La Mujer de Mi Novio (Portiñon)

Presentimiento

Voltar ao México é sempre bom, gosto muito de estar com minha família em Roma, mas já estou acostumada a essa agitação da capital do meu país e também tenho amor a minha individualidade, apesar de dividir o apartamento com a Maite e não estar sempre sozinha. 

Respirar ar puro me ajudou a colocar as ideias no lugar, pensar no que realmente me faz feliz e decidir que rumo tomar a partir de agora, apesar de ter apenas vinte anos quanto antes eu souber o que quero mais cedo conseguirei. 

 Não consegui ter muito contato com Giovanna, o fuso horário foi um empecilho para nossa comunicação, além do mais, ela devia estar bastante ocupada celebrando seu aniversário de casamento, não quis atrapalhar seu grande dia. Vi algumas fotos na internet da festa e como sempre Giovanna estava deslumbrante, as vezes mal acredito que temos uma relação, escondida, mas temos uma relação. 

~Giovanna

Passei dois dias tentando descobrir quem era essa tal Zo, não encontrei nada em suas redes sociais nem nas pesquisas do Google, senti tanta raiva por não saber de quem se tratava e não vejo a hora de colocar Dulce contra parede, quero que me explique essa história. Ela está voltando ao México hoje a noite em um horário complicado para eu sair de casa, mas estou tão indignada que vou dar um jeito de encontra-la em seu apartamento.

Mesmo não tendo dormido direito esses dias precisei ir a empresa resolver alguns assuntos que me tomaram o dia todo, aproveitei e usei essa desculpa para chegar tarde em casa. Peguei um dos veículos da empresa e fui ao encontro dela, Dulce deve estar chegando em casa neste momento. 

 Toco o interfone e Maite me recebe com a mesma cara feia que faz toda vez que me vê, ela pede que eu aguarde na sala, ignoro e vou até o quarto onde encontro Dulce sentada na cama mexendo no celular.

 -Olá senhorita Maria! - Paro na porta com as mãos na cintura

 -Maria? Você nunca me chama assim - Ela sorri se aproximando para me beijar, antes que me toque pergunto - Quem é Zô? 

Ela pára e me olha surpresa -Onde ouviu esse nome? 

-Não interessa responde minha pergunta - Começo a sentir raiva pela demora 

-Zô é uma amiga  - Ela desvia o olhar e se afasta 

-Amiga? Insisto desconfiada - Que amiga Dulce María? 

-O que você tem, por que está insistindo nessa história? Já falei que ela é uma amiga - Respondeu ríspida

- Me mostra quem é ela! 

-Pra que isso? Eu tô cansada da viagem Giovanna, não estou afim de discutir com você - Ela senta na cama desanimada

-Você mal falou comigo durante sua viagem, nem me avisou que ia viajar na verdade.. - Me viro de costas para ela, tentando esconder meu ressentimento

-Eu não sabia que ia viajar, foi inesperado. Meu pai comprou a passagem, quase me obrigando - Ela levanta caminhando em minha direção

- Tudo bem Dulce, você não me deve explicações é livre pra fazer o que quiser, inclusive ficar com outra - Meu coração apertou quando terminei a frase

-Eu não estou ficando com ninguém Giovanna, para com essa história

- .. me disseram que essa fulana é sua namorada - Disse com os olhos fechados e de costas, evitando contato visual. Dulce deu uma gargalhada alta e depois me abraçou por trás

-Para com esse ciúmes, eu não estou com mais ninguém além de você - sussurrou  e meu coração se acalmou 

-Eu não quero que haja mentiras entre nós, preciso que seja honesta comigo - Peço olhando em seus olhos, ela retribui o olhar acente com a cabeça e me dá um beijo, desmanchando toda minha ira. Me deixo levar por aquelas mãos certeiras que me tocam com tanto carinho, minha pele saudosa se arrepia a cada tato. Dulce me provoca com um longo beijo, ela me encosta na porta e me faz uma proposta irrecusável

  -Quer tomar banho comigo? 

Levamos quase duas horas naquele banho prazeroso, a banheira ficou pequena para tanto desejo derramado, só nos demos conta do horário quando Maite bateu na porta expulsando-nos.

-Meu Deus já está muito tarde, preciso ir embora -Coloco minha roupa apressada, tentando ficar pronta o mais rápido possível

-Dorme aqui comigo - Dulce me provoca com beijos no pescoço

-Sabe que não posso né? - Me esquivo dos beijos antes que me convença

-Você pode vir aqui amanhã, umas 20h, quero lhe retribuir aquele jantar? 

-Prometo que vou tentar - lhe dou um beijo molhado e saio totalmente apressada.

Já dentro do carro vejo várias chamadas perdidas de Alfonso, dirigi até a empresa novamente e pedi que viesse me buscar para não levantar suspeitas. Quando chegamos em casa, lá pra meia noite encontro minha mãe vestida com um robe vinho, sentada na minha poltrona favorita com uma xícara de chá nas mãos. Ela me encara séria, me analisando de cima a baixo, não permito contato e subo para o quarto. Alfonso volta para o jardim com o motorista que quer lhe mostrar algum problema com um dos carros. Minha mãe praticamente invade meu quarto e tranca a porta, seu olhar é furioso e já me preparo para receber algum ataque.

-Onde você estava?

-Na empresa. Alfonso não te disse?

-Giovanna você pode enganar seu marido mas a mim você não engana

Reviro os olhos e saio andando para o banheiro  -Porque seu cabelo está molhado? 

-Porque eu molhei.. - Respondo irônica, sabendo que é inútil 

-Não se faça de sonsa, você não estava na empresa. Giovanna eu não tenho mais a mesma paciência de doze anos atrás, não me teste 

-Se você sabe onde eu estava, por que perder tempo me perguntando?  Isso não é hora de visitas.. 

-Giovanna me respeite..

-Você acha que eu estava com uma mulher? Parabéns você acertou! Agora sai do meu quarto, estou exausta - destranco a porta e faço sinal para que saia

-Você vai tomar vergonha na cara por bem ou por mal Giovanna 

-Conte a Ele na saída, assim me livro de vocês dois! - Fecho a porta. Estou tremendo de nervoso, pela primeira vez consegui interceptar seus ataques e assumi que estou me relacionando com uma mulher outra vez. Não sei o impacto disso mas me sinto aliviada, pelo menos hoje.