𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 | ʙᴇɴ ʙᴀʀɴᴇꜱ

07 | find me

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𝕻𝖗𝖎𝖒𝖊𝖎𝖗𝖔 𝖊-𝖒𝖆𝖎𝖑

A mente de S/N não funcionara bem durante esses últimos dias, ela estava trabalhando demasiadamente ao calcular as melhores opções de rumo para a interiorana. Tudo parecia irreal à situação que se encontrava.

"Então escolha a opção mais absurda, tenho certeza que valerá a pena.". A frase de Júnior ecoara em sua consciência, ela finalmente absorvera e entendera o que aquilo poderia significar.

- Então, amiga, o que achou das fotos que te mandei? - indaga Catarine, animada pelas fotografias que havia tirado durante a noite que conheceram mais intimamente o elenco da série Shadow & Bones.

- Fotos? - confusa, a outra, que voara durante grande parte da chamada de voz, pergunta.

- As que eu e Jessie tiramos de você e do Ben Barnes, na boate. Nós estávamos bêbadas demais para ajustar o foco, foi hilário. - gargalhando incessantemente.

Um minuto de silêncio é acrescentado à conversa.

- Cat, um conhecido seu conseguiu entrar em uma faculdade no exterior, certo? - a mudança repentina de tema faz com que a paulista demore alguns segundos para responder.

- Sim, ele faz economia em Stanford, se não me engano, por quê?

- Eu estou com alguns planos. - mesmo que seu sorriso não possa ser visto pela garota do outro lado da linha, esta entendera o recado.

- Tome cuidado com as suas loucuras, o universo não está acostumado com tanta rebeldia vinda de S/N, ele pode entrar em colapso. - zomba a cacheada. As duas riem.

- Quais as chances de eu passar em uma universidade do exterior?

- Levando em conta as suas notas da escola, muito altas.

- E quais as chances dos meus pais não aceitarem a ideia?

- Conhecendo os pais hiperprotetores e controladores que você tem, mais altas ainda.

- Obrigada, amiga, mas terei que desligar agora, acho que, depois de tantos anos, descobri o que quero para a minha vida.

Desligando a chamada e correndo em direção à penteadeira, S/N abre o notebook comprado a alguns poucos meses e pesquisa quando abririam as vagas para as três melhores universidades no seu tão sonhado curso: Jornalismo e Comunicações Midiáticas.

Seu coração acelera, estranhamente, as três abriram as suas inscrições na semana anterior e iriam até a madrugada do dia seguinte, ou seja, ela não teria muito tempo.

Para a sua sorte, seus documentos de conclusão do ensino médio estavam em alguma gaveta do escritório de seu pai no térreo de casa. Bastava escanear e enviar.

Amsterdam era mais exigente, tratava os intercambistas de forma segregada, tendo como obrigatório apresentar o certificado de proficiência em Inglês logo em estágio de inscrição. Infelizmente, a garota nunca fora buscar seu certificado no instituto de línguas que concluíra seu curso. Agora, só lhe restavam a Universidade do Sul da Califórnia e a Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres.

Ao ler melhor os editais de tais universidades, a mulher trava. Era exigido uma a duas cartas de recomendação e, pior, uma carta de apresentação via e-mail. Ela ficara receosa.

Sempre fora destaque em sua turma, participara dos projetos municipais, ganhara medalhas em todas as olimpíadas nacionais que se inscrevera, no entanto, todos os que poderiam estar concorrendo a uma vaga também possuíam isso. O que a tornava diferente? O que a tornava única? Mesmo após assistir tantas comédias românticas adolescentes rumo à faculdade, ela não aprendera sobre o que deveria dizer ali. Deveria conversar coloquialmente sobre quem era ou deveria citar formalmente suas qualidades acadêmicas? O que poderia fazê-la brilhar em meio à multidão de e-mails?