunca mudam, e ela não é exceção...
-Eu só quero que a gente tenha um pouco de paz
-Então faz o que eu estou falando, termina de cortar logo esse laço fraco que vocês têm – Dulce estava realmente chateada e não fazia mais questão de disfarçar
-Eu não entendo você, juro que não entendo – Agora era Giovanna quem estava começando a se sentir desconfortável com aquela conversa – O que você quer para nossa família? – Perguntou séria
A ruiva suspirou antes de responder - Pra começar eu queria que a gente se comportasse como uma pelo menos, eu não tenho problema nenhum de fazer uma declaração e esclarecer a todos os interessados que sim, somos uma família. – Giovanna bufou visivelmente incomodada – Eu toparia uma exclusiva até com alguma revista sanguessuga só para que nos tratassem como merecemos ser tratadas. Você faz essa cara porque não é seu nome que está sendo difamado por aí. Eu tenho ouvido e lido muita merda a nosso respeito, inclusive de nossa filha que tem menos de um mês de vida – Dulce desabafava com muito pesar e Giovanna parecia surpresa com sua declaração final
-Sua mãe tá a um passo de acabar com minha carreira do mesmo jeito que fez com você, eu não quero ir em sua casa aos domingos ou tirar o nome dela no amigo secreto. Nossa Lunita já tem avó, não precisa dessa bruxa – Cuspiu sua verdade sem pensar
-Essa bruxa – Fez aspas – É minha mãe! Eu acho que esse é um grande motivo pra você respeita lá - Giovanna estava com semblante irritado e ao mesmo tempo triste
-Eu não vou discutir com você não, não vamos chegar a lugar nenhum com essa conversa. To indo pra casa – Pegou sua bolsa
-Casa? - Ergueu uma sobrancelha encarando Dulce
-Aluguei uma casa para a Lunita ficar mais à vontade, preciso organizar algumas coisas no quartinho dela. A pediatra disse que hoje a tarde ela ganha alta - Falava apressada sem encarar a loira, enquanto recusava uma chamada pela segunda vez
-Você pode trazer ela aqui pra eu dar um beijo nela antes de irem embora? - Pediu acanhada
-Claro! Não vou a lugar nenhum sem antes trazer nossa filha aqui para conhecer a mãe dela linda e teimosa - Dulce abriu um sorriso pela primeira vez aquela manhã, e caminhou a passos lentos em direção aos lábios de Gio.
Dulce saiu do quarto de Giovanna e seguiu até a pediatria, deu um beijo na filha e encontrou com sua assessora e Zoraida na saída no andar.
-Está pronta? Tem um carro lá fora esperando por nós - Informou a assessora
-Pede pra ele parar aqui na frente do hospital, é mais rápido pra sair - Dulce estava com semblante cansado
-Tem certeza? tinha umas pessoas da imprensa lá fora quando cheguei. Acho melhor sairmos pelos fundos - Sugeriu Zoraida, pegando a bolsa da mão da amiga
-Não, vamos sair pela frente mesmo, que se dane.
As três saíram pela entrada principal do hospital, e provocaram um pequeno tumulto entre fotógrafos, jornalistas e curiosos.
"Dulce é verdade que você Afonso e Giovanna são um trisal?"
"Você confirma que estava bêbada no momento do acidente?"
"Você e Giovanna vão estrear um filme gay no próximo ano?"
foram algumas das perguntas que Dulce ouviu em silêncio enquanto entrava no carro. Zoraida visivelmente irritada com a situação, ajudava os seguranças a barrar com o braço a tentativa de aproximação. Dentro do carro a ruiva não demonstrou nenhum tipo de revolta ou fez qualquer comentário sobre o ocorrido. Durante o caminho o motorista precisou dar algumas voltas para despistar alguns paparazzis que os seguiam.
Assim que chegaram na casa já haviam algumas encomendas em caixas, as três passaram algumas horas arrumando, Dul apesar de não estar em sua casa tratou aquele momento em que decorava o quarto da pequena Maria, como a realização de um sonho, e sentiu falta de ter Giovanna ao seu lado - Com certeza ela teria deixado esse quarto muito mais bonito - Pensou alto.
As três terminaram de organizar tudo, sua assessora fez uma lista de itens que ainda precisaria comprar para a bebê. - Dul eu vou dar uma saída para comprar essas coisas, você quer que eu traga o almoço?
-Na verdade eu queria almoçar em algum restaurante, aqui na cidade tem tantos lugares aconchegantes - Sugeriu enquanto terminava de tomar um suco
-Podemos ir, o que você sugere?
-No caminho a gente decide - Dul pegou seus óculos escuros, um boné e um casaco preto. Queria passar despercebida.
Durante o almoço, Dul conseguiu relaxar um pouco com suas amigas, Zoraida estava sustentando o papel de amiga engraçada, ela sentia a angústia da amiga de longe e faria o possível para que ela se sentisse melhor ainda que por um tempo limitado. Maite já tinha largado seus afazeres e chegaria no dia seguinte para ser mais um apoio a Dulce, e também ajudá-la com a bebê já que ainda tinha o braço imobilizado. Após saírem do restaurante, outro grupo de curiosos e jornalistas invasivos se juntou para atormentá-la com mais centenas de perguntas e achismos. O caminho até o hospital foi muito mais longo, já que o motorista teve que quase sair da cidade para conseguir despistar dos paparazzis que seguiam o carro. O inferno na vida de Dulce era diário e incessante. Mas ela não reclamava, não brigava, nem sequer deixava transparecer suas emoções quando era clicada sem autorização.
-Dulce eu sei que não é o momento, mas acho que você e Giovanna precisam se pronunciar sobre tudo isso. Essas especulações não estão sendo bem vistas para sua carreira - Disse a assessora com seu tom preocupado
-Eu não posso ainda, vou esperar Giovanna melhorar - Argumentou sem deixar de observar a paisagem pela janela
-Melhorar ou querer Dulce? - Indagou uma Zoraida já muito mais irritada que a amiga
A ruiva a olhou séria e se limitou a responder - Os dois, Zoraida.
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La Mujer de Mi Novio (Portiñon)
أدب الهواة[CONCLUÍDO] "A carreira de atriz proporciona muita aprendizagem faz você explorar lugares novos, experimentar personalidades diferentes e conhecer pessoas de todos os tipos. Mas e se no meio de uma trama você se apaixonasse pela mulher do seu namora...