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𝕻𝖗𝖎𝖒𝖊𝖎𝖗𝖔 𝖘𝖊𝖌𝖗𝖊𝖉𝖔


Os olhos da menina abriram rapidamente, seu coração parecia saltar desesperadamente de sua caixa torácica, suas pernas tremiam. Ao contrário do que normalmente pensariam de tais sintomas, S/N não tivera um pesadelo, e sim um sonho com Benjamin,  aqueles sonhos.

- Como se não bastasse o meu corpo a me trair, tenho que aturar esse subconsciente inconsequente. - a jovem, que perdera o sono após as diversas tentativas de tirar o homem de sua mente, levanta e fala a si mesma em frente ao pequeno espelho de seu banheiro.

Sua bela camisola de cetim champanhe a cobria o suficiente para não sofrer com os olhares atrevidos daquele com quem morara, seus pés caminham sorrateiramente para fora de seu dormitório. No entanto, não havia nada, ou melhor, ninguém pelas salas ou cômodos. Ben havia saído antes do costumeiro e um simples, mas carinhoso, café da manhã tipicamente inglês acima da mesa de refeições rápidas entregava tudo.

"Fui resolver algo, espero que, assim que eu chegar, possamos ter uma boa e civilizada conversa"

Ela engole seco. Não havia mais escapatórias. A brasileira sabia bem que aquele afastamento seria temporário e que não servira para nada além de deixá-la mais vulnerável e desesperada pelo mais velho. Nada obstante, ela tinha convicções.

Para distrair-se em uma manhã de sábado, ela agarra o controle da enorme televisão e procura algo decente para assistir no streaming em que trabalharia a partir de segunda. Logo, ao passar pelas séries, visto que o outro demoraria consideravelmente para retornar, percebe uma série que sempre a interessou, porém nunca fora assistida a segunda temporada. O Justiceiro.

- Bem-vindo, Billyzinho. - neste instante, o play é clicado.


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Os pés do homem subindo as escadas eram audíveis a quilômetros de distância. 

- Senhor, nós iriamos consertar o elevador em um segundo, por que não esperou? - um homem de meia idade vestido tipicamente como um técnico em manutenção de elevadores.

- Desculpe, mas eu estava com pressa, se me der licença. - em um tom frio e furioso, como se forma-se a educação de forma cuspida ao trabalhador, o moreno o despista e sobe mais um andar à procura da assessoria marketeira da Netflix England.

A porta de emergência é aberta no andar correto e os olhos da recepcionista saltam ao avistá-lo, tão inesperadamente.

- S-senhor Barnes, não sabia que tinha algo marcado com a senhora Brooks. E-ela está em reun... - antes que a dama termine sua fala, o homem, que nem a menos a olhou, direciona a palma de sua mão a ela.

- Eu sei, obrigado.

Mas nem aquela tentativa o fizera parar, pouco o importava o que Louise Brooks fazia, ela o devia explicações. Explicações sobre S/N.

- Como podem ver, nossos gráficos tiveram bastante crescimento em séries latin... - antes que a mulher que discursava perfeitamente continuasse a sua oração, a porta de vidro fosco escancara-se.

- Louise Brooks, precisamos conversar. - a voz grave de Ben ecoa por todos os cantos da sala de reuniões e todas as 5 mulheres presentes suspiram.

- Poderia esperar um instante, Barnes? Eu estou terminando uma reun... - desta vez, ela mesma para ao receber o olhar mais ácido que o doce Benjamin Thomas Barnes sabe dar. - Cinco minutos, meninas, voltaremos logo. - a assessora caminha até o lado exterior da sala e fecha a porta atrás de si. - O que houve, Benjamin? Você surtou para falar comigo assim na frente das minhas funcionárias? - incrédula e contrariada, ela sussurra.

𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 | ʙᴇɴ ʙᴀʀɴᴇꜱOnde histórias criam vida. Descubra agora