Adicta

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A dois dias não durmo direito, não como direito, não vivo direito, a dois dias não ouço aquela voz chamando meu nome e ja não sei o que fazer, tento ocupar minha cabeça com o trabalho mas é inútil, nele eu me lembro ainda mais dela. Olho, toco e sinto Alfonso nas cenas desejando encontrar algum vestígio daquela mulher. Ela disse que nos veríamos constantemente e não recebi uma chamada, uma mensagem, nenhum sinal de que o que aconteceu em Acapulco não foi um sonho. Tenho receio de buscá-la não sei o que pensar, Mai disse que estou sendo dramática que preciso me acalmar e aceitar que casos não duram para sempre, ela diz isso porque levou um fora do Alfonso.

Me proponho a passar o restante das cenas com a Maite para distrair nossos pensamentos que estão naquele casal desonesto, sinto o quanto ela ainda está abalada com tudo isso, não foi por falta de aviso mas agora é tarde para sermão, sinto uma pontinha de medo em imaginar que esse silêncio pode ser um fora não dito.

-Mai e se eu ligar pra ela, só para saber? -Interrompo a passagem do texto pela terceira vez 

-Dulce pelo amor de Deus, se concentra aqui! - Maite responde impaciente, levando as mãos a cabeça 

-Eu não tenho culpa que Ele terminou com você - Disparo sem pensar

-Aah muito obrigada por me lembrar! Quer saber, vou dar uma volta 

-Espera, onde você vai? 

-Onde você não pode ir, vou beber - Maite joga o script na mesa e vira as costas batendo a porta

Não deveria ter sido rude com ela, mas estou a flor da pele sem saber o que fazer, se eu pudesse também iria a um bar clarear meus pensamentos, como não posso, me contento em encher a banheira e relaxar nas águas quentes que preparei. Ligo em um podcast e deito em meio às espumas, faço um trato com meus pensamentos e mergulho toda vez que penso nela, até que funciona por um tempo, a água quente entra em meus poros e me aquece o corpo e o coração. Só resolvo terminar o banho quando a água esfria, me enrolo na toalha e prendo os cabelos num coque frouxo, quando ia começar a escovar os dentes ouço um barulho de porta batendo, deduzo ser Maite voltando para pegar alguma coisa que esqueceu, continuo escovando os dentes andando pelo banheiro, termino e caminho até o quarto e para minha surpresa observo que a cama está coberta de flores e caixas de chocolates, fico extasiada com o aroma que envolve o quarto.

-Me desculpe por ter sumido.. -Ouço Giovanna susurrar no meu ouvido

A abraço forte querendo ter certeza que não estou em um sonho - Está tudo bem - lhe acaricio e me conforto

-Tem um presente para você, ali no criado mudo - Ela aponta empolgada. Pego a caixinha cor de rosa, envolvida com um laço branco, não sinto peso nem cheiro de nada, não imagino o que possa ser, disfaço o laço, abro e encontro um smartphone 

-Um celular? Mas o meu está funcionando.. 

Ela sorri e senta na cama - Agora você tem um celular exclusivo para falar comigo

-Como assim? - sento ao seu lado tentando ouvi-la mais de perto

-Dul, você não pode me ligar com seu número. Vai ter que usar este, ok?

Ela não me dá tempo para responder, encosta seus lábios macios e sedutores nos meus e perco o raciocínio, ela ja descobriu meus pontos fracos e estou tão carente dos seus toques que não me esforço em evitar seu contato. Sutilmente ela tira minha toalha e distribui seus beijos pelo meu pescoço, colo e seios, estou tão entregue a ela naquele momento que não consigo pensar em mais nada.

-Você sentiu falta disso? - ela levanta da cama e tira sua blusinha transparente ,tomo-a em meus braços e termino de tirar sua calça jeans, nos deitamos na cama em meio às flores que agora começam a se despedaçar. Desço minha mão até sua calcinha, não preciso tira-la de tão pequena e frágil consigo acessar aquela região já cheia de tesão. Giovanna me olha a todo momento me pedindo por prazer, me concentro em realiza-la e atender a seus desejos. Ela encaixa suas pernas entre as minhas e esfrega seu sexo totalmente molhado no meu que pulsa excitado, nossos movimentos vão ganhando ritmo e velocidade na medida que nos sentimos mais excitadas, aperto o bico do seu seio e ela geme jogando a cabeça para trás, pressiono seu corpo com mais afinco contra o meu, buscando senti-la mais intensamente. O contato do seu clitóris esfregando no meu me leva a loucura e nossos gemidos se tornam cada vez mais intensos, ela rebola e se esfrega me olhando com cara de safada, aperto sua bunda e dou alguns tapinhas incentivando sua performance, abro mais as pernas para que o contato seja mais abrangente, seguro sua cintura com força e vou pressionando seu corpo contra o meu, o som de seus gemidos com o barulho que a cama faz e dos nossos sexos molhados em conflito me levam ao delírio, continuamos por algum no tempo e começo a sentir uma sensação de êxtase, meu corpo se relaxa e chego ao ápice do prazer com aquela mulher incrível. 

-Sonhei a noite inteira com isso! - exclama, tirando fios de cabelo do rosto

-Verdade? - pergunto recuperando o fôlego

Ela confirma com a cabeça, e se levanta devagar - Preciso ir embora.. 

-Aah não, fica mais um pouco - ajoelho na cama e faço biquinho

-Não faz essa carinha você sabe que preciso ir, mas eu volto

Me deito na cama desanimada -Tudo bem.. quando você volta, amanhã?

-Eu ligo para você, fique com seu novo celular - Ela me beija lento e eu quase consigo trazê-la de volta para cama. 

Sozinha outra vez, decido tomar mais um banho mas dessa vez uma ducha já serve para esfriar meu corpo,tenho que arrumar a cama antes que Maite chegue, e por falar nela ouço seus passos adentrando ao quarto.

-Uau! O que aconteceu aqui? - exclama enquanto mexe nas caixas de chocolate

-Eu ia arrumar antes que chegasse, desculpa

-Vocês transaram aqui? Dulce! Eu durmo aqui também, que nojo - Ela revira os olhos mas continua empenhada a abrir uma das caixas de chocolate

-Eu vou trocar os lençóis, deixa eu me vestir? - aponto para a porta

-O que, quer que eu saia? Faça-me um favor né.. se troque e arrume já minha cama - Responde em tom brincalhão, enquanto sai do quarto comendo o chocolate

Já com a cama limpa nos deitamos e compartilhei toda história com ela, aproveitei e me desculpei por hoje mais cedo. Ela me disse que Alfonso terminou com ela para focar em seu casamento, não dei muita importância pois acredito que isso foi apenas uma desculpa que ele usou.

-De quem é esse celular Dul? 

-Ela me deu de presente - Respondo sem tirar os olhos da tela

-E por que? - Contesta curiosa

-Para nos falarmos sem problemas, é um número exclusivo nosso! Não é demais?

-Não sei, você está ficando muito parecida comigo a meses atrás - Responde apagando a luz do seu abajur 

-Estamos numa relação adulta, não vou me iludir

-Espero Dul, agora me deixa dormir 

-Tudo bem, vou la na sala ligar pra ela

-Boa sorte.. - Susurra

Vou até a cozinha tomo um copo d'água para limpar a garganta e garantir que minha voz esteja boa,  o coração acelera quando começa a chamar.. 

- Olá, você chegou bem em casa?  Liguei para te desejar bo.. 

-Não faça mais isso, não me ligue sem autorização 

Giovanna foi tão seca, bem diferente da pessoa que esteve comigo a horas atrás, não tive reação, não quis voltar para o quarto, ela apagou toda minha alegria com suas palavras frias. Fiquei no sofa olhando para o nada e senti o acalento de Maite que parecia já ter vivido essa mesma situação, ela trouxe o cobertor, o travesseiro e os chocolates que restaram. Não precisei de palavras, ela apenas deitou comigo e partilhamos nossa solidão.

La Mujer de Mi Novio (Portiñon) Onde histórias criam vida. Descubra agora