Os dias passaram como vento, todas as ligações de Benjamin foram desligadas antes mesmo de completarem todos os bips, o telefone de S/N não notificava mais qualquer mensagem de Júnior, ela não pudera falar ou olhar nos olhos dos dois homens que lhe cercavam.
- Mas quando o Ben volta para a Inglaterra? - pergunta Catarine ao celular.
- Eu não sei.
- E quando o Júnior volta para o Brasil? - Eduarda indaga.
- Eu não sei. - responde, mais uma vez, S/N.
- Então quando você falará com os dois? - as primas questionam, simultaneamente.
- Eu não sei! - finalmente, respira fundo. - Eu não sei, o.k.? Eu não estou sabendo nem o meu nome nesse momento, quem dirá o que farei. - enquanto passa as publicações temporárias de um de seus aplicativos do celular, seus olhos param em Benjamin, no entanto, ao ver o usuário, sua respiração falha. Ela havia postado.
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"Encontre alguém que olhe para você como Ben está olhando para isso (ou para mim)"
Seus olhos arregalam-se ao máximo que podem, ela finalmente entende que, ao final, era a única a sofrer por um relacionamento mal construído. Ela respira fundo algumas vezes, tentando controlar os batimentos cardíacos que tendiam ao descompasso. Logo suas amigas estranham tamanho silêncio repentino na ligação.
- Está tudo bem, S/N? - a paulista questiona. A estagiária demora alguns segundos para voltar à realidade e pronunciar.
- Eu estou bem, mas terei que desligar, finalmente, a ficha caiu. - suas amigas resmungam algumas palavras de compreensão, apesar de confusas, e desligam a chamada.
Seu corpo colide com o sofá, o estresse pesava em suas costas, nem havia tocado no pequeno livro, escrito pelo grande CEO da empresa para qual trabalhava, que deve ler até o dia seguinte. Graças a todas as emoções que lhe rodeavam, as trezentas páginas pareciam um calhamaço.
Seus pensamentos, mais uma vez, voltam-se ao homem mais velho por quem se apaixonara e confessara os sentimentos a poucos dias. Ele continuava a aparecer ao lado da mulher que o mundo julgava como sua, seja verídico ou não, apesar das diversas ligações, nenhuma mensagem fora emitida, as suspeitas da jovem aumentam ainda mais. Todavia, culpava-se incansavelmente, afinal fora ela quem dissera que não desejava concretizar a relação. "Conversaremos quando voltar".
Determinada a retirar qualquer vestígio de Ben Barnes de sua mente, apesar de estar em seu apartamento, ela agarra o livro e jura não o largar até lê-lo minuciosamente. Algumas horas passaram-se e, agora, não apenas o livro sobre a Netflix a acompanhava, mas também seu computador, algumas xícaras de café e folhas rasgadas por toda a sala.
